The Suicider – “Never Alive” (2017)
Irond Records | Molot Records
Nota: 8,0
Enquanto “Never Alive”, segundo álbum da banda russa The Suicider, se desenvolvia, eu só conseguia pensar em como o Sentenced faz falta para o Heavy Metal atual.
Não que as onze faixas que compõem este trabalho sejam uma imitação do que os finlandeses faziam, longe disso, mas é inegável a influência.
Relativamente desconhecidos no Brasil, o Suicider investe numa linha interessante do Heavy/Gothic Metal, apresentando uma mistura de Sentenced com Cryhavoc, num claro esforço de retrabalhar o saturado Gothic Metal da década passada.
Entre peças cadenciadas e empolgantes, “Never Alive”, no geral, apresenta um Heavy Rock sujo, despojado na timbragem, detalhista e esmerado nos arranjos, com um inegável sombra gótica, ambientação lúgubre mais acessível, criando composições cinzentas e melancólicas, verdadeiras odes à depressão e ao suicídio.
A experiência de mais de uma década trabalhando na cena russa transparece nas composições bem estruturadas, com variações inteligentes de vocais, refrãos envolventes, detalhes eletrônicos bem encaixados, além do áspero e melódico trabalho de guitarras pesadas e sombrias do Gothic Metal, ao mesmo tempo que sentimos uma pegada Gothic Rock oitentista perpassando o trabalho.
Neste traçado musical, “2012”, “Nothing More” (com vocais mais ríspidos e teclados interessantes), “All I Want To…” (mais direta, pesada e com um groove empolgante), “My Last Wish” (ótima “balada” gótica) e “Epitaph”, são os indiscutíveis destaques de “Never Alive”.
Eis uma feliz tentativa de oxigenar um estilo muito saturado na década passada, indicada não somente para saudosistas, mas para quem curte toda a elegância gótica do Heavy Metal.
Marcelo Lopes Vieira