Demon – “Invincible” (2024)
Frontiers Music | Shinigami Records
#HardRock #ProgressiveRock #ClassicRock #HeavyMetal
Para fãs de: Magnum, Uriah Heep, Rainbow, Journey
Texto por Johnny Z.
Nota: 8,0
Comemorando seu 45º aniversário, os britânicos do Demon lançaram em maio “Invincible”, seu décimo quarto álbum de estúdio. Nele – como em todos os outros trabalhos – temos uma fusão de Heavy Metal clássico com pegadas mais leves de Hard Rock bem oitentista, além de generosos toques progressivos de AOR.
Em sua longa carreira, a banda começou como Heavy Metal puro e simples (inclusive as capas de seus discos tendiam a algo bem “metal”, como a capa de “Night Of The Demon”, de 1981). No entanto, conforme progrediram, os meandros do Hard Rock, Rock Progressivo, Classic Rock e até AOR foram tomando de assalto sua sonoridade, tornando-a mais amena e não tão metálica.
Uma obra homogênea, cheia de classe, elegância e finesse, “Invincible” oferece uma audição cheia de energia e dinâmica ao longo de suas 12 faixas, com doses homeopáticas de Heavy Metal tradicional, mas com muito teclado e sintetizadores. Porém, não espere algo na linha de Judas Priest, Saxon, Accept ou Iron Maiden, pois você se decepcionará. Aqui, a sonoridade se aproxima mais de Uriah Heep, Nazareth e afins.
Com uma produção refinada, por vezes até atmosférica, o álbum exibe riffs de guitarra densos e melódicos, sempre a favor da harmonia e do clima hard das composições. Ou seja, é o tipo de som que vai agradar, basicamente, aqueles que não são tão exigentes tecnicamente, mas sim os que buscam emoções, sensações, climas épicos e cores. Somando a isso, “Invincible” traz em sua temática – como o próprio título sugere – mensagens de otimismo, vitória, triunfo, lutas e esperança em todos os momentos da vida, sejam eles bons ou ruins. O ouvinte chega a sentir a dramaticidade das letras andando de mãos dadas com a melodia.
Com isso em mente, alguns destaques são “In My Blood”, “Face the Master”, “Beyond the Dark Side”, a pesada e setentista “Rise Up”, a hardona e suja “Breaking The Silence”, a melhor do disco “Holy In The Sky” (que lembra muito Savatage com Whitesnake!) e a sombria “Cradle To The Grave”. Todas essas faixas esbanjam muito bom gosto, muitas vezes nem precisando soar rebuscadas e cheias de escalas, maluquices e malabarismos – algo que muitas bandas novas nem sonham em alcançar, acreditando que ser “preciso” é o mesmo que ser “técnico”.
“Invincible” foi escrito e produzido por Dave Hill e pelo baterista Neil Ogden. A formação é completada pelos guitarristas Dave Cotterill e Paul Hume, o baixista Paul Fasker Johnson e o tecladista Karl Waye. Músicos acima da média, que entendem do riscado e, com muito bom gosto, conseguiram passar no teste do tempo. O problema é que, nos tempos de hoje, a molecada não sabe apreciar o que realmente é bom e bem feito se não houver quem mostre a bunda ou faça dancinhas estúpidas na internet.