Metralion – “The Rest is Silence” (2023)
Dies Irae Records
#ThrashMetal
Para fãs de: Nasty Savage, Evildead, Massacre
Texto por Matheus “Mu” Silva
Nota: 8,5
Dois anos após o lançamento de “Requiem for a Society” (2021), a banda carioca de Thrash Metal Metralion lançou seu terceiro e mais recente álbum, “The Rest is Silence”, em 11 de setembro de 2023, de forma independente.
Formada em 1986, a Metralion é uma das bandas mais antigas da cena de metal no Rio de Janeiro/RJ e uma das pioneiras do Thrash Metal no Brasil. Depois do lançamento do elogiado “Quo Vadis” em 1988 e do EP “A Mosh in Brazil” (1989), a banda se dissolveu, motivada pelo descontentamento com os rumos da música pesada nos anos 90 e por questões pessoais. Após um hiato de 32 anos, a banda ressurgiu com quase toda a formação original: Rica (vocal), Fernão Carvalho (guitarra) e Roberto Loureiro (bateria), com Gustavo Fernandez assumindo o baixo como único novo integrante. Em 2021, lançaram o disco de retorno “Requiem for a Society”, bem recebido pela crítica na época, e agora, dois anos depois, o trabalho continua com “The Rest is Silence”.
Após a introdução, o disco começa com “Blurred Mirror”, uma faixa pesada e enérgica. A produção chama atenção por ser mais seca e analógica, conferindo um toque Old School ao som – um ponto positivo, já que atualmente há uma tendência de polir excessivamente as produções. Em contraste, aqui tudo soa mais orgânico. “Finitude” traz um Thrash simples e direto, sem concessões, enquanto “Vanitas” é uma faixa matadora, com uma cadência perfeita para headbanging. A faixa seguinte, “Inner Daze”, combina elementos groovados com toques de Stoner, criando uma mistura interessante. “Demonize” é um dos poucos pontos baixos do disco, por parecer um pouco desconexa com o restante, mas “Raging Era” logo retoma o ritmo, destacando o trabalho de bateria de Roberto, que acrescenta groove e peso.
“Haunted” traz riffs marcantes de Fernão e vocais mais arrastados de Rica, que criam uma atmosfera próxima ao Stoner/Doom, ganhando ainda mais peso na segunda metade da faixa. “Into The Darkness” e “Crossroads” mantêm a proposta da banda, com a segunda faixa mostrando um belo trabalho de baixo com interseções elaboradas, que dão uma camada extra à música em meio à intensidade. O álbum fecha com “Hard News”, outro ponto mais fraco, com Rica usando efeitos vocais em quase toda a faixa, o que pouco acrescenta à obra.
Em seu terceiro disco, o Metralion entrega com “The Rest is Silence” algo que falta a muitas bandas de Thrash: uma valorização da composição e do peso dos riffs, sem se apoiar exclusivamente na velocidade para soar Old School. O álbum é cheio de riffs bem elaborados, bateria marcante e perfeita para bater cabeça, além de letras cativantes e uma produção de qualidade. Uma grata surpresa, e que a banda continue nesse caminho.