Helloween – “Walls Of Jericho” (1985) (Relançamento 2024)
Noise Records | Dynamo Records
#PowerMetal #SpeedMetal
Para fãs de: Running Wild, Grave Digger, Rage, Exciter
Texto por Johnny Z.
Nota: 9,0
Por mais que os álbuns posteriores sejam o crème de la crème da banda, o álbum completo de estreia “Walls of Jericho” é um marco do Speed Metal e do Power Metal mundial, com alguns dedos do pé na sujeira do Thrash Metal germânico. A versão expandida e remasterizada oferece uma experiência renovada deste clássico, com uma qualidade sonora aprimorada e conteúdo adicional que permite uma imersão ainda mais profunda no início da carreira da banda.
Seu material extra é de extrema importância e relevância, pois inclui o EP homônimo de 1985 e a faixa extra “Judas” no CD 1. Já no CD 2, temos versões demo dos primórdios da banda, outras faixas ao vivo e, por fim, remixagens. Ou seja, há material tanto para os fãs de melodia quanto para os de pancadaria! Sim! Pancadaria!
Essa remasterização traz uma clareza sonora significativa em relação à versão original que, apesar de excelente para a época, tinha uma produção mais crua. Agora, os graves estão mais nítidos, valorizando as linhas de baixo de Markus Grosskopf, enquanto as guitarras de Kai Hansen e Michael Weikath brilham com maior definição, destacando os riffs rápidos e pesadíssimos, assim como os solos frenéticos, que são a marca registrada do álbum. A bateria de Ingo Schwichtenberg também soa mais pronunciada, proporcionando uma base rítmica poderosa e precisa. Em resumo, todos os instrumentos soam muito mais equilibrados, mantendo a agressividade característica do álbum, mas adicionando um toque de sofisticação que torna a audição mais agradável e detalhada.
Entre as faixas de destaque, “Ride the Sky” é uma das mais icônicas, exemplificando perfeitamente o estilo que viria a definir o Power Metal. O riff de abertura remete ao estilo de bandas como Judas Priest, mas com um ritmo mais acelerado e os vocais intensos, rasgados e roucos de Kai Hansen. Outra faixa marcante é “Heavy Metal (Is the Law)”, um verdadeiro hino ao gênero que a banda ajudou a consolidar, com uma energia contagiante e uma pegada mais direta. “Gorgar” também se destaca, sendo uma faixa curiosa que fala sobre uma máquina de pinball demoníaca chamada Gorgar, com uma temática inusitada e uma mistura interessante de elementos melódicos e velocidade. Já “How Many Tears”, com mais de sete minutos, é uma música épica que combina complexidade instrumental e lírica, sendo um dos pontos altos do álbum e demonstrando o potencial progressivo que a banda desenvolveria em trabalhos futuros.
Como estamos falando da versão expandida, faixas do EP Helloween, como “Starlight” e “Victim of Fate”, oferecem uma visão mais crua do som inicial da banda, mas já apontam para o estilo único que ela desenvolveria no futuro — leia-se Power Metal.
Mesmo que os “Keepers” sejam nota 10 e “Walls of Jericho” receba uma avaliação ligeiramente inferior, muitos chegam a preferi-lo. E, às vezes, eu como um fanático pelo peso das guitarras e riffs – e aqui temos aos montes -, sou um desses (risos).
Sabendo disso, corra e adquira também todos os outros álbuns remasterizados lançados pela Dynamo Records!!! Seus ouvidos agradecem!