Tokyo Blade – “Night Of The Blade (Deluxe Edition)” (1984) (Relançamento 2024)

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Tokyo Blade – “Night Of The Blade (Deluxe Edition)” (1984) (Relançamento 2024)

Classic Metal Records
#HeavyMetal #TraditionalHeavyMetal #HardNHeavy

Para fãs de: Samson, Iron Maiden, Raven, Def Leppard (antigo), Tygers Of Pan Tang, Diamond Head

Texto por Johnny Z.

Nota: 9,0

Não serão contempladas aqui motivos das mudanças de formação que assombraram a banda na época de sua gravação e posterior lançamento. Para isso, há um encarte extra (em português, escrito por Marcelo Vieira, ex-redator do Metal Na Lata) na nova edição do álbum, que atende pelo título “Night Of The Blade + The Night Before (Deluxe Edition)”, lançada pela gravadora brasileira Classic Metal Records, onde conta alguns detalhes preciosos. Portanto, abordarei apenas a minha opinião pessoal sobre o conteúdo da obra relançada, que merece um destaque especial por ser em formato de CD duplo (com a caixinha gorda), conter um pôster e três encartes (um com texto explicativo em inglês, outro em português e um com todas as letras). Ou seja, um excelente pacote!

Lançado em 1984, “Night of the Blade” solidificou a posição da banda como um nome importante na cena do Heavy Metal clássico dos anos 80, apresentando um som enérgico e cativante com melodias marcantes típicas daquela época.

Durante minhas pesquisas, encontrei algumas discrepâncias em relação à ordem original das faixas, mas decidi seguir a ordem apresentada nesta versão deluxe nacional. No CD 1, temos “Night Of The Blade” com as 8 faixas originais, mais 4 faixas de EPs e 4 versões ‘ao vivo’ extraídas do “The Cave Sessions – Official Bootleg”, todas com o vocalista Vic Wright. Já no CD 2, temos “The Night Before”, que viu a luz do dia somente em 1997, que é, na verdade, o próprio “Night Of The Blade” com o vocalista original Alan Marsh.

Após a audição de todo o material, fica claro que, com Vic Wright nos vocais, a banda adotou uma abordagem mais polida e acessível — leia-se americanizada — em seu som. Seu estilo de cantar se destacava pelo alcance e pela clareza, com uma acentuação limpa e melódica, quase Hard N’ Heavy comercial, elementos significativos para os lançamentos durante sua permanência na banda até 1986. Por outro lado, Alan Marsh trazia um estilo mais ‘rocker’, potente, expressivo e não tão polido, o que, na minha modesta opinião, se encaixava muito melhor no contexto do NWOBHM. Fazendo uma comparação esdrúxula em termos de sonoridade, com Alan Marsh a banda soava mais na linha de Samson, Raven, Diamond Head e Iron Maiden, enquanto com Vic Wright a sonoridade se aproximava mais de Def Leppard e Tygers Of Pan Tang, ou seja, mais refinado e radiofônico.

Meus destaques ficam por conta da explosiva e grudenta “Night Of The Blade”, o hino épico “Warrior of the Rising Sun”, a agressiva e pesada “Unleash The Beast” (uma das melhores do álbum), a sombria “Dead Of The Night”, que explora temas de escuridão e mistério, reforçados pela entrega vocal de Wright, alternando entre passagens calmas e explosões de poder; o petardo simples mas avassalador de “Lightning Strikes (Straight Through the Heart)”, com riffs e solos técnicos e inspiradíssimos de Andy Boulton e John Wiggins; a energética “Rock To The Limit”, feita para ser cantada em coro por multidões nos shows, com um pé no Hard Rock e um refrão ultra pegajoso.

No geral, “Night of the Blade” é uma verdadeira joia do NWOBHM, exibindo o Tokyo Blade em sua melhor forma. Este álbum encapsula bem a essência da banda e do movimento britânico de heavy metal dos anos 80, capturando o espírito da época com riffs poderosos, vocais melódicos e letras temáticas. Cada faixa tem sua própria identidade, mas todas se unem para criar um trabalho coeso e sólido. Para os fãs do gênero, é uma audição obrigatória que resiste ao teste do tempo, permanecendo relevante e influente décadas após seu lançamento. É um álbum que continua a ser lembrado como um dos melhores da banda e jamais deve ser esquecido.

Agora, se você realmente quer ter uma experiência mais ‘metalizada’ e não tão radiofônica, coloque o The Night Before, o CD 2, que você não irá se arrepender! Grandes exemplos disso são as faixas “Fever”, “Attack Attack”, “Madame Guillotine” e “Breakout”, que nas versões com Vic Wright (no CD 1 como bônus) não me chamaram tanto a atenção, mesmo sendo boas músicas. Com Alan Marsh, essas faixas ganharam muito mais impacto, projeção e valor para mim.

Para finalizar, devemos desqualificar o trabalho de Vic Wright? NUNCA! Foi um erro terem trocado de vocalista na época? Quem sabe. É tudo uma questão de gosto; o meu caiu mais para o lado de Alan Marsh. Belíssimo relançamento, a Classic Metal Records está realmente de parabéns por sempre trazer grandes clássicos do Metal de volta às prateleiras. Agora faça a sua parte e compre todas!

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