In Flames – “Come Clarity” (2006) (Relançamento 2024)

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In Flames – “Come Clarity” (2006) (Relançamento 2024)

Nuclear Blast | Shinigami Records
#DeathMetal #MelodicDeathMetal

Para fãs de Dark Tranquility, Arch Enemy, At The Gates

Texto por Will Menezes

Nota: 8,0

Come Clarity é um álbum de importância indiscutível na trajetória de uma banda igualmente relevante para o cenário do metal. Com The Jester Race (1995), o In Flames se consagrou como uma banda crucial para as fundações do death metal melódico, inspirando uma geração inteira de epígonos que se alimentaram de suas influências. Com o passar dos anos e o lançamento de álbuns marcantes, a banda buscou se adaptar ao mercado, ousando navegar por novos mares. Entretanto, ao flertar com um nu-metal bastante comercial (muito em alta no início dos anos 2000) nos álbuns Reroute to Remain (2002) — que poderia ser traduzido como “redirecione para permanecer” — e Soundtrack to Your Escape (2004), muitos fãs que acompanhavam a banda desde o início e apreciavam suas fundações no death melódico ficaram insatisfeitos, e as quedas nas vendas começaram a apontar que o redirecionamento talvez não tenha sido tão bem-sucedido.

Nesse cenário, a banda escreve Come Clarity (2006), cuja palavra-chave é “equilíbrio”. Equilíbrio na balança entre retomar a sonoridade e agressividade do In Flames original, resgatando características que estabeleceram a banda entre os pilares do death melódico, mas sem abrir mão dos elementos experimentais de um metal mais modernizado, explorados nos anos anteriores. As músicas, que nos dois álbuns anteriores exibiam uma roupagem bastante comercial, agora retomam a agressividade e a influência direta do thrash, mas ainda mantêm uma boa dose de elementos eletrônicos, refrães grudentos e músicas curtas e objetivas (boa parte das faixas deste álbum não ultrapassa os três minutos e meio). Inclusive, uma das canções, “Dead End”, conta com a participação especial de Lisa Miskovski, uma cantora pop famosa na Suécia, sugerindo o objetivo da banda de alcançar novos ouvintes.

Essencialmente, o álbum soa agressivo e direto. “Take This Life” abre as cortinas com uma levada visceral, como uma ventania que anuncia aos fãs antigos uma tempestade há muito esperada. Ela se concretiza em faixas como “Leeches”, com sua abertura arrebatadora; “Vacuum”, que certamente transporta os ouvintes aos primeiros álbuns; e “Crawl Through Knives”, com as típicas linhas de guitarra harmonizadas e a melhor performance vocal de Anders Fridén no disco. Apesar de ainda haver pontos excessivamente comerciais ou clichês, Come Clarity é um álbum de importância indiscutível na trajetória do In Flames, trazendo a banda de volta para mares mais seguros e solidificando sua identidade sem abrir mão de uma evolução na sonoridade.

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