Marilyn Manson – “One Assassination Under God – Chapter 1” (2024)

Marilyn Manson
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Marilyn Manson – “One Assassination Under God – Chapter 1” (2024)

Nuclear Blast Records | Shinigami Records
#IndustrialMetal #AlternativeRock #NuMetal

Para fãs de: Rob Zombie, Nine Inch Nails, Ministry, Static-X

Texto por Lucas David

Nota: 10

Muitos músicos constroem suas carreiras em cima de polêmicas, buscando parecer ou soar mal, perigosos e ameaçadores para a sociedade (muitas vezes conservadora). Assim, acabam gerando lendas e rumores a seu respeito. Muitos não se importam e até se aproveitam dessa imagem de vilão, construindo seu sucesso com base nela, como é o caso de Marilyn Manson. Muito além de sua música, a imagem do artista é amplamente reconhecida, tanto dentro quanto fora do rock, tornando-se parte de uma cultura em que alguns o odeiam enquanto outros cultuam sua figura.

Ultimamente, o músico tem se envolvido em diversas controvérsias, e todos que estão lendo esta resenha provavelmente já sabem a quais me refiro. Portanto, deixo claro que essas questões não serão abordadas aqui. O que importa para nós é a música, e acreditamos na separação entre obra e artista. Dito isso, vamos ao que realmente interessa: o lançamento do 12º álbum do polêmico músico, “One Assassination Under God – Chapter 1”, o primeiro via Nuclear Blast Records.

“One Assassination Under God – Chapter 1” chega quatro anos após “We Are Chaos” (2020) e apresenta um Manson mais maduro, com vocais bem executados e letras afiadas, características marcantes de sua trajetória. Ao seu lado, temos o guitarrista e produtor Tyler Bates, que trouxe uma nova roupagem ao som da banda (ele já havia produzido outros dois discos, “The Pale Emperor” (2015) e “Heaven Upside Down” (2017), além de ter tocado baixo e teclado neste novo), e o baterista Gil Sharone. Juntos, entregaram nove canções fortes, cruas, com ótimos refrãos e capazes de acertar um soco na cara dos críticos.

Abrindo o disco, temos a faixa-título, que começa com um ritmo mais arrastado, ótima melodia e uma letra forte sobre pessoas que te abandonam, não merecem respeito e “nem que se diga o nome delas”. A música assume um tom mais pesado no meio, com a bateria comandando o ritmo e o uso de bumbos duplos.

Na sequência, “No Funeral Without Applause” evoca o espírito de “Mechanical Animals” (1998), com um refrão pegajoso e um tom bem oldschool. Já “Sacrilegious”, um dos singles, desponta como uma das melhores do disco. Seu ritmo dançante e cheio de groove, aliado à letra provocativa, traz momentos marcantes como: “Você não pode cuspir na cara de Deus enquanto tenta usar a sua coroa” e “Você é aquele que precisa ser salvo”.

“Death Is Not A Costume” tem uma pegada gótica, quase pós-punk, com muito groove e um refrão que gruda na cabeça. Outro destaque com influências pós-punk é “Meet Me In Purgatory”, que traz um baixo marcante e ritmo dançante, além de mais um ótimo refrão. Manson questiona ao final:

“Você vai ficar ao meu lado
Ou vai se juntar a eles?
O que você fará
Quando vierem me matar?”

Como último destaque, “Raise The Red Flag”, outro single do disco, chama atenção por sua intensidade. Seu riff pesado, bateria marcante e refrão poderoso remetem a clássicos como “Disposable Teens”, tornando-a uma das melhores faixas de Manson até hoje.

Depois de um longo período sem novos lançamentos e envolvido em diversas controvérsias, Marilyn Manson retorna com força total em “One Assassination Under God – Chapter 1”. O disco demonstra sua capacidade de se reinventar enquanto preserva sua essência provocativa e marcante. Para este que vos escreve, trata-se de um novo clássico na discografia do autointitulado vilão do rock.

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