Samael – “Passage – Live” (2024)
Napalm Records | Shinigami Records
#IndustrialMetal #BlackMetal #ExtremeMetal
Para fãs de: The Kovenant, Septicflesh, Pain, Tiamat
Texto por Johnny Z.
Nota: 8,0
Gravado ao vivo em Cracóvia, Polônia, durante a turnê de 25 anos do álbum “Passage”, este álbum apresenta a primeira gravação oficial com a formação atual da banda e uma energia bruta renovada – mais pesada e crua – em comparação à sequência do álbum original.
É sabido que, em “Passage”, os suíços do Samael resolveram apostar em incursões eletrônicas, programações, elementos com ritmos tribais de percussão e toques generosos de industrial ao seu black metal mórbido e profundamente negativo de antigamente, fazendo com que essa combinação, inicialmente – e para alguns até hoje – estranha, soasse robusta e vibrante. Podemos dizer que essa sonoridade extrema dos primórdios foi desaparecendo gradualmente ao longo do tempo, dando lugar a algo mais atmosférico e pegajoso dentro do estilo industrial.
Se você está familiarizado com o álbum original, essa versão ao vivo deve proporcionar alguns momentos bem interessantes, como “Shining Kingdom”, a ótima “My Saviour” e “The Ones Who Came Before”. Há melodia suficiente para torná-las ainda mais acessíveis, podendo atingir em cheio um público mais amplo e não tão ligado ao fator extremo. No entanto, o Samael ainda mantém a garra, garantindo que permaneçam dentro dos limites extremos de seu estilo de fazer música hoje em dia.
“Liquid Soul Dimension”, com suas partes sinfônicas e industriais em profusão, mostra que os caras sabem o que estão fazendo, e até mesmo aqueles que desacreditaram na banda acabarão admitindo que eles são bons!
O fator humano nas execuções das 12 músicas que compõem o álbum é evidente, mas minha crítica vai para a mixagem que deixou o som do público bem distante. Ainda acho que, por ser um lançamento ao vivo, essa parte tem que estar em profunda sintonia com os instrumentos, senão não faz sentido e acaba se tornando apenas uma regravação pura e simples. Há isso aqui? Sim, mas poderia ser mais.
“Passage – Live” não é estupendo ou divisor de águas, nem muito menos vai virar o mundo de ponta-cabeça, mas é um bom registro ao vivo da fase atual da banda, recarregando um material relevante do passado para a atualidade. Ele celebra o legado do álbum original e recontextualiza as músicas para uma nova geração de ouvintes, mantendo o frescor e a relevância do material após quase três décadas desde seu lançamento original.
É um disco muito interessante de se ouvir se você não conhece a banda, mas se já a conhece, provavelmente achará que não é nada de especial, só o fato da celebração mesmo (risos).