Cancer – “Inverted World” (2025)
Peaceville Records | Shinigami Records
#DeathMetal #OldSchoolDeathMetal #ThrashMetal
Para fãs de: Death, Massacre, Morbid Angel
Texto por Lucas David
Nota: 9,0
Como todo fã de Death Metal dos anos 90 sabe, o Cancer foi um dos grandes nomes do gênero, e seus primeiros trabalhos são reverenciados até os dias de hoje. Porém, após um tempo, a banda entrou em hiato e, mesmo com algumas reuniões e novos lançamentos, esses não tiveram o mesmo impacto dos clássicos “To the Gory End” (1990) e “Death Shall Rise” (1991).
De volta à ativa desde 2013, o Cancer demonstrou estar em busca de recuperar a velha forma com o lançamento de “Shadow Gripped” (2018), que trouxe ótimas faixas e bastante inspiração. Agora, em 2025, a banda retoma o espírito old school de fazer Death Metal e nos entrega o excelente “Inverted World”, lançado via Peaceville Records.
É importante ressaltar que o Cancer sempre teve um estilo único, conseguindo se diferenciar — e se destacar — entre tantas outras bandas da época. Aqui, não é diferente. “Inverted World” carrega a sujeira dos velhos tempos, com riffs cascudos e pesados, mas com uma produção limpa e robusta, que deixou o som ameaçador e cheio de atitude.
O disco abre com “Enter the Gates”, um arrasa-quarteirão com riffs de Thrash Metal, bateria potente e os vocais de John Walker acertando na dose dos guturais, sem dever nada ao que fazia antigamente. Em determinado momento, a faixa atinge uma velocidade absurda e ainda apresenta um solo matador.
“Until They Died” mantém o peso absurdo, com uma bateria cheia de viradas e riffs ainda mais cavernosos — além de mais um solo de derreter a face. A faixa-título repete a dose e te faz fazer aquela stank face desde o início, graças ao ritmo e à sujeira do riff principal. As guitarras são o grande destaque aqui, com passagens marcantes e solos incríveis.
Para os que esperam a velocidade para bater cabeça e iniciar os mosh pits, “Test Site” cumpre esse papel com um ritmo sufocante e uma ótima dose de Thrash Metal. Encerrando o disco, “Corrosive” reúne um pouco de cada música anterior, numa mistura que te faz querer repetir a faixa assim que ela termina. O título realmente faz jus ao conteúdo — tudo aqui parece corroer você por dentro, com ótimos riffs e solos, um baixo pulsante e na cara, e uma bateria que pune os ouvidos.
O Cancer encontrou o ponto exato entre o clássico e o moderno, com o Death Metal sem misericórdia e sem firulas de volta ao centro de tudo. “Inverted World” é um prato cheio para os fãs antigos da banda e um ótimo convite para os novos, especialmente os que buscam um disco bem executado, feito como manda a cartilha.