Entrevista com Tommy Victor (Prong)
Mais de 35 anos de carreira, primeira vez na América Latina!! Dá para acreditar nisso? Pois bem, o simpaticíssimo Tommy Victor, fundador, líder e único membro original da banda americana Prong, nos concedeu um rápido e descontraído bate-papo sobre sua carreira – dentro e fora do Prong -, novo álbum, show no Brasil e muito mais! Deu tempo até para dar uma “tietada adolescente” (risos).
Por Johnny Z.
Fotos Divulgação
Metal Na Lata: Tommy, o que o Prong representava para você em 1986 e representa hoje depois de todos esses anos? O que mudou na cabeça do Tommy de 86 para a versão de 2022 em termos musicais?
Tommy Victor: Wow! Começou bem (risos). Essa é uma pergunta única que eu não acho que tenha mudado muito. Sou um músico autodidata e apenas me desafio constantemente a tocar guitarra de forma sábia e lírica. Sempre foi assim. Realmente você me pegou!
Metal Na Lata: O Prong hoje traz uma gama de sonoridades que, para aqueles que gostam, torna-se algo quase que impossível de se rotular. Se você tivesse que apresentar sua banda a um novo possível fã como você a apresentaria?
Tommy Victor: (risos) Não gosto de fazer isso, pois me deixa sempre desconfortável. A maioria das pessoas não conhece música em demasia, por isso digo apenas que soamos como o Metallica (risos).
Metal Na Lata: Desde o início da carreira do Prong, era nítido que sua forma de tocar e de compor transbordava energia e também muito groove, principalmente nas palhetadas. O quão importante é o groove dentro do metal e do Prong hoje em dia?
Tommy Victor: Temos um novo disco sendo preparado, e nele temos muitas peso e ranhuras do metal e todas as suas músicas. Mas respondendo sua pergunta, o Rock em geral necessita de groove. É muito importante isso para a música em geral!
Metal Na Lata: O último álbum “Zero Days” (2017) saiu no Brasil pela Shinigami Records e pelo que vi recebeu muitas resenhas positivas. Daí tivemos o também excelente EP “Age Of Disorder”. Parece que você já vem pensando em um novo álbum de estúdio, certo? O que pode nos adiantar?
Tommy Victor: As faixas básicas estão prontas. Tenho de fazer vocais e solos assim que chegar em casa dessa turnê pela América Latina. Estou muito contente com as músicas que criamos, há muitos riffs que grudam na cabeça do ouvinte, e logicamente muito groove. Resumindo, tipicamente Prong (risos).
Metal Na Lata: Você sabe que o Prong tem muitos fãs por aqui desde os tempos de “Beg To Difer” e “Prove You Wrong”, certo? No início dos anos 90 os videoclipes da banda passavam sempre no programa Fúria Metal da saudosa MTV. O clipe de “Unconditional” e “Prove You Wrong” eram presenças constantes. Uma pena que não tivemos algo especial ou algum relançamento comemorando os 30 anos de “Prove You Wrong” ano passado. Pensa em algo a respeito quando completar 35? (risos)
Tommy Victor: Eu acho que não, 35 anos me soa meio esquisito para comemorar um lançamento. Mas, nunca digo nunca.
Metal Na Lata: Com mais de 35 anos de carreira, infelizmente só agora o Prong aterrissará no Brasil, via Venus Concerts. Eu cheguei a desenhar o logotipo da banda e grudar no para-brisa do carro dos meus pais naquela época, pois vocês me representavam muito e até hoje isso não mudou. Como está a ansiedade em pisar nessas terras nesse único show em São Paulo e o que podemos esperar dessa estreia tardia?
Tommy Victor: (risos) Deter ficar um para-brisas bem legal do carro dos seus pais! Sim, confesso estar um pouco nervoso com isso. Mas acho que as pessoas vão gostar do nosso show, pois tocaremos todas as boas velharias também.
Metal Na Lata: Tommy, a banda tinha tudo para despontar como umas das melhores bandas nos anos 90, inclusive lançou álbuns maravilhosos como o pesadíssimo “Cleansing”, mas com “Rude Awakening”, parece que as coisas não deram muito certo. O que você acha que aconteceu?
Tommy Victor: Acredito que pensamos demais em tudo. Foi também um período estranho, pois o grunge estava batendo em todo mundo e o industrial era popular. Não nos encaixávamos em lado nenhum naquela época, por isso acabamos chutando para todos os lados inconscientemente.
Metal Na Lata: Se você pudesse mudar algo que fez no passado dentro do Prong, o que mudaria e por quê?
Tommy Victor: Nossa! Isso daria um livro inteiro. Já cometi toneladas de erros, e a a maior parte das minhas decisões têm sido erradas (risos). Se acertar 1 em 3, estou no lucro (mais risos).
Metal Na Lata: Como foi sua experiência em tocar no Ministry e Danzig, bandas bem diferentes do estilo do Prong? Você acha que ter tocado com eles trouxe algum tipo de influência para o seu estilo próprio e/ou para o Prong? Você continua sendo um membro do Danzig?
Tommy Victor: Sim, continuo a tocar no Danzig. É sempre bom ser pago para tocar guitarra (risos). Acredito que não misturo ambas bandas, pois elas tem suas diferenças, mas sempre algo inconsciente acaba sendo absorvido. É espantoso para mim pessoalmente, porque quando eu era mais jovem eu não tocava guitarra, mas sim baixo em várias bandas. Quando comecei o Prong, eu devia tocar guitarra já uns 2 anos somente (risos).
Metal Na Lata: O que você pensa a respeito da forma como a música é consumida atualmente? Os streamings facilitam para quem quer ouvir, mas não é justo para quem criar a arte. O que você pode nos falar sobre isso no caso do Prong?
Tommy Victor: Gosto do ‘streaming’ porque a minha ex-mulher vendeu todos os meus discos antigos e a maioria dos meus CDs foram perdidos, roubados ou destruídos (risos). Se eu quiser ouvir algo antigo, posso obtê-lo facilmente dessa forma. O streaming é muito bom para o Prong, porque tivemos uma faixa de sucesso que continua a constar nas listas de reprodução e isso é muito bom!
Metal Na Lata: Agora uma curiosidade: Aqui no Brasil existe uma banda, o Chaosfear, que seus membros não só são muito fãs do Prong e do seu trabalho como músico, como também chegou a gravar um cover de “Whose Fist Is This Anyway”. Você chegou a ouvir essa versão? O que achou?
Tommy Victor: Wow! Nunca tinha ouvido isso antes. É absolutamente fantástico!!!!
Metal Na Lata: Obrigado Tommy, você é uma referência e um grande ídolo para mim, desde moleque aqueles riffs de “Beg To Differ” e “Unconditional” foram marcantes para me fazer gostar de metal pesado e foi um enorme prazer poder bater esse papo com você. Significou muito para mim. Para finalizar, deixe uma mensagem aos fãs brasileiros.
Tommy Victor: Muito obrigado pelas palavras!!!! Obrigado por finalmente nos receberem. Penso que vai ser um grande espetáculo, onde tocaremos muitos clássicos antigos e outras mais novas! Por isso, por favor venham todos aos nossos shows, vocês não vão se arrepender!!!!
Agradecimentos a Erick Tedesco e Tedesco Comunicação pela oportunidade.
Mais informações:
https://prongmusic.com
www.facebook.com/prongmusic
www.instagram.com/prongtheband
www.youtube.com/ProngVEVO