Annihilator – “Triple Threat” (2017)
UDR Music
Nota: 7,5
Bandas de Heavy/Thrash Metal gravando álbuns acústicos podem soar inoportunos, ou então, uma forma de disponibilizar novo material no mercado para manter a banda em evidência enquanto a inspiração não vem para novas composições. É inegável que num primeiro momento o simples impacto de sabermos que uma banda poderosa como o Annihilator poderia se aventurar por este caminho é no mínimo preocupante.
Se no álbum anterior, o mediano “Suicide Society”, Jeff Waters mostrou-se não tão inspirado, aqui ao menos tentou inovar lançando releituras de grandes clássicos. Porém, como bem sabemos, é muito complicado remexer em material clássico, ainda mais quando falamos em uma banda Heavy/Thrash Metal que possui fãs tão conservadores, e por vezes, até radicais ao extremo. Coragem aqui não faltou para o carismático guitarrista canadense, mas ser corajoso nem sempre representa uma vitória, correto? Neste caso, ao menos, essa afirmação mostra-se mais verdadeira do que nunca.
Faixas como “Sounds Good to Me”, “In the Blood” e “Phoenix Rising” até ficaram razoavelmente interessantes, mas muito pouco perto do que podemos esperar de um novo lançamento que ostenta um nome como o do Annihilator.
Mas para quem não sabe, o álbum não é só acústico. O outro CD/DVD é a apresentação ao vivo no “Bang Your Head Festival” em 2016; aí sim, temos aquela banda furiosa despejando clássicos eternos e espetaculares como “Set the World on Fire”, W.T.Y.D.”, “Never, Neverland”, “Alison Hell” e “Phantasmagoria”. Aqui tudo é de primeira: gravação, tracklist/set list, o entrosamento com o seu atual parceiro das 6 cordas, o guitarrista Aarom Homma. Nesse seria uma inevitável nota 10!
O DVD (também disponibilizado em formato Blu-Ray) traz além dessas duas performances citadas acima, um mini documentário com Jeff Waters comentando as versões acústicas, além de responder perguntar de fãs, ou seja, material indispensável para os colecionadores de carteirinha.
Pessoalmente falando, gostaria de mais uma pedrada de inéditas vinda de Jeff Waters e cia., e honestamente essa ideia de um álbum acústico é um tanto difícil de digerir. Mas vê-lo em ação ao vivo, sempre é uma experiência fantástica para os amantes do bom e velho Thrash Metal. Que o próximo trabalho de inéditas não demore, e com ele, grandes composições reapareçam. A banda tem crédito suficiente pra dar uma “pisadinha na bola” aqui, outra ali, e nos resta torcer pra vermos os caras em ação por muitos anos ainda. Afinal, o Heavy Metal não pode morrer jamais! Amém…
Mauro Antunes