Knotfest Brasil 2024 – Allianz Parque, São Paulo/SP (20/10/2024)
Produção: 30E – Thirty Entertainment
Assessoria: Trovoa Comunicação
Texto por Karla Nunes
Fotos por Flashbang Co. (@flashbang) e 30e (@30ebr)
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O domingo do Knotfest amanheceu chuvoso novamente, mas isso não foi capaz de parar os fãs! Logo cedo, as filas já dobravam os quarteirões do estádio, e ao meio-dia a pista já estava bem cheia, enquanto as cadeiras laterais lotaram rapidamente.
A diversidade de atrações no lineup do domingo atraiu um público bastante variado ao evento. Enquanto alguns permaneceram até o final do festival, outros compareceram apenas para assistir a bandas específicas e depois foram embora.
THE MÖNIC:
A banda underground The Mönic abriu os trabalhos no Maggostage com a música Sabotagem e logo envolveu o público, cantando em bom português e com carisma de sobra.
Ser a primeira atração do evento trouxe alguns problemas técnicos, mas a banda não se deixou abalar, demonstrando o tempo todo a felicidade por ter a oportunidade de tocar em um festival do tamanho do Knotfest.
The Mönic apresentou músicas do álbum Cuidado Você, lançado em 2013, como Bruxaria e Nocaute. Eles também inauguraram com sucesso o primeiro mosh pit do domingo, contando com participações mais que especiais: Yasmin, da banda Eskrota, subiu ao palco para tocar TDA, e logo depois foi a vez da MC Taya cantar Bitch, Eu Sou Incrível, mostrando que o rock e o metal estão em todos os lugares, inclusive nas favelas!
Definitivamente, uma excelente abertura e um grande momento de visibilidade para as mulheres no metal underground brasileiro.
Setlist:
Sabotagem
Bruxaria
Atear
Nocaute
Antes Tarde
TDA (com Yasmin Amaral da Eskröta)
Bitch, Eu Sou Incrível (com MC Taya)




POPPY:
Às 13h pontualmente, o público foi à loucura com a entrada de Poppy, recebida com gritos ensurdecedores dos fãs.
Com um metal puxado para o industrial e melodias harmônicas, Poppy se apresentou para um público que acordou cedo no domingo para vê-la. Seus vocais guturais impressionaram, e as letras envolventes fizeram os fãs cantarem junto a sucessos como BLOODMONEY e I Disagree, além de apresentar as novíssimas The Cost of Giving Up e Crystallized.
Como um verdadeiro sopro de novidade na cena, a artista multifacetada cantou, dançou e tocou sintetizador, entregando um show performático. Embora sua interação com o público brasileiro tenha sido limitada, ora interagindo muito, ora pouco ou quase nada, os fãs se mantiveram empolgadíssimos e não deixaram nem mesmo a garoa atrapalhar o momento.
No final, Poppy deixou o Knotstage mais cedo do que o programado, deixando uma interrogação na cabeça dos fãs, que aguardavam por um bis. A dispersão só ocorreu quando o palco começou a ser desmontado, deixando todos confusos. Fica aí o questionamento.
Setlist:
Bloodmoney
V.A.N (Bad Omens cover)
Sit / Stay
the cost of giving up
I Disagree
Bite Your Teeth
Crystallized
Lessen the Damage
Scary Mask
X
Anything Like Me
New Way Out
Concrete




PAPANGU:
A banda brasileira Papangu subiu ao Maggotstage logo em seguida, trazendo um metal progressivo que mistura psy, doom e ritmos nordestinos, criando uma atmosfera única! Até os fãs mais dispersos se aproximaram da pista para conferir a sonoridade diferenciada que tomou conta do estádio.
Com um som pesado e progressivo, que pode cansar os menos preparados, a banda conquistou pela técnica, beleza e virtuosidade, além de letras que remetem à contação de histórias. É impossível não se maravilhar com a ideia de como a cultura brasileira pode resultar em músicas tão diversas, mesclando black metal com gêneros regionais como forró e maracatu.
Papangu abriu com a música Boitatá e seguiu apresentando faixas de seu novíssimo álbum Lampião Rei, impressionando muitos com sua técnica e o uso de diversos instrumentos, como percussão e triângulo. Ao redor, era possível ouvir elogios de todos os lados. Com certeza, Papangu deixou o palco do Knotfest com novos fãs.
Setlist:
Boitatá (Incidente na pia batismal da Capela de Bom Jesus dos Aflitos)
Oferenda no Alguidar
São Francisco
Maracutaia
Acende a Luz: II. O Encandeio / III. Sagüatimbó




