NervoChaos – “Ablaze” (2019)
Hammerheart Records
#ThrashMetal, #DeathMetal, #BlackMetal
Para fãs de: Possessed, Defleshed, Power Trip, Incantation, Slayer, Deicide, Kreator, Sarcófago Brasil, Sepultura (antigo)
Nota: 10
Desde o álbum anterior, “Nyctophilia” (2017), o Nervochaos incorporou de vez fortes inclinações para uma sonoridade mais Thrash Metal e, após a última demo “Of Evil And Men” (2018) – sendo que três faixas dela foram regravadas pela atual formação em “Ablaze” – , isso ficou ainda mais escancarado. Claro que a veia Death/Black Metal esmagadora que a banda sempre teve está presente, mas os andamentos das novas músicas estão, além de mais técnicos, muito mais Thrash/Death Metal do que Black Metal esporrado de antigamente. Confesso que essa sonoridade me agrada e muito, não que antigamente não fosse menos que brilhante, mas gosto mais dessa pegada não tão visceral e causticante. As influências de Kreator antigo, Deicide e Slayer são gritantes, mas o que ouvimos em “Ablaze” é algo além delas, ou seja, brutal e tecnicamente diversificado num grande Crossover diabólico com identidade própria.
Muitos andamentos de bateria, ora cadenciados ora como um trator desgovernado descendo ladeira abaixo, rifferama e paradinhas tipicamente Thrash da Bay Area, vocais sinistros e devastadores que mais parecem o diabo em pessoa vociferando em seus tímpanos com muito ódio todas letras ácidas e doentias, em 16 faixas que fazem desse pacote algo digno de primeiro mundo. Sem contar a belíssima capa que há anos a banda não mostrava um trabalho tão bonito e a produção redondinha!!
Tudo bem que a banda levanta a bandeira do underground há décadas, mas já passou da hora de verem o Nervochaos como outro gigante nacional e mundial. Não tem como fazer essa injustiça mais, acordem!
Faixas como a estupenda instrumental “Neccrocult”, que abre o disco numa espécie de Slayer mais cadenciado de “Hell Awaits” com “Season In The Abyss”, já as cacetadas “Demonic Juggernaut”, “Whisperer In Darkness” e “Into Nightside” são Deicide purinhas, a sinistra “Feast Of Cain” lembra muito coisas do Sepultura no “Beneath The Remains” principalmente nas melodias de guitarra de seu início, “Death Rites” e “Cave Bestiam” já nos remete a algo mais arrastado do Kreator de “Coma Of Souls” inclusive nos solos, “Mors Indecepta” é uma agressão na sua forma mais bruta trazendo o Cannibal Corpse rapidamente a cabeça. Algumas faixas com passagens mais modernas saltaram aos ouvidos como é o caso de “My Dues”. Acho que as únicas faixas que eu não citaria como destaque são as três pequenas introduções apocalípticas (risos), que mesmo sendo introduções cumprem o seu papel por incrível que pareça. Sempre pulo introduções, mas essas não consegui!
A banda não só conseguiu unir e intercalar o lado old school e underground do Death/Thrash/Black Metal com o lado mais atual/moderno da música extrema como também mostrou que existe a possibilidade de ambas sonoridades caminharem de mãos dadas. Coisa que só gênios conseguem!
Não tenho a menor dúvida que a base de fãs da banda vai aumentar exponencialmente com esse estupendo lançamento, pois ele mostra como o Metal era, é e sempre será algo engrandecedor e cativante.
Vale citar que a formação atual da banda, que conta com Edu Lane (bateria) (como esta marretando sem dó esse homem, pqp!!!), Guiller (vocal/guitarra), Diego Mercadante (vocal/guitarra) (baita guitarrista!) e Thiago Anduscias (baixo) é, sem sombra de dúvidas, a mais técnica, diferenciada e impactante de todas as zilhões de outras anteriores! Como esses caras tocam! Trabalho pessoal de cada músico não teria como ser definido como outra palavra: magistral! Da mesma forma que o produto final! Sem mais!
Johnny Z.