Grave Digger – “Bone Collector” (2025)
#HeavyMetal
RPM Roar
Para fãs de: Accept, Iron Angel, Running Wild
Texto por Matheus “Mu” Silva
Nota: 7,0
Três anos após “Symbol of Eternity” (2022), a clássica banda de Heavy Metal alemã Grave Digger lançou seu mais recente disco, “Bone Collector” (2025), via RPM Roar, em 17 de Janeiro, seu vigésimo primeiro disco de estúdio (desconsiderando o “Stronger Than Ever”, de 1987, que a banda lançou com outro nome). Vale a pena mencionar que a capa foi feita por um artista brasileiro, Wanderley Perna, baixista do Genocídio.
Pensar em Heavy Metal puro, simples, pesado e direto, é pensar em Grave Digger. Desde 1980 na ativa, e capitaneado pelo inconfundível vocalista Chris Botendahl, a banda atravessou as décadas fazendo um som muito característico, preservando a essência do estilo, e marcando seu nome na história do Heavy Metal. A banda ainda viu seu auge justamente em um período que o Heavy Metal tradicional estava em baixa, durante os anos 90, lançando verdadeiras pérolas como “Heart of Darkness’ (1996), “Tunes of War” (1996), “Knights of The Cross’ (1998), e “Excalibur” (1999), mostrando todo o seu poderio em discos que hoje são considerados clássicos do gênero.
O disco abre com “Bone Collector”, em uma veia totalmente Speed Metal, marca mais que registrada em seu som, quatro minutos de pedais duplos, riffs rápidos, simples e direta. A música dá o mesmo tom nas faixas seguintes, “The Rich The Poor The Dying” e “Kingdom of Skulls”, até dar um respiro em “The Devils Serenade”, faixa mais cadenciada, e uma pegada mais Hard Rock. “Killing is My Pleasure” é Grave Digger puro, com “aquele riff” que toda banda de Heavy Metal usa, mas o Grave Digger sempre usou como sinônimo de que virá algo pra bater cabeça do começo ao fim, e essa não foge a regra, uma das melhores do álbum.
A partir daqui, começa a ficar um pouco cansativo, mesmo tendo momentos interessantes. O problema do disco, é o mesmo problema que vem permeando o som da banda nos últimos anos: por ter um som realmente característico, muitas faixas passam a sensação de “eu já ouvi isso antes”, e isso é uma frequente durante a execução do disco. “Made of Madness” é bacana, “Graveyard Kings” também tem seus momentos, a última faixa, “Whispers of The Damned”, mais arrastada, termina o álbum em uma faixa realmente boa, destoando um pouco do contexto das anteriores, o que deu um destaque na audição.
“Boné Collector” não brilha na discografia do Grave Digger, mas também não faz feio. Dentro de sua proposta musical, o disco faz total sentido, mas também dentro de sua proposta, acaba sendo só mais um disco. Claro que é louvável o fato de conseguirem manter o mesmo espírito em suas composições, mas isso acaba tornando o som um pouco engessado. Quem gosta da banda, vai encontrar uma zona de conforto aqui, vai ouvir Grave Digger do começo ao fim, mesmo com poucos destaques que torne algum momento realmente memorável.