P.O.D:
Os californianos do P.O.D. trouxeram o Nu Metal para o Knotstage, reunindo muitos fãs fiéis na pista única do Allianz e agitando até aqueles que estavam nas cadeiras. Com uma mistura irresistível de rock e rap, e a sonoridade clássica que fez sucesso nos anos 2000, a banda mostrou por que ainda é uma força no metal alternativo. Eles subiram ao palco com a música Drop, do novíssimo álbum Veritas, levando a galera a bater cabeça, abrir rodas de mosh e cantar junto.
O setlist seguiu com novidades como I Got That e I Won’t Bow Down, além de clássicos como Boom e Youth of the Nation, sendo esta última recebida com uma grande participação do público, que cantou seu refrão marcante em uníssono.
Em um momento único, os fãs puderam escolher se queriam ouvir Southtown ou Sleeping Awake, e os gritos estridentes da maioria confirmaram a vencedora: Southtown.
P.O.D. deixou o palco ovacionado ao som de Alive, provando que o Nu Metal segue vivíssimo em 2024, obrigado.
Setlist:
Drop
I Got That
Set It Off
Boom
Rock the Party (Off the Hook)
I Won’t Bow Down
Satellite
Southtown (escolhida pelo público)
Afraid to Die
Youth of the Nation
Alive






KORZUS:
Os pioneiros do Korzus chegaram com seu Thrash Metal ao Maggot Stage, prontos para estremecer as paredes do Allianz com mais de 40 anos de carreira, vocais pesados e guitarras afiadas.
Abrindo com Guilty Silence, o Korzus trouxe um setlist curto, porém diverso, para o Knotfest. Marcello Pompeu conquistou o público ao longo da apresentação – como de costume -, destacando o crescimento da presença feminina na cena do metal, tanto no Brasil quanto no mundo. “Já tentaram matar o rock e o metal, mas enquanto houver uma camisa preta, o rock nunca morrerá”, declarou Pompeu antes de apresentar Never Die!
Durante What Are You Looking For, o público foi convidado a cantar junto o refrão I See Your Death, fazendo o Allianz Park tremer. O Korzus encerrou o show com a clássica Correria, deixando uma marca forte no festival.
Setlist:
Guilty Silence
Raise Your Soul
Never Die
What Are You Looking For
Truth
Correria






BABYMETAL:
Com o público já gritando seu nome, Babymetal foi aclamado ao subir no Knotstage. Misturando metal moderno com J-pop, a banda levantou até os mais descrentes do chão. Abriram o show com a poderosa Babymetal Death, levando os fãs a reproduzirem coreografias enquanto cantavam junto, alternando entre inglês e japonês, quebrando barreiras culturais e de gênero.
Com um simples pedido de “show me full circle”, o público atendeu prontamente, iniciando o mosh pit.
O show continuou com hits como Pa Pa Ya!!, BxMxC, Ratatata e Gimme Chocolate!!, levando o público extremamente diverso à loucura. De crianças a adultos, fãs de heavy metal a admiradores do rock japonês, foi impossível não se deixar cativar, pelo menos um pouco, por essa mistura única de metal pesado com uma pitada de fofura.
Em um momento emocionante, o público acendeu suas lanternas, formando um coro que ecoou por todo o estádio, e até a chuva pareceu se juntar à magia do momento, caindo no instante perfeito.
Babymetal encerrou a apresentação com Road of Resistance, empunhando suas clássicas bandeiras e deixando o palco do Knotfest com a certeza de ter conquistado, mais uma vez, o coração dos fãs brasileiros.
Setlist:
Babymetal Death
Pa Pa Ya!!
Distortion
BxMxC
Metal!!
Megitsune
Karate
Ratatata
Gimme Chocolate!!
Road of Resistance






