Vision Divine – “Blood and Angels’ Tears” (2024)

Vision-Divine - Blood and Angels' Tears
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Vision Divine – “Blood and Angels’ Tears” (2024)

Scarlet Records
#PowerMetal #SymphonicMetal

Para fãs de: Freedom Call, Stratovarius

Texto por Will Menezes

Nota: 9,0

O Vision Divine sempre garantiu sua presença inquestionável no panteão das bandas que contribuíram para o estabelecimento e a formação do cenário do power metal. Apesar das diversas mudanças de formação desde sua origem em 1998, é inegável sua influência e resiliência como uma banda ativa e bastante consistente em termos de produção. A banda, que já teve em sua formação nomes como Fabio Lione, Michelle Luppi e o monstro Mike Terrana, caminha para o seu nono álbum de estúdio, com uma proposta grandiosa e digna de um verdadeiro titã do power metal italiano.

Blood and Angels’ Tears é a primeira parte de um trabalho conceitual que será composto por dois álbuns. A ideia lírica é contar a história de três anjos que foram banidos do Céu por sua indecisão no embate entre o arcanjo Miguel e Lúcifer. Resumidamente, as onze faixas (denominadas capítulos em seus títulos) são o mais puro power metal noventista. A introdução “War in Heaven” abre as cortinas com corais e orquestrações suntuosas e cinemáticas, prenunciando um espetáculo muito bem construído, que evoca o storytelling de grandes álbuns do estilo, como Power of the Dragonflame (do então chamado Rhapsody).

Destaque positivo para Ivan Giannini, que assumiu a tarefa hercúlea de ocupar os vocais em uma banda que já teve nomes lendários no posto, e o fez com competência inquestionável, encaixando-se como uma luva no grupo. Na banda desde 2019, Ivan entrega uma performance excelente, ainda mais robusta e madura que no álbum anterior (When All The Heroes Are Dead [2019]).

O álbum é consistente, com destaques para “The Ballet of Blood and Angels’ Tears”, “Preys” e “The Broken Past” (esta última com participação de Alessandro Conti [Twilight Force, Luca Turilli’s Rhapsody] e Ray Alder [Fates Warning]), que entregam tudo o que se espera do Vision Divine clássico: guitarras agressivas, com frases rápidas, limpas e executadas de forma exímia, além da bateria avassaladora de Matt Peruzzi. Outro ponto positivo é a balada “A Man on a Mission”, que mostra a maturidade da banda em apresentar seu talento narrativo. Eles sabem dosar entre faixas cheias de semicolcheias em velocidade supersônica e refrães grandiosos, e momentos em que tiram o pé do acelerador para valorizar o que está sendo contado.

“Blood and Angels’ Tears” é o que os fãs mais otimistas poderiam esperar de uma banda que buscou amadurecimento e contextualização, sem perder a alma e a proposta inicial, mesmo após tantas mudanças. É um excelente trabalho de uma banda veterana, que vale muito a pena ser ouvido.

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