Alice In Chains – “Sap” (1992)
Columbia Records
#AlternativeRock, #Grunge
Para fãs de: Blind Melon, Mudhoney, Pearl Jam
Nota: 10
Quando saiu em 4 de fevereiro de 1992, “Sap” pegou todo mundo de surpresa. O formato semi acústico, a introspecção atingindo níveis até então inéditos no chamado rock de Seattle, letras depressivas cantadas com o sarcasmo de quem ria da cara de uma morte anunciada – neste EP, o Alice in Chains revela uma identidade difícil de notar em “Facelift” (1990), mas que ressoaria em todos os seus trabalhos posteriores, inclusive nos três lançados após a morte do vocalista Layne Staley (1967-2002).
Além de mostrar ao mundo o diferencial do Alice in Chains em relação a seus contemporâneos – traduzido na sintonia inigualável entre as vozes de Staley e do guitarrista Jerry Cantrell –, “Sap” mostrou que mesmo em começo de carreira, a rapaziada já era bem-relacionada no meio artístico: Ann Wilson, do Heart, fornece a voz feminina em “Brother”, conferindo uma camada adicional de desespero à letra de Cantrell sobre como o divórcio dos pais o separou de seu irmão mais novo. Quem também dá as caras é Chris Cornell (1964-2017), do ainda pouco conhecido Soundgarden. Ele e Mark Arm, do Mudhoney, participam de “Right Turn”, música adequadamente creditada a Alice Mudgarden. O repertório traz ainda “Got Me Wrong”, que se tornaria um hit em menor escala dois anos mais tarde graças à inclusão na trilha sonora do filme “O Balconista”.
Relançado em 1995, “Sap” finalmente atingiria as 500 mil cópias vendidas, recebendo disco de ouro – status que ostenta até os dias de hoje. Se na Bíblia do Rock houver livro dedicado à importância dos EPs, pode confiar que esse aqui é digno de um capítulo à parte.
Marcelo Vieira