SEVEN HOURS AFTER VIOLET:
O esquema de dois palcos lado a lado divide opiniões. Embora traga agilidade, já que enquanto uma banda toca o outro palco já está sendo preparado, também pode ser cansativo. Com uma banda entrando logo após a outra, sobra pouco tempo para descansar e recuperar o fôlego.
Seven Hours After Violet, o novo projeto de Shavo Odadjian, ex-baixista do System of a Down, foi uma atração anunciada de última hora. A banda subiu ao Maggot Stage – palco dedicado a bandas menores e, em sua maioria, brasileiras – com o público já um pouco disperso e cansado da maratona matinal.
Abrindo com Paradise, seguida por Cry e Float, a Seven Hours After Violet apresentou faixas de seu novíssimo álbum homônimo, mas teve dificuldade em cativar a plateia. O show seguiu uma linha sonora entre o post-punk e grunge, com uma forte reminiscência do System of a Down – o que pode agradar ou não, dependendo da receptividade do público.
No entanto, tudo mudou quando Shavo anunciou a participação especial de John Dolmayan, baterista do S.O.A.D. O público finalmente se rendeu quando a banda encerrou sua participação com Prison Song.
A Seven Hours After Violet surge como uma tentativa de ser um novo fôlego na cena underground, mas ainda tem um longo caminho pela frente para conquistar seu próprio espaço.
Setlist:
Paradise
Cry
Float
Radiance
Abandon
Alive
Sunrise
Prison Song (System of a Down cover) (com John Dolmayan)






TILL LINDERMANN:
O icônico vocalista da banda alemã Rammstein, Till Lindemann, chegou com impacto e uma presença de palco avassaladora. Com seu estilo industrial teatral e experimental, além de uma performance provocativa, ele levou os fãs ao delírio, impressionou alguns desavisados e certamente conquistou novos admiradores que vão correr para casa para dar stream em suas músicas.
Till Lindemann abriu com Zunge, de seu álbum autointitulado de 2023, e seguiu apresentando singles de toda sua carreira, incluindo sua versão de Entre dos Tierras, cover da banda espanhola Héroes del Silencio, que é uma de suas músicas mais populares.
A performance foi diversa e divertida, com faixas como Golden Shower (sim!) e Fish On (sim!!). Mesmo com o som intenso e o visual peculiar de sua banda de apoio, ainda era possível ouvir alguns fãs comentando que preferiam Rammstein… E quem sou eu para julgar? Ainda assim, os fãs de longa data cantaram a plenos pulmões, e até quem não conhecia a fundo não conseguia ficar parado, se rendendo a um leve bate-cabeça.
Setlist:
Zunge
Schweiss
Fat
Altes Fleisch
Allesfresser
Golden Shower
Sport frei
Blut
Praise Abort
Fish On
Steh auf
Du hast kein Herz
Skills in Pills
Entre dos tierras (Héroes del Silencio cover)
Ich hasse Kinder
Home Sweet Home








EGO KILL TALENT:
A banda brasileira em ascensão Ego Kill Talent trouxe seu rock alternativo com riffs pesados e melodias cativantes ao Maggotstage. Com uma setlist curta, de apenas quatro músicas, o destaque ficou por conta de uma apresentação intensa e versátil.
Diferente do sábado, quando o Maggotstage enfrentou problemas de iluminação durante o show do Ratos do Porão, desta vez a Ego Kill Talent subiu ao palco com uma iluminação tão forte que, em certos momentos, era difícil ver os músicos — o que, infelizmente, não foi um elogio. O palco pequeno, aliado à luz excessiva, mais afastava do que atraía o público. Ainda bem que a banda compensava com carisma e pura alegria de estar tocando para uma audiência tão grande.
Com a tarefa de conquistar um público que aguardava ansiosamente pelo Bad Omens, a Ego Kill Talent não decepcionou. Abriram o show com Now! e fecharam com seu maior hit, Sublimated, que trouxe melodias marcantes e um vocal memorável. Foi impossível não sorrir ao ver a banda ganhar tanto espaço e carinho do público. Eles deixaram o palco ao som de gritos e palmas, sendo ovacionados por todo o estádio.
Setlist:
Now!
We Move as One
Last Ride
Sublimated






