Banda principal: Michale Graves
Banda de abertura: Furia Inc.
Local: Carioca Club Pinheiros, São Paulo/SP
Data: 03/12/2022
Produção: Dark Dimensions
Assessoria: JZ Press
Texto por Johnny Z.
Fotos por André Tedim (@andretedimphotograph)
Seguindo os mesmíssimos moldes da primeira parte da turnê “American Monster Tour”, em 2019, o cantor americano Michale Graves, ex-The Misfits, aportou em São Paulo com produção dessa vez pela Dark Dimensions.
A abertura (pontualmente Às 17h40 conforme definido) ficou a cargo dos paulistanos do Furia Inc, mas devido ao meu trabalho como assessor do evento, lidando com o credenciamento dos veículos de imprensa, acabei perdendo a apresentação da banda, mas o pouco que escutei ali da bilheteria foi muito promissor, sabendo que a banda estava apresentando sua nova formação. Sua sonoridade mais puxada para o Groove Metal, Hardcore e Metalcore, muito pesada, me agradou bastante, e conhecer os meninos lá no backstage foi engrandecedor. Sempre é bom conhecer pessoas bacanas, não é mesmo? Pude escutar com clareza inclusive alguns excelentes covers, como por exemplo, “American Jesus” (Bad Religion), “God Save The Queen” (Sex Pistols) e “Poison Heart” (Ramones), que levantaram os presentes. Devido a chuva forte e um raio fortíssimo que caiu nos arredores tivemos uma rápida interrupção do show, com tudo se desligando, mas rapidamente sendo sanado. Nem isso atrapalhou a apresentação dessa grande banda!!!
Setlist Furia Inc.
Raw
The Endless Void
Crash
Reborn
American Jesus / God Save The Queen / Poison Heart
Pitchblack Fall
The Cage
Light The Fire
Slaves To The Blood
Por conta de uma chuva infernal e um trânsito caótico, Michale Graves acabou chegando no Carioca Club após o horário previsto da sua apresentação, gerando certa tensão no backstage, pois a banda já se encontrava no local, mas o cantor viria em seguida da Argentina em outro voo. Chegando, ainda teve que se trocar, maquiar e tudo mais, gerando um atraso total de 50 minutos. Tudo contornado, tensão escoando, e eis que a avalanche Horror Punk com um setlist de 30 verdadeiros hinos do Punk/Hardcore/Metal, ou seja lá o que quiserem chamar.
A casa não estava totalmente lotada, já que nessa mesma noite de sábado tínhamos shows das bandas The Exploited e Lucifer, mas o Carioca Club não deixou barato e aproximadamente 85% de sua lotação foi preenchida com muitos loucos que literalmente se matavam. Pude acompanhar o show diretamente do palco, e de lá vi o tamanho do “estrago” (risos). Não teve N-E-N-H-U-M-A música nem N-E-N-H-U-M momento de calmaria, ou seja, deu de 10 a zero no show que o cantor fez em 2019 em termos de som, iluminação, energia e vibração. As rodas, stage divings e moshs me lembraram muito as insanidades de shows do Brujeria e Biohazard (risos).
Michale Graves repetiu o mesmíssimo setlist, tocando os dois álbuns que gravou com o The Misfits na íntegra e de cabo a rabo, “American Psycho” (1997) e “Famous Monsters” (1999), com poucos intervalos entre as músicas. Não preciso dizer que esses dois álbuns são verdadeiros clássicos dos anos 90 e que muitos amam até mais que a fase clássica da banda com o (para mim) chatão Glenn Danzig, certo? Se discorda, respeito, então me respeite também (risos).
É incrível como Michale Graves consegue ganhar o público em questão de segundos com seu carisma, jeito de cantar, trejeitos malucos em cima do palco e sua simpatia. Efusivamente, e várias vezes, durante muitas músicas ele agradecia muito ao Brasil e aos seus fãs, ia até a ponta do palco cantava junto com os sortudos da primeira fila, tirava selfie no meio do show, pegava celular do pessoal e filmava, dava água para o pessoal, abraços, beijos, enfim, um caos (no bom sentido). Duvido você encontrar alguém que vai reclamar algo desse show, e nem o atraso do início será lembrado devido a tudo ter dado tão certo nesse dia.
O interessante foi termos nos cantos do palco o pessoal do moto clube Outlaws (gente finíssimas!), que fazia um tipo de “segurança” para Michael, a pedido de seu manager (outro cara sensacional, diga-se!) devido a alguns problemas que o cantor enfrentou em outros países, e até mesmo no Brasil, que não valem a pena serem ditos já que estamos falando de música e não nos dizem respeito.
Banda afiadíssima, com destaque para o baterista, cujo apelido era “The Dog”, que era uma máquina e tocava com muita força!
Impossível citar os destaques em termos de músicas nesse show, pois todas foram celebradas até o último nível, mas confesso a vocês que do “American Psycho” as faixas “Speak Of The Devil”, “From Hell They Came”, “Blacklight”, “Don’t Open ‘Till Doomsday” colocaram o Carioca abaixo, mas agora T-O-D-A-S as faixas de “Famous Monsters” literalmente emplodiram o local, principalmente “The Forbidden Zone”, “Lost In Space”, a maravilhosa “Scream!”, “Satuday Night”, “Die Monster Die” (essa o baterista simplesmente arregaçou!), “Living Hell” (mal dava para ouvir Michale de tanta gente cantando!) e a brilhante “Helena”.
Estranhamente, “Dig Up Her Bones” foi cantada de uma forma diferente por Michale, o que – ao meu ver – ficou estranha e talvez o público não derrubou o Carioca como fizeram na vez passada. Outra coisa que notei foi que ao contrário do show de 2019, os presentes curtiram bem mais a parte “Famous Monsters”, bom, errado não estão (risos).
Adoraria um dia ver Michale Graves de volta ao The Misfits, sonho com isso, mesmo sabendo que – provavelmente jamais acontecerá. Mas ele vindo sempre para cá tocar esses dois discos na íntegra, eu estarei lá! Show IMPECÁVEL! Noite memorável!
Parabéns a toda equipe da Dark Dimensions por mais um grande espetáculo e por mais um sucesso, onde até a equipe de Michale Graves não cansou de elogiar o profissionalismo, atenção e dedicação de todos! E agradecimentos aos fotógrafo André Tedim que – mais uma vez – fez um excelente ensaio exclusivo para o Metal Na Lata.
Setlist Michale Graves:
Parte 1 (“American Psycho”):
Abominable Dr. Phibes (instrumental)
American Psycho
Speak of the Devil
Walk Among Us
The Hunger
From Hell They Came
Dig Up Her Bones
Blacklight
Resurrection
This Island Earth
Crimson Ghost
Day of the Dead
The Haunting
Mars Attacks
Hate The Living, Love The Dead
Shining
Don’t Open ‘Til Doomsday
Hell Night
Parte 2 (“Famous Monster”):
Kong at the Gates (instrumental)
The Forbidden Zone
Lost in Space
Dust to Dust
Crawling Eye
Witch Hunt
Scream!
Saturday Night
Pumpkin Head
Scarecrow Man
Die Monster Die
Living Hell
Descending Angel
Them!
Fiend Club
Hunting Humans
Helena
Kong Unleashed (instrumental)
Só um adendo: Não ligo a mínima se vão fazer ‘mimimi’ por eu estar escrevendo sobre o próprio evento que trabalhei, ok cara pálida? Pague minhas contas, depois me critique!