Patriarkh – “Prophet Ilja” (2025)

Prophet Ilja
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Patriarkh – “Prophet Ilja” (2025)

Napalm Records | Shinigami Records
#BlackMetal #AtmosphericBlackMetal #FolkMetal

Para fãs de: Mgla, Rotting Christ, Saor

Texto por Lucas David

Nota: 9,0

Para qualquer um que acompanhe o Black Metal e tudo que gira em torno dele, os conflitos internos do Batushka se assemelham muito aos dramas de novelas de TV. Depois de causar um alvoroço enorme na cena com Litourgiya (2015), as disputas sobre direitos de propriedade entre o fundador e principal compositor, Krzysztof “Derph” Drabikowski, e o vocalista Bartłomiej Krysiuk destruíram toda a mística em torno da música e do grupo. Após as batalhas judiciais, Derph manteve o nome, mas a essência do Batushka encontrou um novo meio de se espalhar com o renascimento do Patriarkh e a visão artística de Krysiuk.

Buscando corrigir os erros do pouco inspirado, mas relativamente bom Hospodi (2019), Prophet Ilja é essencialmente um recomeço forte e gratificante para Krysiuk e a banda que o acompanha, estabelecendo o Patriarkh como um nome a ser reconhecido.

O conceito central do disco gira em torno do autoproclamado profeta Eliasz Klimowicz, que liderou a seita ortodoxa Grzybowska na região de Podlasie, na Polônia, durante as décadas de 1930 e 1940. A introdução “Wierszalin I” cria a atmosfera em torno da figura do profeta e prepara o terreno para “Wierszalin II”, um ótimo exemplo do que encontramos no restante do álbum. Um poderoso riff de guitarra explode nos alto-falantes, acompanhado por uma bateria pesada, enquanto os cânticos corais soam melhor do que nunca, estabelecendo a base para os vocais rasgados de Krysiuk.

Outro grande destaque fica por conta de “Wierszalin IV”, que utiliza instrumentos folk e conta com os vocais femininos de Eliza Sacharczuk, brilhando intensamente enquanto a faixa cresce até mergulhar em um Black Metal implacável, marcado por vocais cortantes, riffs gélidos e um baixo extremamente pesado. Já “Wierszalin V” apresenta novamente vocais característicos do Black Metal, aliados a uma metralhadora de blast beats que alterna entre passagens um pouco mais lentas, sem nunca perder a intensidade, retornando ao ataque implacável. Some a isso um coro magnífico nos momentos certos e uma guitarra feroz, e temos aqui, sem sombra de dúvida, a melhor faixa do disco.

De fato, onde Prophet Ilja realmente brilha é quando busca ser original, sem tentar replicar os méritos alcançados por Litourgiya dez anos atrás. Em 2015, o Batushka apresentou o que parecia um momento decisivo no Black Metal, inspirando inúmeras bandas a explorarem o universo ortodoxo oriental em suas músicas nos anos seguintes. Em vez de simplesmente colher os frutos desse legado, o Patriarkh focou no essencial: a música – que, no fim das contas, é o que realmente importa – e seguiu sua própria direção.

Prophet Ilja é tudo o que poderíamos esperar de uma banda que se mostrou mais do que capaz de continuar impressionando o mundo e servindo como uma introdução à mente criativa de Krysiuk. Com uma excelente capa e uma atmosfera altamente envolvente, Prophet Ilja é um dos grandes destaques de 2025.

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