BAD OMENS:
Uma das atrações mais aguardadas da noite, Bad Omens chegou e levou o estádio à loucura. O metalcore está mais vivo do que nunca, e os fãs gritavam enlouquecidos assim que a banda ameaçou subir ao Knotstage.
É sempre renovador ver uma banda nova conquistar tanto espaço, e isso foi mais do que merecido!
Abrindo com Concrete Jungle, seguida por Artificial Suicide, o Bad Omens fez o estádio inteiro cantar, pular e gritar junto com suas letras poderosas, acompanhadas por um instrumental incrível.
No entanto, após o anoitecer, a iluminação obscura do Knotstage, somada ao visual predominantemente preto dos integrantes, dificultou um pouco a visualização para quem estava mais longe. Até mesmo os telões, em alguns momentos, tornaram difícil entender o que estava acontecendo no palco.
Durante a música V.A.N., uma colaboração com a artista Poppy, ela subiu ao palco novamente, apresentando uma performance impressionante.
Músicas como Like a Villain, Nowhere to Go, Limits e Death of Peace of Mind levaram o público à loucura, além da já clássica Glass Houses, de seu álbum homônimo. Com uma setlist que continha nada menos que quinze músicas, a aclamada Just Pretend fez o estádio inteiro acender as luzes dos celulares, enquanto cantava junto com o vocalista Noah em uma performance semi-acústica e emocionante.
Mesmo com a tragédia que precedeu o show, envolvendo a morte de um técnico de iluminação e deixando muitos fãs temerosos de um possível cancelamento, o Bad Omens se entregou de corpo e alma ao público brasileiro em uma performance extraordinária, fazendo uma breve homenagem de forma sensível.
Bad Omens veio para ficar e se estabelece como um dos nomes em ascensão no metal moderno.
Setlist:
Concrete Jungle
Artificial Suicide
V.A.N (com Poppy)
The Drain
Anything > Human
What Do You Want From Me?
What It Cost
Like a Villain
Take Me First
Glass Houses
Nowhere to Go
Limits
The Death Of Peace Of Mind
Just Pretend
Dethrone










BLACK PANTERA:
O trio brasileiro Black Pantera encerrou a noite do Maggotstage com o bom e velho hard punk, trazendo letras que abordam questões sociais e a luta antirracista. Abrindo com uma introdução poderosa que incluía um discurso de Mano Brow, a banda subiu ao palco e começou com o sucesso Provérbios, animando o público com hits como Padrão é o Caralho e Tradução.
Um Allianz já lotado levantou as lanternas de seus celulares e cantou de forma intensa as mensagens poderosas das músicas Fogo nos Racistas e Revolução é o Caos, entregando-se de corpo e alma e mostrando que, apesar do dia cansativo, estavam prontos para continuar gritando, cantando e batendo cabeça para receber os donos do evento.
O Black Pantera encerrou sua participação no Knotfest com a música Bota pra Fuder, deixando o palco ovacionado pelo público.
Setlist:
Intro
Provérbios
Padrão é o Caralho
Mosha
Sem Anistia (só as mina)
Perpétuo
Fogo nos Racistas
Tradução
Revolução é o Caos
Bota pra Fuder








SLIPKNOT:
Os headliners do Knotfest chegaram mais uma vez mostrando por que são uma das bandas mais icônicas do metal. Um show do Slipknot não é apenas um evento; é um verdadeiro ACONTECIMENTO!
Nada explica o caos e a brutalidade que tomaram conta do Allianz nesse domingo, onde a banda prometeu e cumpriu tocar na íntegra seu álbum de 1999.
Abrindo o show com uma introdução chamada Dream Weaver e logo em seguida a música 742617000027, que também abre o álbum de 1999, o Slipknot seguiu apresentando sucessos marcantes como (sic), Eyeless, Wait and Bleed, Purity e No Life. Um álbum realmente aclamado que gerou muito grito, mosh e uma alegria imensa de estar ali.
Quem estava lá prestigiou uma oportunidade única de ouvir algumas músicas nunca antes tocadas ao vivo!
Durante todos os interlúdios, subiam imediatamente os gritos de ELOY! ELOY! ELOY! O orgulho de ver um brasileiro em uma das maiores bandas de metal do mundo nos faz sentir como se cada um de nós estivesse lá tocando!
Finalizando a primeira parte com a música Only One, a banda deixou o palco, retornando após alguns minutos para um encore com Mudslide, as clássicas Spit It Out e Surfacing, encerrando o show com Scissors e agradecendo repetidamente a receptividade do público brasileiro. O Slipknot continua a impactar a cena com uma energia caótica e sempre inovadora, ano após ano.
Setlist:
Dream Weaver (Gary Wright)
742617000027
(sic)
Eyeless
Wait and Bleed
Get This
Eeyore
Tattered & Torn (Sid Wilson Remix)
Me Inside
Liberate
Frail Limb Nursery
Purity
Prosthetics
No Life
Only One
Mudslide
Spit It Out
Surfacing
Scissors























