Kee Of Hearts – “Kee of Hearts” (2017)

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Kee Of Hearts
 – “Kee of Hearts” (2017)

Frontiers Music
#HardRock#MelodicRock#AOR

Para fãs de: EuropeHardlineJourney

Nota: 7,5

Vários craques compõem o escrete do Kee of Hearts, saca só: no vocal, Tommy Heart, que desde 1992 agracia nossos ouvidos à frente do Fair Warning, já cantou em álbuns de Uli Jon Roth (“Sky of Avalon”) e Zeno (“Zenology”) e, em 2016, arriscou seu primeiro voo solo com o excelente “Spirit of Time”. Na guitarra, Kee Marcello, que tocou nos dois melhores álbuns do Europe — “Out of This World” (1988) e “Prisoners in Paradise” (1991) —, além de ter feito história no Easy Action, grupo pioneiro do Glam Metal sueco. No baixo, o ex-Alien Ken Sandin e, na batera, o thrasher Marco Di Salvia. Produzindo o quarteto, ninguém menos que Alessandro Del Vecchio, tecladista cuja folha corrida me faria estourar o limite de caracteres desta resenha.

A estreia do Kee of Hearts vem no embalo de lançamentos similares da Frontiers, que sacou que parcerias como essa entre Kee Marcello e Tommy Heart podem ser tão ou mais jogo que apostar nas novas caras do Melodic Rock. Felizmente, a dupla não decepciona na entrega, e o que temos aqui é tudo aquilo que pode se esperar: aquele vocal que se eleva nos ares e aquela guitarra que oferece melodia e velocidade em igual proporção em alguns dos melhores solos que você ouvirá em 2017. Vale citar que tudo isso repousa sobre a kingsize de teclados cortesia do anãozinho mais competente do rock italiano.

Combinação preciosa, combinação perigosa: talvez mais do que em qualquer outro gênero na atualidade, no Melodic Rock — sobretudo em lançamentos da Frontiers —, há aqueles déjà vus auditivos, “já ouvi isso aqui antes” etc. O Kee of Hearts não está livre disso, mas compensa o “mais do mesmo” em momentos de pura genialidade, como no refrão de “A New Dimension” — não à toa, essa foi escolhida como primeira música de trabalho — e “Mama Don’t Cry”, pseudo-power ballad que a gente curte escondido dos amiguinhos metaleiros para evitar a gozação.

Melhor disparada do álbum, “S.O.S.” é um som que consigo imaginar sendo gravado tanto pelo Journey quanto pelo Avantasia, ou seja, tanto o lado AOR quanto o lado power da Força irão curtir. A medalha de prata fica para a saideira com “Learn to Love Again”, com sua mensagem positiva para os desiludidos no amor: não menospreze o futuro e desconfie do impossível, afinal, sem saber que era impossível, muita gente foi lá e fez.

Marcelo Vieira

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