Epica – “Aspiral” (2025)
Nuclear Blast Records | Shinigami Records
#SymphonicMetal #EpicMetal
Para fãs de: Xandria, Nightwish, After Forever
Texto por Will Menezes
Nota: 10
Em 1965, o escultor polonês Stanislaw Szukalski mostrava ao mundo sua obra “Aspiral”, que, em meio a formas retorcidas e classicistas, representava “renovação” e “inspiração”. Aproveitando essas palavras-chave, o Epica lança seu nono álbum de estúdio, que carrega o mesmo nome e nos entrega uma ode ao metal sinfônico e a tudo o que a banda construiu e representou como um dos baluartes do gênero ao longo de seus mais de 20 anos de existência.
Sem rodeios, Aspiral é uma obra-prima dos holandeses. Grandioso, robusto, épico, o álbum nos conta uma história musical sem excessos ou desvios. Cada uma das 11 músicas possui uma identidade e beleza particulares e, quando vistas em conjunto, o álbum se torna uma obra completa, profunda e multifacetada, como camadas instrumentais que harmonizam entre si em uma sinfonia. Não há muitos experimentalismos aqui; a banda decidiu revisitar suas raízes — e o fez com bastante competência e personalidade, entregando “o puro suco do Epica” aos ouvidos dos fãs antigos e dos novos. É a mesma fórmula, mas notavelmente bem temperada e aprimorada com os elementos mais modernos construídos ao longo de sua trajetória.
Certa vez, a banda alegou ter alcançado o ápice da sinergia entre seus integrantes — e isso se observa no primor de execução do álbum. Cada músico parece entregar sua melhor forma, como nas orquestrações cinematográficas e suntuosas de Coen Janssen, que trazem sentimentos diferentes a cada faixa. Nas guitarras de Mark e Isaac, as linhas estão pesadas, técnicas e emotivas na mesma medida, criando os fundamentos do dinamismo do álbum. A bateria feroz e precisa de Ariën van Weesenbeek e a voz sempre magnífica de Simone Simons também são shows à parte — ouça “Obsidian Heart” e tire suas conclusões sobre a maturidade e maestria desses dois. E toda essa coesão já se manifesta desde o cartão de visitas “Cross the Divide”, que abre o álbum com uma energia similar à de “Abyss of Time: Countdown to Singularity” (Omega, 2021).
Aspiral é uma obra soberba, que mostra a evolução e maturidade de uma banda que não só sobreviveu à enxurrada de epígonos do metal sinfônico dos anos 1990, mas se consolidou como uma das maiores — senão a maior — referências do gênero na atualidade. Com pouquíssimos pontos que mereceriam alguma melhora, este álbum merece nota máxima por entregar o estado da arte do gênero, unindo peso, harmonia, beleza, técnica e orquestrações sinfônicas como o estilo propõe.