Suicide Silence – “Become the Hunter” (2020)

Nota: 5,5

Muitas vezes lemos as famosas piadas sobre a eternidade de uma música do Dream Theater, mas jamais pensei que finalmente sentiria um sentimento de um álbum ser tão longo quanto. O novo trabalho da banda americana Suicide Silence, “Become the Hunter”, me trouxe a sensação de estar sendo torturado, que suas músicas eram infinitas e que o fim só viria com o desfecho da minha vida.

Olhava o relógio, checava se o repeat estava ligado, consultava o celular e tudo o que tinha era a eternidade de um disco sem fim. As 11 músicas que compõem o tracklist regular do álbum somam quase 40 minutos ao total, longe de um absurdo, pelo contrário, fato raro nos dias de hoje, mas tudo aqui é tão repetitivo, igual ou com raras movimentações diferentes, que fechava os olhos e me via um ratinho de laboratório correndo naquelas rodas sem uma utilidade aparente. Não me entenda mal, é bem gravado, as timbragens modernas e “groovadas” que não atrapalham em nada. A mixagem deixou tudo no seu lugar e tudo nítido, mas a métrica arrastada, brutal, abafada com a bateria sempre na metralhadora giratória em TODAS as faixas, deixam o ouvido cansado, enjoado e pedindo arrego na “lona”.

O início com a dupla “Two Steps” e “Feel Alive” é extremamente animador, com um instrumental agressivo e cortante como uma navalha pronta para decapitar, refrãos urrados e com alguns grunhidos deixam o pensamento ir para os shows, afinal, deve ser linda a cena de todos se “matando” na pista com tamanha “cavalice”. Uma pena que ao decorrer não existe variação e o que fica é a decepção de algo que tinha tudo para trucidar o meu pescoço, virou uma chatice que finalmente me livrei.

William Ribas