Celtic Frost – “Vanity/Nemesis” (1990) (Relançamento 2024)
Dynamo Records | Classic Metal Records
#BlackMetal #DeathMetal #GothicMetal
Para fãs de: Bathory, Darkthrone, Hellhammer, Tiamat
Texto por Will Menezes
Nota: 6,0
Poucas bandas no mundo podem dizer que mostraram o mesmo nível de influência e originalidade como o Celtic Frost. E mesmo com tanta importância no cenário, poucas bandas recebem uma segunda chance após uma tomada de decisão ruim em suas carreiras… Em seu auge, o Celtic foi uma banda absolutamente à frente do seu tempo, desbravando caminhos como pioneiros em um estilo veloz, cheio de groove, com a condução de uma voz brutal, com composições que invocariam um ser alienígena sem nem precisar que o disco seja tocado ao contrário (risos).
Assim foram os primeiros álbuns do Celtic Frost, na minha opinião. Pelo menos até “Into the Pandemonium” (1987), a partir de onde os passos começaram a vacilar. O álbum seguinte, “Cold Lake” (1988), foi duramente criticado, por não se parecer com nada que a banda havia construído até ali. Daí, as expectativas para o próximo álbum já não eram nada boas, com muitos fãs pulando do barco por conta dos trabalhos anteriores… Nesse cenário chega “Vanity/Nemesis”, lançado em 1990, e agora relançado em uma versão de luxo em 2024, remasterizado e com duas faixas bônus.
Havemos de convir que o álbum ainda é bastante inconsistente, o que catalisou a insatisfação dos fãs. A banda parece ter planejado um retorno tentando unir a sonoridade dos incríveis três primeiros álbuns, com a experimentação que veio em seguida, o que não deu lá muito certo. Ainda considero “Vanity/Nemesis” bastante superior ao seu predecessor “Cold Lake”, e talvez até ao “Into the Pandemonium”, com algumas músicas realmente muito boas como a faixa de abertura “The Heart Beneath”, com excelente produção e um groove que remete às origens da banda, e a “Wings of Solitude”, agressiva e ao mesmo tempo curiosa com a participação da francesa Michele Amar nos vocais. Mas os pontos fracos do álbum, como o cover de “Heroes”, do David Bowie (uma faixa bônus totalmente dispensável), desequilibram a balança consideravelmente.
Para uma audição isolada, o álbum é interessante. Mas para boa parte dos fãs que acompanhavam o trabalho da banda, foi uma decepção derradeira. Se observa o esmero na tentativa de reconstrução, e muito do Celtic Frost original foi revisitado, superando as falhas anteriores. Mas ainda assim, faltou originalidade e personalidade, marcas registradas da banda em seu auge. Certamente não é o álbum ideal para apresentar a banda a alguém, por exemplo, mas guarda seu valor por ser uma tentativa bastante honesta de recuperação.