Artista principal: Phil X
Local: Teatro Prudential, Rio de Janeiro/RJ
Data: 30/09/2019
Produção: OnStage Agência
Assessoria: Tedesco Comunicação & Mídia
Texto por Marcelo Vieira
Fotos por Gustavo Maiato
Menos de vinte e quatro horas após ajudar um Jon Bon Jovi de voz vacilante a encerrar de maneira incendiária o primeiro fim de semana do Rock in Rio, o guitarrista Phil X realizou, no Teatro Prudential – outrora Teatro Bloch, no revitalizado Edifício Manchete, prédio cuja história se confunde com a do jornalismo e da televisão no Brasil –, uma guitar clinic que, conforme o tempo foi passando, adquiriu contornos mais de bate-papo/entrevista coletiva que de qualquer outra coisa.
Apesar do público que praticamente esgotou os assentos do local ser composto basicamente por guitarristas, desde iniciantes até alguns mais cascudos e conhecidos na cena carioca, ninguém estava lá para tirar dúvidas sobre campo harmônico, captadores ou pedais de efeito. Tudo bem que Phil, à medida que tocava exemplos de seu repertório, com ênfase total no seu trabalho com o The Drills, explicava uma coisa ou outra, mas é o tipo de conhecimento que é preciso tomar nota e praticar para se assimilar.
Mesmo com a presença de um intérprete, todos que puderam fazer suas perguntas ao astro arriscaram fazê-las em inglês, com resultados mistos. Diversificados também foram os assuntos abordados: o começo da trajetória de Phil, como músico de estúdio em Los Angeles; o fato de ter sido descoberto para cobrir Richie Sambora no Bon Jovi através dos vídeos que publicava no YouTube – o guitarrista acredita na eficácia da plataforma, apesar de reconhecer que nela também existe “muita merda” –; a influência de músicos como Eddie Van Halen na sua maneira de tocar – “aprendam: inspiração é uma coisa, copiar o seu ídolo é outra” – e a importância da presença de palco: “Não adianta nada saber tocar se você não souber também performar […] O único fator que pode impedir você de fazer um excelente show é você mesmo.”
Ao ser perguntado por este que vos escreve sobre o vindouro álbum do Bon Jovi, X foi, no mínimo, evasivo. “Não posso dar muitos detalhes, mas posso dizer que o disco está quase pronto.” Podemos esperar maior participação sua nas composições? “Entenda: no The Drills, eu sou o motorista. No Bon Jovi, é o Jon.” Para bom entendedor, meia palavra basta.
Agora, por mais que pareça condenado (?) ao status de hired gun, o guitarrista, seja pelo carisma, seja pela dedicação, é peça fundamental ao BJ atual, sobretudo ao vivo. Os mais saudosistas, obviamente, tenderão a torcer o nariz, em luto eterno pela saída de Sambora, cujos backing vocals, sim, fazem falta. Ao vivo, X toca o mais fielmente possível às gravações, apesar de ser incrivelmente econômico no que diz respeito aos equipamentos: “Em noites que não tocamos ‘Always’ ou ‘Bed of Roses’, meu pedalboard se resume a dois overdrives.”
No medley de encerramento, Phil toca alguns de seus solos favoritos: “Crazy Train”, “Hotel California”, algo de Led, algo de AC/DC. Melhor que isso só o meet & greet gratuito que rolou na saída, onde tirou fotos com todos que puderam esperar e autografou inclusive o “This House is Not for Sale” deste aqui. De malas prontas para o Peru, para a etapa final da turnê sul-americana, X deixou a ideia no ar: “Quem sabe alguém não convida o The Drills para vir ao Brasil…”. Quem sabe…!
O Metal Na Lata agradece à OnStage Agência e à Tedesco Comunicação & Mídia pela parceria e pelo credenciamento. E por que não pelos lindos copos que recebemos na abertura do evento também? Baita de um souvenir!