Static-X – “Project Regeneration” (2020)

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Static-X – “Project Regeneration” (2020)
Otsego Enterteinment Group
#IndustrialMetal#NuMetal#AltMetal

Para fãs de: MinistryRob Zombie3teeth

Nota: 9,5

O Static-X lança, após 11 anos de hiato, um álbum com uma história para contar. Depois de se tornar um dos grandes nomes da cena Industrial/Nu Metal, iniciando sua jornada com o já clássico “Wisconsin Death Trip” (1999), seguindo uma carreira com turnês de sucesso e lançamentos recorrentes via Warner Music, alguns atingindo altas posições na Billboard, como “Machine” (2001) e “Cult Of Static” (2009).

Aparentemente, o clima entre os integrantes da banda nunca foi dos melhores, com diversas idas e vindas, até rolar uma debandada geral em 2010, quando Wayne Static seguiu em frente, ora com seu projeto paralelo, Pighammer, ora com uma versão reformada do Static-X e, finalmente, usando seu próprio nome, até morrer sob circunstâncias obscuras, em 2014.

Em 2018, os integrantes fundadores da banda voltam a se reunir em torno de fitas demos e gravações prévias em que trabalhavam, boa parte delas vindas da mente do próprio Wayne Static, enquanto compunha material para os álbuns do Static-X, sendo que os caras encontraram inclusive takes com a voz do falecido vocalista prontos para serem encaixados em novo material.

Foi assim que o Static-X voltou à ativa, com Tony Campos (baixo), Koichi Fukuda (guitarra), Ken Jay (bateria) escalando o enigmático Xer0 para o cargo de vocalista, com o qual saíram em turnê em 2019 para celebrar os 20 anos de lançamento do álbum de estreia da banda – confundindo um pouco a cabeça dos fãs e da mídia musical, em especial porque o tal do Xer0 usou uma máscara igual a que Wayne usava em seu tempo. No mínimo, mórbido.

Deve ter dado um trabalho do cão mixar, regravar, introduzir novas partes e produzir todo esse material antigo – até resolveram dividir o fardo em dois volumes, para terem mais tempo para isso – mas o que importa é que o resultado final superou as expectativas, ainda mais por se tratar de um álbum que conta com muitas das ideias de Wayne, que sempre foi muito centralizador no processo de composição.

O álbum abre com uma trip eletrônica, “Regeneration”, na linha do Front Line Assembly, como uma espécie vinheta para o que está por vir.

Boa parte das músicas conta com vocais do próprio Wayne, como é o caso de “Hollow”, “All These Years” e “Bring You Down”, que seguem firme a fórmula Industrial Metal, contrapondo versos cadenciados com refrãos acelerados, esquema Nu Metal; já em “Terminator Oscilattor”, “Accelerate” e “My Destruction” podemos conferir a performance de Xer0 e, dizer que a voz dele é semelhante à de Wayne Static, é chover no molhado, até mesmo porque o jeito de cantar rasgado, com vocais repletos de ecos e dobras é próprio deste estilo. Na verdade eu achei a voz dele mais parecida com a de Dez Fafara (Coal Chamber/Devil Driver). O fato é que essas músicas são pedradas consistentes e têm tudo para levantar o público nas futuras apresentações da banda; em duas faixas Wayne e Xer0 dividem os vocais, “Worth Dying For” (a mais acessível do álbum, com toques góticos e refrão acessível) e “Follow” (porrada total, esquema Fear Factory regado a sequenciadores); por fim, “Dead Souls” conta com a participação mais do que especial de Al Jourgensen, vocalista do Ministy, fechando o álbum com chave de ouro.

Preparem-se, pois o Static-X está de volta e, graças à tecnologia, Wayne Static, feito num filme de ficção científica, está mais vivo do que nunca, entregando uma performance póstuma como eu jamais vi em outros álbuns com esta característica – certamente isto se deve à dedicação na construção das músicas, com excelentes inclusões de samples e sequenciadores certeiros, que cumprem a função de manter a coesão do álbum, que se torna um trabalho integral, e não um recorte de músicas deixadas de lado em sessões de estúdio, meramente requentadas.

Que comece o Culto ao Static!

Wallace Magri

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