James Curl – “Dokken: Into The Fire And Other Embers Of 80s Metal History” (Livro) (2020)

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James Curl“Dokken: Into The Fire And Other Embers Of 80s Metal History” (Livro) (2020)
Independente
#Biografia

Para fãs de: Motley CrueQuiet RiotRATT

Nota: 8,0

Antes de mais nada, um salve para o autor, por se propor a contar a história repleta de tititis e bafafás do Dokken. Felizmente, para Curl e os leitores, a figura central do texto contribuiu com extensas entrevistas e com a cessão do logotipo que ilustra a capa do livro. Mas Don Dokken não é o único entrevistado: ao longo das 240 páginas, coadjuvantes como Jeff Pilson, Reb Beach e Jon Levin também oferecem seus pontos de vista. Sem a benção de George Lynch ou Mick Brown, o autor teve que recorrer a fontes diversas em busca de aspas dos dois.

Aliás, se tem coisa que foi bem-feita aqui foi a pesquisa, como a seção de notas ao fim deixa claro; desde revistas da época até sites de hoje em dia serviram de fonte. A prosa de Curl dá um salto de qualidade se comparada à de seu primeiro livro, “Ronnie James Dio: A biography of a heavy metal Icon”, recentemente publicado no Brasil pela editora Estética Torta. “Dokken: Into the Fire” documenta a banda desde os primórdios, suas primeiras formações e gravações; inclusive as famigeradas sessões de Don à frente do Scorpions. A organização remete à Martin Popoff: cada capítulo leva o nome de um disco – ou dois, caso de “Dysfunctional” e “Shadowlife” – e muitas vezes tem-se uma análise faixa a faixa, baseada no gosto pessoal do autor; quase arranquei os cabelos com ele dizendo que achava “Heaven Sent” uma das mais fracas de “Back for the Attack” (1987), por exemplo, hehe

Agora, como profissional com dez anos de mercado editorial, não pude deixar de notar certas lacunas, o que provavelmente teria sido resolvido por um editor experiente. Algumas passagens –talvez por não estarem entre os assuntos de maior interesse para os fãs da banda – são muito corridas, como todo o desenrolar que levou à reunião em “Dysfunctional”; as constantes mudanças de gravadora até uma suposta estabilização com a Frontiers Records; talvez algumas linhas (ou páginas) a mais para discos como “Long Way Home” (2002) ou “Hell to Pay” (2004). Enfim, mas esse é só o meu lado arqueólogo falando; essa dificilmente será uma queixa de geral.

Lançado no último dia 11 de maio – ou seja, atualíssimo, vide a listagem de singles ao final incluir até a derradeira “It’s Another Day”, fruto da breve reunião ocorrida em 2016 –, “Dokken: Into the Fire” mostra que você não precisa ser autor e pesquisador em tempo integral para compor uma obra em homenagem aos seus heróis da juventude. E a repercussão do livro nas redes não deixa dúvidas de que há interesse e público suficientes para que “Other Embers Of 80s Metal History” ganhem publicações realizadas no mesmo esquema: de fã para fãs.

Marcelo Vieira

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