Ronnie Atkins – “Make It Count” (2022)
Frontiers Records
#MelodicRock, #AOR, #MelodicHardRock
Para fãs de: Pretty Maids, Eclipse, Nordic Union, Bonfire
Nota: 8,0
Em seu segundo álbum solo, a lenda Ronnie Atkins continua trilhando o caminho da mescla do Hard Rock melódico com AOR. Produzido por Chris Laney (Pretty Maids), que também toca guitarra e teclados, Ronnie é acompanhado de Alla Sørensen (bateria, Pretty Maids), Pontus Egberg (baixo, Treat, The Poodles, Impera), Morten Sandager (teclados, Pretty Maids, Mercenary), Linnea Vikström Egg nos vocais de apoio e vários guitarristas: John Berg (Dynazty, Paralydium), Olliver Hartmann (At Vance, Avantasia), Pontus Norgren (Hammerfall, Humanimal, Talisman, The Poodles, Zan Clan) e Anders Ringman no violão.
Continuando de onde “One Shot” parou “Make It Count”, como era de se esperar, é reflexivo, agressivo, emocionante, melódico e traz aquele sabor agridoce após o diagnóstico de Ronnie.
Como disse Ronnie: “O estilo é basicamente músicas pop/rock melódicas, por assim dizer, que transformamos em algo adequado para quem me seguiu todos esses anos” – e continua – “Eu faço o que faço porque é disso que eu gosto. Sou meu próprio chefe e o único a assumir a responsabilidade se não corresponder às expectativas das pessoas nesses álbuns solo. É isso que quero fazer nesta fase da minha vida e acho que estou convencido de que este é um ótimo álbum de rock melódico. Espero que os fãs não fiquem desapontados”.
Como exemplos da mescla citada temos: a eletrizante “Unsung Heroes” em homenagem aos que colocam a vida dos outros à frente da sua, a bela balada ”Remain To Remind Me”, a urgente e emocional “Rising Tide” sobre nosso destino ser semelhante ao dos Dinossauros, a “bostonesca” “Easier To Leave (Than Being Left Behind)” ou os AORs de “I’ve Hurt Myself (By Hurting You)” e “Grace”.
Os fãs do Pretty Maids não se desapontarão com a bombástica “The Tracks We Leave Behind”, o tapa na cara de “All I Ask Of You” e a assassina “Blood Cries Out”, baseada em “How to Become a Tyrant” da Netflix.
Vale ressaltar a faixa-título “Make It Count” que transborda emoção. O estilo da música foi intencional, pois literalmente se tratava de um momento “Make It Count” já que Ronnie trabalhou com um de seus ídolos: Lasse Wellander (ABBA). A ideia era reproduzir nessa música o som da guitarra de Lasse no ABBA de quem Ronnie é fã desde pequeno.
Liricamente muito é dito sobre perseverança e determinação, mas é melhor deixar o próprio Ronnie explicar: “Como você pode imaginar é difícil fugir da realidade já que meus problemas de saúde estão de alguma forma no meu subconsciente 24 horas por dia e 7 dias por semana. Não importa o que eu faça, estou sendo confrontado com isso todos os dias de uma forma ou de outra. Então é claro que algumas músicas estão tocando nessa questão, não posso evitar. Dito isso, também estou tentando dar um toque positivo, o que significa que temos que tirar o melhor proveito da vida e amar aquele com quem estamos enquanto estamos aqui. Pelo menos para mim é simplesmente impossível escrever sobre sexo, drogas e rock’n’roll ou algo parecido vivendo com uma doença fatal. Então, no final das contas, acho que o conteúdo lírico deste álbum é parcialmente sobre os tópicos mencionados acima, o clima e, em geral, o que faz sentido para mim sem política”.
Ronnie Atkins é vocalmente um fenômeno e “Make It Count” é um álbum super sincero que vale muito à pena a audição. Alias, enquanto estivermos por aqui, esse deveria ser o nosso lema.
João Paulo Gomes