Nekus – “Death Apophenia” (2024)
Sentient Ruin Laboratories
#DeathMetal #DoomMetal
Para fãs de: Spectral Voice, Grave Upheaval, Disembowelment
Texto por Johnny Z.
Colaboração por Thiago Loureiro
Nota: 10
A banda alemã Nekus, formada em 2018 na cidade de Marburg, Hesse, é uma entidade assustadora no cenário do metal extremo. Inicialmente enraizada no Black/Death Metal, a banda evoluiu para uma abordagem mais densa e esmagadora no Death/Doom Metal. Com uma formação composta por E (baixo), Giona (guitarras e vocais), Marco Krause (bateria) e Lucas Dietrich (guitarras), o Nekus construiu uma trajetória impressionante no underground. Após lançamentos marcantes como o EP Death Nova upon the Barren Harvest (2020), o split Malevolence Evocations (2021), o aclamado álbum de estreia Sepulchral Divination (2023) e o split Ceremonial Bloodbath/Nekus (2023), a banda chega ao seu segundo álbum completo, Death Apophenia, lançado em novembro de 2024 pela Sentient Ruin Laboratories.
Gravado, mixado e masterizado por Cyphx Audio, Death Apophenia apresenta cinco faixas avassaladoras (Cadaverous Periphery, Noxious Furor, Accursed Murmur, Unutterable Prophecies e Erichthea), que somam 42 minutos de pura agonia sonora. O álbum explora temáticas líricas sombrias, como cadaverismo, fúria nociva, maldições e profecias inúteis, envolvendo o ouvinte em uma atmosfera sufocante e desoladora. Desde o início, Death Apophenia mergulha o ouvinte em um ambiente opressivo, onde cada nota, riff e batida se combinam para criar uma experiência única e esmagadora.
O uso magistral do reverb é um dos grandes destaques do álbum, criando uma sensação de opressão espacial que transporta o ouvinte para um enorme santuário subterrâneo. Cada elemento do disco foi meticulosamente trabalhado: as guitarras carregadas de feedback e distorção ressoam como sentenças de morte; a bateria de Marco Krause, com seu ritmo meticuloso, evoca uma marcha fúnebre telúrica; e os vocais de Giona, cheios de dor e desespero, complementam a atmosfera densa e sufocante. Comparado ao álbum anterior, Sepulchral Divination, o Nekus refina sua fórmula em Death Apophenia, criando um trabalho mais coeso, ambicioso e devastador.
A construção das músicas é uma mistura hipnótica de rastejos funerais e explosões avassaladoras de Death Metal. Faixas como Noxious Furor e Unutterable Prophecies se destacam por suas atmosferas desoladoras, enquanto Accursed Murmur entrega momentos de aceleração sufocante que amplificam o clima de agonia. O álbum culmina com Erichthea, cuja melodia fantasmagórica e desfecho sombrio encerram a experiência de forma magistral. As influências de bandas como Disembowelment, Spectral Voice e Grave Upheaval são evidentes, mas o Nekus consegue forjar sua própria identidade sonora, fundindo elementos de agonia e beleza grotesca.
A produção de Death Apophenia é imponente, transformando o reverb em uma ferramenta narrativa que intensifica o peso das composições. As atmosferas criadas são tão densas que fazem o ouvinte sentir como se estivesse sendo sepultado vivo em um abismo escuro e opressivo. Cada aspecto do álbum, desde a composição até a execução, foi projetado para ser esmagador, tornando Death Apophenia uma obra-prima que redefine os limites do Death/Doom Metal.
Em resumo, Death Apophenia é um álbum monumental e inescapável. O Nekus demonstra um nível de ambição impressionante ao entregar um trabalho que supera seu predecessor em todos os aspectos. A mistura de atmosferas sufocantes, produção impecável e composições hipnotizantes fazem deste um álbum obrigatório para fãs do gênero. A vida não será a mesma depois de ouvir algo tão avassalador quanto Death Apophenia. Altamente recomendado!