Exhorder – “Defectum Omnium” (2024)
Nuclear Blast | Shinigami Records
#ThrashMetal #GrooveMetal
Para fãs de: Exodus, Testament, Pantera, Down
Texto por Johnny Z.
Nota: 9,5
Antes de começar esta análise, juro que tentei não citar a palavra “Pantera” aqui, pois o Exorder é até mais antigo do que eles. No entanto, infelizmente, não há como evitar, pois muitas vezes as sonoridades de ambas se cruzam de maneira tão semelhante (às vezes nos riffs e também nos vocais) que assusta. Ao contrário do que alguns acéfalos afirmam por aí, de que uma copiou a outra, prefiro dizer que ninguém copiou nada, apenas se parecem, ponto final. Essa tolice de comparação é feita apenas para gerar engajamento e cliques, repetindo o que se diz há 500 anos apenas para criar conflitos desnecessários e, consequentemente, obter visibilidade de forma estúpida.
Dito isso, vamos falar sobre “Defectum Omium”, o segundo lançamento que os americanos de Nova Orleans trouxeram ao mercado após retomarem sua carreira de forma definitiva em 2019 com o terceiro e maravilhoso álbum “Mourn the Southern Skies”.
Seguindo os moldes de seu antecessor, temos uma produção vistosa com doses cavalares de peso e groove, mas sempre calcado no Thrash Metal cavalgante e agressivo, primando pelo uso e abuso dos riffs encorpados de guitarra.
“Wrath Of Prophecies” abre este petardo de forma avassaladora, com um belo refrão e cheia de alternâncias, abrindo espaço para “Under The Gaslight”, uma das melhores faixas deste trabalho, pois seu refrão se une ao groove de forma muito impactante. Duvido você não se deliciar com essa melodia… e peso, claro!
Algumas influências de Punk Rock em “Forever And Beyond Despair”, numa mistura de Punk/Thrash/Groove com blast beats, ora veloz ora cadenciado do excelente Sasha Horn, numa verdadeira aula de originalidade, criatividade e genialidade empolgante. O peso da guitarra ritmo aqui é descomunal!
Sim, temos a presença de Pat O’ Brien (ex-Cannibal Corpse) nos solos de guitarra, impecáveis diga-se, mas todo o peso do álbum está nas costas do líder, vocalista/guitarrista Kyle Thomas, que tem uma mão direita de respeito e encorpada mostrando que é um tremendo compositor de petardos feitos para massacrarem ouvidos cheios de frescura.
Vários momentos de cadência munidos de peso descomunal permeiam todas as 12 faixas deste que eu já considero um dos melhores lançamentos deste ano, e um dos bons exemplos é a monstruosa “The Tale Of Unsound Minds”, que mesmo arrastada nos martela junto com a levada de bateria e a cada palhetada disparada por Kyle.
Mas aos amantes da porrada e velocidade temos severas doses letais como em “Divide And Conquer” que lembra vagarosamente coisas que o Testament nos vem apresentando recentemente. “Year Of The Goat”, um dos primeiros singles lançados do álbum, alterna muita brutalidade e groove de uma forma única, crescendo a cada audição lembrando muito o… sim, Pantera (risos). Droga! Juro que tentei.
“Taken By Flames” começa cadenciada mas despenca numa porradaria desenfreada que vai deixar fãs de Exodus muito felizes. Volto a dizer, o trabalho das guitarras neste álbum é algo muito acima da média, e é um dos grandes pontos positivos para a nota do início desta resenha.
A faixa título nada mais é do que vocalizações em latim (acho eu), mas o que vem na sequência em “Stolen Hope” é de tirar o fôlego numa vibe bem arrastada e sombria que lembra o Down, só que ainda mais brutal e com um belíssimo trabalho de baixo de Jason Viebrook (que neste álbum detonou!). Escute esta faixa alto e fique surdo por dias!
Agora, “Three Stages of Truth – Lacing The Well” tem em sua primeira parte uma faixa instrumental em dedilhado que apresenta o verdadeiro caos sonoro de “Lacing The Well”, que é uma mistura de Pantera com Exodus simplesmente maravilhosa e matadora!
O lado mais descontraído e ‘diferentão’ do álbum está em “Sedition”, que por sua vez tem uma vaga lembrança de Punk aqui e ali, e algumas passagens bem ‘jazzísticas’, mas com muito peso. Não é uma faixa ruim, só destoa do restante. “Desensitized” é a arrasa-quarteirão para quebrar pescoços do disco, que imagino se tornar um verdadeiro pandemônio se for executada ao vivo.
A “Your Six” fecha o álbum como outra versão pesada do Down, bem Southern/Thrash Metal (existe isso??), com destaque para os vocais de Kyle que alcançam zonas bem altas.
Simplesmente uma ignorância este disco, daqueles que você tem que adquirir sem nem ouvir nada antes, só ler esta resenha e sair correndo comprar! Streaming é o c@r@7$0!