Canedy – “Warrior” (2020)
Sleaszy Rider Records
#HeavyMetal
Para fãs de: The Rods Fan Page, Anvil, Raven
Nota: 9,0
É do sempre falastrão Steve “Lips” Kudlow (Anvil) a melhor declaração feita até agora sobre “Warrior”, novo disco do Canedy, banda chefiada pelo baterista do The Rods, Carl Canedy, que será lançado em julho: “Foi ótimo finalmente ouvir algo que não me desse vontade de desligar [o som] nos primeiros dez segundos.” De fato, a vontade de desligar o som inexiste no transcorrer do disco, que contesta a máxima atribuída a John Fitzherbert: cachorro velho aprende truque novo, sim, e Carl é a prova mais recente disso.
O som aqui é encorpado, embebido na modernidade que fez de “For the Love of Metal” (2018), último trabalho de Dee Snider (Twisted Sister), um discaço. A bateria, já normalmente espancada sem dó nem piedade, soa ainda mais explosiva, fornecendo junto ao baixo de Tony Garuba uma base sólida para Charlie Russello pintar e bordar em riffs e solos (inclusive de alto teor masturbatório) cuja inspiração varia entre o velho e o novo. Nos vocais, Mike Santarsiero (ex-Totally Lost Cause) demonstra uma versatilidade que só cantores que se garantiriam em outros gêneros musicais possuem. Ouça “Hellride”, tente contar os diferentes registros e falhe miseravelmente.
Aliás, o bumbo duplo dessa (e de muitas outras) é uma verdadeira salva de tiros de canhão, digna de mandar alto falantes pelos ares. O responsável por isso tem nome e sobrenome: Chris Collier, que assina a mixagem, é figura conhecida no mundo do metal por trabalhos de excelência ao lado do Prong e do Korn. Ao cara, os louros da vitória, pois sem saber que era possível dar forma a um disco ora tradicional, feito sob medida para fundamentalistas de moto clube, ora contemporâneo, quase nada ancorado na veia saudosista proposta pelas lideranças da chamada New Wave Of Traditional Heavy Metal, ele foi lá e fez.
Marcelo Vieira