Weight of Emptiness – “Conquering The Deep Cycle” (2019)
Australis Rec
#ProgressiveDeathMetal #MelodicDeathMetal #DeathDoomMetal #MelodicDoomMetal
Para fãs de: Hadriel, Loneshore, Omnium Gatherum, Paean, Opeth
Nota: 9,0
Sim, mais uma banda chilena de Doom Metal, e não, isso não é problema, pelo contrário, é sempre uma honra e deverás gratificante poder explorar e claro, conhecer mais bandas de um país com uma das tradições mais fortes e genuínas dentro daquilo que se entende por Doom Metal (e tentáculos).
O Weight Of Emptiness nasceu em 2015 e em 2017 debutou com o excelente, “Anfractuous Moments For Redemption”, disco esse, que apesar de se valer de alguns clichês do gênero e referências óbvias, foi além da expectativa, possuindo inteligência, força e criatividade – Melodic Doom, Death e Progressive Metal quando bem trabalhados e tendem a ter bons resultados e assim foi.
“Conquering The Deep Cycle” é antes de mais nada, um trabalho ousado, ambicioso, minucioso e por mais assustador que possa parecer, ele é moderno, cheio de substância e frescor. A produção é uma das melhores que já contemplei, a nível de primeiro mundo, sem dúvidas; equilibrada e limpa, os arranjos são intrigantes e complexos, mas ao mesmo tempo, delicados e sutis, sem vultos de monotonia ou aquela sensação de artificialidade.
Há um diálogo natural entre a engenharia do Prog, o Doom e o Melodic Death Metal, se completando, se fundindo e criando momentos e mais momentos simplesmente memoráveis, “Chucao” é um exemplo de tal diálogo, dinâmica e bruta e que vai sem aviso e sem traumas para um panorâmico solo melódico – o termo bom gosto reina absoluto por todo o decorrer do disco.
A abertura com “Invisible Mind Workers”, é de tirar o fôlego, um tutorial de como compor algo complexo e cativante sem precisar recorrer as tão pertinentes e chatas, apelações instrumentais. “Lamentos”, “Two Tears Alone” e “The Flame”, são mais alguns exemplos excelsos da qualidade que o Weight Of Emptiness possui. Por falar em qualidade, o baterista Mauricio Basso e o vocalista Alejandro Ruiz desempenham seus papéis com maestria – o primeiro pela precisão e técnica, e o segundo pela versatilidade e atuação ímpar. Desnecessário citar o invejável trabalho nas seis cordas, Juan Acevedo e Alejandro Bravo são impecáveis em seus devidos postos.
“Conquering The Deep Cycle”, é no bom sentido, um álbum monstruoso, poderoso e inspirado. Em tempos de modernidade líquida, amnésia criativa e qualidade morrendo por inanição, ouvir um álbum com esse nível de profissionalismo chega a ser uma dádiva.
Post scriptum: Ouçam “Eleven Ravens”!
Fábio Miloch