Watain – Carioca Club, São Paulo/SP (18/01/2019)

watain_2019
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Banda principal: Watain
Local: Carioca Club Pinheiros, São Paulo/SP
Data: 18/01/2019
Produção: Overload
Assessoria: The Ultimate Music

Texto e fotos por Wallace Magri

Uma pena que tão poucas pessoas tenham aparecido para prestigiar o show do Watain em São Paulo. Afinal, a mim parece ser uma das poucas bandas contemporâneas que envergam, com verdade, a bandeira daquele Black Metal tradicional, ou seja, com temática satânica, show todo trabalhado como uma missa negra e música acima da média na linhagem do estilo.

Sempre curti Black Metal, embora nunca tenha me tornado um troozão da bagaça – até porque, no Brasil, ser este tipo de fanático na essência do termo é complicado, a 40 graus Célsius. No entanto, se a banda saiu da Suécia para espalhar sua palavra no Brasil, o mínimo que os aficionados deveriam fazer é comparecer ao culto. Mas parece que deviam estar no litoral pegando um bronze em suas barrigas satânicas…

Assim,  pouco mais de 500 fanáticos se deram ao trabalho de comparecer e, claro, com o perdão do trocadilho, o clima esfriou, e a banda acabou fazendo uma apresentação apenas correta, dentro de seus padrões. Ou seja, tudo muito técnico e correto, sem aquele algo a mais.

De todo modo, os clássicos estavam lá, desde a abertura, com  “Storm Of The Antichrist”, baita paulada na moleira, muito bem executada, até o fechamento, com a impagável “Serpent’s Chalice”, irrepreensível.

Como disse, a banda é muito técnica e já começou a temporada de shows de 2019 bem afiada e contando com excelente presença de palco, atitude e energia – enfim, fizeram sua parte. No entanto, parecia que o público estava frio – em plenos 30 graus noturnos –  sendo que sequer abriram um círculo para um moshpit apropriado, coisa de dar vergonha mesmo. Ouvi alguém gritando na plateia “É um show de sertanejo? Cadê o moshpit?”. Ele estava certo, mas, enfim, uma andorinha apenas não faz verão (ou um urubu apenas não dá infestação).

Importante salientar que se tratava de um momento histórico para o Black Metal undeground no Brasil.; mas parece que, a maioria dos seguidores do estilo, já haviam gastado suas reservas no show do Dimmu Borgir, ocorrido há alguns meses. Sim, daquela banda que a maioria dos “troozões” acusam de traidora do movimento…

Mas, o que importa é que eu – e outros chapados – estávamos lá, batendo cabeça e levantando nossos chifres ao som de “The Child Must Die”, “Sacred Damnation” e outros clássicos da banda, regados a muito peso e correção por parte da banda.

E, todos os presentes ao ritual, se rendiam aos versos satânicos – a razão de ser dessa porra toda – de “Malfeitor”:

“For I am begotten of the virgin whore
As truth and torment, priest and warrior
Now behold as I pervert and destroy their law
As the image of my philius moists the labia of shekinah
For dark are the desires that dwell within my heart
And the devil is in my kiss…”

E, foi assim que começamos o ano de 2019 de Jesus Cristo, com uma ducha de água fria no show dos já gélidos suecos, que deixaram o palco sem executar os encores, encurtando  a apresentação,  na medida da baixa receptividade que tiveram em nossa Terras.

Se foi pelo preço alto dos ingressos, pelo show curto e com apenas uma atração, isto eu não sei. Mas, se foi por isso, que os promotores organizem a vinda desses ícones do BM Sueco melhor da próxima vez, para que possamos recebê-los com uma autêntica celebração satânica. E, para os “troozões” que não apareceram, espero que pelo menos o sol estivesse da hora no Guarujá…

Setlist:

Storm Of The Antichrist
Nuclear Alchemy
The Child Must Die
Puzzles Of Flesh
Furor Diabolicus
Sacred Damnation
Underneath The Cenophat
Malfeitor
Towards The Sanctuary
Sworn To The Dark
Serpent’s Chalice

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