Havok – “V” (2020)
Century Media Records
#ThrashMetal, #ProgThrashMetal
Para fãs de: Evile, Death Angel, Nervosa, Angelus Apatrida
Nota: 10
Dezesseis anos já se passaram desde a sua formação, diversos lançamentos entre demo, singles, Eps e álbuns completos e ainda muitos o veem o Havok como um novato no ninho, ainda tem aquele olhar de irmão mais novo em meio aos velhos irmãos consagrados de seu estilo. Pois bem, muito provavelmente o quinto disco de estúdio, “V” (5 em algarismo romano), finalmente eleve o patamar do grupo norte americano para um nível acima do seu estágio atual.
Se “Conformicide” (2017) já tinha atingido bons números fazendo a banda excursionar por diversos países por um longo período, o que fez que seus integrantes criassem definitivamente uma unidade entre si, resultou numa performance digna de aplausos neste próximo passo. O novo disco traz a mesma formula de sempre, um Thrash Metal jovem, cheio de energia, peso e apaixonante, mas muito mais apurado e com os músicos se arriscando mais em seus instrumentos, com isso as composições chegam perto das intrincadas levadas de um Dream Theater da vida, com aquelas mudanças e viradas abrutas em altos devaneios progressivos.
Hoje em dia muito se fala de uma geração que não consegue consumir um disco de cabo a rabo, mas se em “V” você não conseguir isso, desculpe, o Metal não corre em suas veias, por favor, volte ao início de sua vida e tente outra vez. Do começo de “Post-Truth Era”, que te levará aos primeiros segundos de “Blackened”, do Metallica até as thrashers tradicionais como “Betrayed by Technology”, essa traz muito de Testament com seus riffs maravilhosos que instantaneamente te faz bater cabeça, “Phantom Force”, “Cosmetic Surgery” e “Merchants of Death” são as faixas do mosh pit. Eu aposto uma caixa de cerveja que estarão nos shows e serão festejadas por todos, afinal, quem não gosta de se divertir numa dança punk. Aliás, a última citada poderia estar num clássico chamado “Rust In Peace”, do Megadeth. É Dave Mustaine em estado puro!
O álbum é pura atração para quem procura adrenalina nesses dias tensos e monótonos para a maioria. Todas as músicas trazem diversão, mas antes de fechar está resenha preciso falar da melhor faixa, aquela menina dos olhos desses 45 minutos alegres de que o Havok proporciona. “ Don’t Do It” é diferente pois não tem velocidade o tempo todo, porém tem alguns movimentos carregados de uma densidade única, eu até diria aterrorizante com seu instrumental arrastado e interpretação lírica digna de um troféu.
Sem mais palavras, junto ao Testament temos mais um grande candidato ao grande pódio dos melhores do ano de 2020.
William Ribas