Ghost Bath – “Rose Thorn Necklace” (2025)

Ghost Bath - Rose Thorn Necklace
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Ghost Bath – “Rose Thorn Necklace” (2025)

Nuclear Blast Records | Shinigami Records
#BlackMetal #PostBlackMetal #DepressiveBlackMetal

Para fãs de: Shining, Deafheaven, Thy Light, Silencer

Texto por Lucas David 

Nota: 10

Dentro do rock e do metal, podemos encontrar as mais diversas belezas nas músicas — seja nas melodias do Power Metal, nas baladas do Hard Rock ou na melancolia do Gótico. Porém, existe um outro lado igualmente belo, sustentado pelo desespero, pela solidão e pelo abismo — e é nesse cenário que se encontra o Ghost Bath.

A banda nunca se prendeu unicamente a um estilo, embora seu som tenda a transitar pelo Post-Black Metal e pelo Depressive Black Metal, algo que se torna ainda mais evidente em seu mais recente lançamento, Rose Thorn Necklace. O álbum possui uma beleza assustadora, presente tanto nas melodias cativantes e faixas instrumentais quanto nos uivos carregados de dor e amargura dos vocais de Nameless (Dennis Mikula). Outro ponto que distancia a banda do Black Metal tradicional é a capa do disco: com cores vivas, ela foge dos padrões estéticos do gênero, ao mesmo tempo em que apresenta uma arte lindíssima, com toques equilibrados de fragilidade e horror.

Após a intro Grotesque Display, em que um sintetizador cria uma atmosfera épica acompanhada de um belíssimo piano, a faixa-título revela uma faceta mais refinada da banda. A música apresenta acordes vibrantes, transbordando emoção e drama. Os vocais soam como um grito desesperado no vazio, enquanto as guitarras constroem uma onda de harmonias que hipnotiza o ouvinte.

Na sequência, Well, I Tried Drowning se destaca como uma verdadeira obra-prima do Black Metal. Com sintetizadores fantasmagóricos, uma bateria que alterna entre blast beats e viradas incríveis, e uma letra impactante — não recomendada para todos os ouvintes —, a faixa expressa beleza mesmo em meio ao desespero e à morte.

Thinly Sliced Heart Muscles contrasta com seu título desagradável ao se revelar uma faixa instrumental belíssima. Os sintetizadores voltam a marcar presença, oferecendo um respiro, uma brisa suave após o ataque feroz da música anterior.

Fechando o disco, temos Throat Cancer, uma faixa que, apesar do título brutal, apresenta um andamento mais lento e vocais ainda mais desesperados e gritados — algo que remete ao que bandas como Silencer e Shining exploram em seus trabalhos. A canção é um excelente exemplo de DSBM, misturando dor, sofrimento e desespero em algo belo, único e tocante, como se cada nota fosse criada para destruir qualquer resquício de esperança.

Mesmo sendo sombria e deprimente, a música do Ghost Bath é movida tanto por admiração e beleza quanto por propensões suicidas. Rose Thorn Necklace é, sem dúvidas, o disco mais coeso da carreira da banda, e a maneira como ele hipnotiza — seja pela doçura ou pelo terror — o torna um dos grandes lançamentos do ano.

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