Fear Factory – “Re-Industrialized” (2023)
Nuclear Blast Records | Shinigami Records
#IndustrialMetal
Para fãs de: Nailbomb, Rammstein, Pitchshifter, Godflesh, Strapping Young Lad, Sybreed, Mnemic
Texto por Johnny Z.
Nota: 8,5
“Re-Industrialized”, outro relançamento do Fear Factory enquanto nenhum material com o novo vocalista é lançado, é essencialmente o álbum “The Industrialist” de 2012, que passou por remixes e remasterização, trazendo uma mudança significativa em relação ao original: a inclusão de bateria ‘humana’ em vez de eletrônica, pois Gene Hoglan resolveu sair da banda de ultima hora deixando Burton C. Bell (vocal), Dino Cazares (guitarra) na mão (baixo no disco foi gravado por Dino) diante de limitações de tempo e um orçamento de estúdio em declínio.
Nem todos viram isso com bons olhos, ou melhor, bons ouvidos, e críticas nada amistosas foram dadas mesmo tendo um BAITA álbum nas mãos.
Para mim, a escolha da regravação da bateria foi de extremo bom gosto, pois anteriormente era evidente que não tínhamos músicos de carne e osso realizando essas batidas incríveis. Lembro-me de que, quando foi lançado, não critiquei a opção pela bateria eletrônica, pois existem muitas passagens em que realmente você percebe que seria impossível um ser humano executá-las. Não me incomodou em nada, mas… aparentemente Dino não aceitou tão bem e, por conta disso, temos essa nova (e brutal) versão.
No entanto, agora, com Mike Heller, atualmente fora da banda devido a compromissos com seus outros projetos, foi um verdadeiro virtuoso ao substituir a máquina de maneira absolutamente monstruosa.
Atualmente, Heller foi substituído pelo baterista do Havok, Pete Webber ao vivo, esse também está fazendo um excelente trabalho, mas Heller é mais ‘máquina’, se é que vocês e entendem (risos). Algumas músicas se destacam ainda mais, visto que Heller não se limitou somente a reproduzir simplesmente a bateria programada, acrescentando seus próprios elementos distintivos e nuances.
Assim, “Re-Industrialized” vale a pena ter? Sem sombra de dúvidas! Mesmo se você tenha a versão original, pois a experiência auditiva revitalizada das ‘antigas’ composições simplesmente ficaram ainda mais brutais, enérgicas, pesadas e destruidoras, dignas do Fear Factory como conhecemos. Além da bateria, outra coisa que notei de diferente foram as partes de teclados e ambiências que ficaram anteriormente meio que ‘escondidas’ na mixagem, mas aqui receberam uma incrível encorpada.
Destaques incluem a arrebatadora (que rifferama!!!) “New Messiah”, “Difference Engine”, “Depraved Mind Murder” (sim, vocês reconhecem esse riff, mas para quem não se recorda, eu ajudo: “Internally”, do Korzus), e “Virus Of Faith” (atingiram um novo nível de impacto, onde o que já era colossal agora alcançou a perfeita devastação). O ponto fraco, na minha opinião, são as três últimas faixas do álbum regular, que, na verdade, formam uma trilogia: “Religion Is Flawed Because Man Is Flawed”, “Enhanced Reality” e “Human Augmentation”, totalizando cerca de 16 minutos de puro tédio e fazendo a nota final cair um pouco.
Há também cinco faixas bônus em um CD adicional, sendo quatro inéditas até o momento, duas delas remixes (eu adoro esses remixes eletrônicos malucos, mas com peso e alguns até dançantes!!!), e três covers de bandas como Pitchshifter, Sonic Violence e Big Black. O peso de “Saturation”, do Sonic Violence, vai ter causar calafrios a noite!!!!
No geral, “Re-Industrialized” aprimora algo que já era excelente? Sim! E para aqueles que não curtiram o original, vão passar a amar este, colocando-o ao lado de grandes álbuns da banda, inclusive equiparando-se a “Mechanize” e “Genexus” (2015). É melhor que “Demanufacture” (1995) e “Obsolete” (1998)? Não, mas perde por 1×0 aos 40 do segundo tempo.