Mist – “Free Me Of The Sun” (2018)
Soulseller Records
#DoomMetal, #StonerMetal
Para fãs de: Ghost, Candlemass
Nota: 6,0
O Ghost abriu caminho para o empoderamento do ocultismo no heavy metal que vinha caminhando para o brega e ganhou status de cult por amantes de bruxaria, invocação de feitiços, entusiastas da wicca e dos demônios. Surfando na onda criada pelos suecos, a banda eslovena Mist propôs em seu primeiro trabalho “Free Me Of The Sun” um doom metal cercado de riffs obscuros que funcionam como mantras e uma atmosfera lenta e hipnótica capitaneada pela voz de Nina Spruk.
A banda, aliás, é formada exclusivamente por mulheres, e Nina tem uma voz trêmula que combina bem com a proposta. Logo no começo em “The Ghoul” já se nota a mensagem do disco e é muito legal ver uma banda assumir uma personalidade, ter uma proposta musical diferente e paciência se alguém julgar tosco.
O problema é que alguns elementos fazem falta como por exemplo um órgão ou solos de guitarra expressivos, ou talvez um coro para dar mais grandiosidade. “Free me…” tem uma boa fundação e só faltou mais acabamento. “Ora Pro Nobis” ganha pontos pelo uso do que seria figurativamente tambores ritualísticos, trazendo estereótipos desse universo ocultista. A grande sacada é falar com um público de nicho. Nada de abraçar o mundo com as pernas. Não vai agradar a todos, mas vai agradar certamente a uma faixa do mercado.
É claro que a essência desse tipo de som é sempre o Black Sabbath e os riffs de Tony Iommi, mas o Mist conseguiu ir um pouco além, transmitindo seu recado a quem queira ouvir. Do meio para o final a sensação é que a primeira metade foi tocada de novo, mas alguns bons momentos como “December” e “Altar of You” fazem do disco de estreia das eslovenas uma audição honesta e bastante razoável.
Gustavo Maiato
