Luna Kills – “Deathmatch” (2025)
SharpTone Records | Shinigami Records
#AlternativeMetal #NuMetal #ModernMetal #EletronicMetal
Para fãs de: Spiritbox, Bring Me The Horizon, Rise of the Northstar, Jinjer, Atari Teenage Riot
Texto por Johnny Z.
Nota: 8,5
Sempre é muito interessante quando chega às nossas mãos um material do qual nunca sequer ouvimos falar, muito menos alguma música de determinado artista. Ou seja, é como resenhar um trabalho tendo em mãos um livro para consulta… só que em branco (risos). Geralmente, nesses casos, é 8 ou 80: ou odiamos com todas as forças, ou entendemos a proposta e conseguimos apreciar o que ouvimos.
O metal alternativo do Luna Kills, no meu caso, ficou mais para a segunda opção — mas nada que eu venha dizer que seja revolucionário a ponto de me tornar um fã die hard. Apesar de eu não ser exatamente um entusiasta de grandes inovações que colocam o metal em segundo plano, ao mesmo tempo gosto de coisas completamente fora do nicho “metálico”. Ou seja, se uma banda carrega um rótulo ligado ao metal, não quero que isso fique desbalanceado ou nivelado por baixo, mas que represente a maior porcentagem da sua sonoridade.
“Deathmatch”, álbum de estreia dos finlandeses liderados pela extremamente versátil vocalista Lotta Ruutiainen, traz uma mistura afiada de nu metal, groove metal e rock alternativo, com elementos eletrônicos inspirados em trilhas de videogames — tudo amarrado por uma produção robusta, cristalina e agressiva. Para quem acompanha essas “evoluções” dentro do rock e do metal, não há dúvidas de que é possível tecer uma opinião acalorada, considerando-os uma banda promissora. No entanto, na minha modesta opinião, acredito que isso possa se consolidar a médio prazo, e não logo de cara com essa estreia.
Temos guitarras pesadas e carregadas, baixos pulsantes e uma bateria cheia de levadas quebradas e caos? Sim, muito! Mas tudo imerso numa ambientação recheada de camadas de sintetizadores e climas que variam entre o sombrio e o melancólico.
Nas primeiras audições, fica muito claro que o grande coringa desse álbum é a performance de Lotta, que transita entre vocais limpos extremamente sensíveis e, em questão de segundos, explode em rasgados infernais e viscerais, conduzindo essa dinâmica com muita maestria. Isso amplifica ainda mais os temas abordados, como ansiedade, depressão, auto-sabotagem e a busca constante por um caminho de luz no meio do caos moderno. É, sem dúvidas, um disco que dialoga diretamente com a geração atual, que vive sob pressão constante e enfrenta batalhas silenciosas diariamente. Porém, acredito que, para fãs mais tradicionais, possa passar batido ou até ser taxado como “modernoso demais”.
Faixas como “LEECH” e “slay ur enemies” — sim, escritas dessa forma — são verdadeiros socos na cara: pesadas, diretas e emocionalmente intensas. Enquanto isso, “sugar rush” e “hallucinate” oferecem momentos mais dinâmicos, flertando com elementos de pop sombrio e experimentações sonoras que quebram a linearidade do álbum, mantendo-o sempre instigante. “WAVES” têm um apelo mais radiofônico, lembrando um pouco o Linkin’ Park, mas é uma viagem que vai fazer até o fã mais casca grossa se render a modernidade.
O ponto alto, talvez, seja “burn the world with me”, onde todas as características da banda se encontram em perfeita harmonia: peso, melodia, angústia e catarse. É o tipo de faixa que poderia facilmente ser trilha sonora de um filme distópico ou de um jogo de ação intenso e insano.
Apesar da roupagem moderna, “Deathmatch” carrega um DNA que remete tanto aos gigantes do nu metal dos anos 2000 quanto às bandas alternativas mais experimentais da atualidade. Ainda assim, nunca soa datado — pelo contrário, é atual, relevante e extremamente honesto dentro da sua proposta.
Se existe algum ponto a ser ‘criticado’, para aqueles que gostam de achar pelo em ovo, talvez seja o fato de que o disco, em sua proposta, não busca reinventar a roda, mas sim aperfeiçoar a fórmula com sua própria identidade. E, honestamente, o Luna Kills faz isso com maestria e me agradou bastante, pois a banda foi criada nessa sonoridade e não transformada nela como, por exemplo, o Machine Head fez em seu (pavoroso) último disco!