Celtic Frost – “To Mega Therion” (1985) (Relançamento 2024)

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Celtic Frost – “To Mega Therion” (1985) (Relançamento 2024)

Noise Records | Dynamo Records | Classic Metal Records
#DeathMetal #BlackMetal #ThrashMetal #GothicMetal

Para fãs de: Hellhammer, Bathory, Venom, Sodom

Texto por Ricardo L. Costa

Nota: 10

Você, estimado leitor, que é um entusiasta de música, digamos, controversa, certamente já se deparou com essa capa em algum lugar; caso contrário, você é só um aventureiro infiltrado tentando ser aceito em um mundo ao qual não é digno de pertencer.

A icônica e sombria obra do artista suíço H. R. Giger, intitulada “Demon I”, ilustra a capa do primeiro disco completo do Celtic Frost, “To Mega Therion” (85), onde podemos acompanhar uma evolução considerável na sonoridade da banda em relação aos dois primeiros eps (“Morbid Tales” e “The Emperor’s Return”), além de já conquistar uma reputação inabalável no circuito underground.

Tom Warrior (vocal e guitarra), Dominic Steiner (baixo) e Reed St. Mark (bateria), como um bom trio entrosado que eram, compuseram um álbum onde prevalecia algo mais diversificado, com momentos em que a melodia macabra se confluía com a verve mais técnica, deixando a sonoridade ainda mais encorpada. Adicionemos a isso o uso muito convincente de efeitos sonoros e orquestrais, o que permitia uma atmosfera por vezes grandiosa, mas nunca fugindo da real intenção inicial, que era dar vida e forma à primeira onda do Black Metal mundial.

“To Mega Therion” não é de absorção tão simplificada quanto seus antecessores, pois observamos já um fôlego renovado pendendo para o gótico, para o lúgubre, mas ainda de forma discreta, não descaracterizando ou desconstruindo sua personalidade brutal e sombria. O tratamento sonoro conferido na produção já é de uma melhora evidente, deixando tudo muito mais destacado, mais impactante, esteticamente quanto musicalmente.

Tom Warrior começava a fazer escola, tornando-se referência absoluta em termos de vocal extremo. Provavelmente não existiria John Tardy (Obituary), Martin Van Drunnen (Asphyx), ou qualquer outro vocalista do gênero sem o seu apadrinhamento, ainda que indiretamente. Seus urros de alma imolada nos confins do inferno são únicos e arrebatadores, causando os mais gélidos calafrios até nos ouvintes mais experientes.

“To Mega Therion” é um genuíno compilado de riffs pesados, densos, atmosféricos e, por conta disso, eficazes. Dificilmente, mesmo após quase 40 anos de seu lançamento, encontramos algo tão rude e, ao mesmo tempo, tão belo como temos aqui nos dias atuais. Abrilhantando todo o contexto extremo, temos a cozinha primorosa de Dominic e Reed, que incorpora ainda mais peso e substância às composições. Esse disco não é só um mero registro fonográfico, mas sim um evento a ser lembrado por toda a eternidade.

A introdução instrumental “Innocence and Wrath” pontua o tom atmosférico e pomposo que prepara o ouvinte para o massacre de “The Usurper”. Daí por diante, é um linchamento sonoro e artístico de causar inveja e desespero ao mesmo tempo: “Jewel Throne”, “Dawn of Megiddo”, o hino atemporal “Circle of the Tyrants”, e findando com “Necromantical Screams”, com sua cadência mórbida, peso e vocais líricos pra dar um contraponto perfeito e harmonioso. Mencionei apenas os maiores destaques, mas todo o disco é a concepção da perfeição em toda sua forma.

E findando é apenas metaforicamente falando, pois esta edição nacional mais que especial nos traz como bônus faixas de “Emperor’s Return”, inclusive contando com “Journey Into Fear”, faixa registrada nas gravações do famoso ep, mas que não havia saído no track list original. Uma das melhores composições, não só do grupo, mas da história da música extrema.

Se me deixar, escrevo mais umas três páginas reverenciando esse disco. Compre agora e me agradeça depois!     

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