Sacrifix – “Killing Machine” (2003)

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Sacrifix – “Killing Machine” (2003)

Impaled Records | Sangue Underground Records | Gerunda Produções | Artes Negras | Rocketz Records | Cossoco Records | Gate Of Doom Records
#ThrashMetal #OldSchoolThrashMetal #SpeedMetal

Para fãs de: Destruction, Sodom, Slayer, Exodus, Testament, Megadeth, Annihilator, Kreator, Overkill

Texto por Johnny Z.

Nota: 10

O cenário do Thrash Metal brasileiro está atualmente em um momento de grande destaque, e quem afirmar o contrário está enganado. Um exemplo notório disso é o álbum “Killing Machine” da banda Sacrifix, originária de São Paulo. Este álbum foi lançado recentemente, e é um reflexo da realidade atual da indústria da música, onde parcerias com inúmeras gravadoras (como mencionadas acima) se tornam mais comuns. Isso demonstra que as grandes gravadoras muitas vezes se concentram em investir em artistas e projetos já consolidados, buscando garantir um retorno financeiro. Entendo que esse é um aspecto inerente ao mundo dos negócios, mas não deixa de ser um motivo de lamento, uma vez que, a médio (ou seria curto?) prazo esses medalhões não mais estarão conosco.

Inspirada por gigantes do gênero, como Exodus, Overkill, Destruction e Slayer, a banda entrega um espetáculo sonoro primoroso, visceral e agressivo.

A experiência auditiva proporcionada por este álbum é uma jornada repleta de fúria que tem início com a faixa inicial “Age of Doom/Killing Machine”. Esta faixa começa com uma introdução melódica nos moldes do grande Judas Priest, mas rapidamente se transforma em uma hecatombe sangrenta na faixa-título. A pancadaria de “Guided by God” vem na sequência como uma serra elétrica ligada no meio de um tumulto, complementada por um solo de guitarra maravilhoso que evoca os mestres do Slayer.

“Raped Democracy”, “Dark Zone” e “Thrash Again” continuam a manter o ritmo frenético, alternando entre momentos cadenciados e explosões de pura velocidade. Nesse ponto, o ouvinte mais atento já percebe claramente a evolução da banda em relação ao seu álbum de estreia, “World Decay 19” (2020). As composições se tornaram mais encorpadas, técnicas e brutais, e os vocais deram um salto de qualidade, com nuances que lembram, aqui e ali, facetas como o vocal de Bobby Blitz, do Overkill.

O álbum atinge seu auge com a sombria “Rotten”, que se destaca como uma de suas melhores faixas.

O álbum como um todo mantém a pegada furiosa, cumprindo com excelência a promessa de entregar um Thrash Metal de alta qualidade, sem se desviar para modernidades, mantendo o estilo o mais puro, bruto e original de fábrica possível.

Vale ressaltar o esmero de Frank Gasparotto (vocal/guitarra) na criação de riffs e melodias furiosas, que remetem a bandas mais do universo Speed Metal – ou proto-thrash – como Angel Witch, Exciter, Venom, além de algumas influências do Anthrax e Megadeth em seus primeiros anos de carreira.

“Killing Machine” é uma explosão de intensidade thrash que mergulha de cabeça em temas provocantes, explorando assassinos em série, ficção, violência, uma sociedade envolta em ganância e caos, e a fé cega na religião. Além disso, traz uma crítica diversificada, mas fervorosa e raivosa (ainda mais acentuada em comparação com o álbum anterior) à sociedade em que vivemos.

Se você está em busca de Thrash Metal de alta qualidade, “Killing Machine” é a escolha certa. Este lançamento tem tudo para figurar no topo das listas de melhores do ano, a menos que você esteja vivendo em uma bolha de conformismo, é claro.

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