Aborted – “ManiaCult” (2021)
Century Media Records
#DeathMetal #TechnicalDeathMetal #GrindCore
Para fãs de: Cattle Decapitation, Dying Fetus, Benighted
Nota: 8,0
Há algum tempo o Aborted tem sido um dos nomes mais reconhecidos no Death Metal mundial, sendo por sua técnica quanto por sua infâmia, com sua mistura de desarranjo impulsionado por explosão e talento enfático. É impossível não reconhecer sua capacidade de produzir trabalhos marcantes, mesmo que por muitas vezes não figurando entre os melhores, mas que mantem a qualidade alta, e agora com seu decimo primeiro álbum “ManiaCult”, eles mostram que são capazes de fazer os sons mais pesados e brutais da atualidade.
O EP “La Grande Mascarade”, de 2020, foi o primeiro lançamento com o lineup atual, incluindo o único membro presente desde a formação original Sven de Caluwé nos vocais, Ken Bedene na bateria, Ian Jekelis na guitarra e Stefano Franceschini no baixo. O grupo se preparou para libertar toda sua insanidade no novo disco, permitindo que a música transcenda subgêneros do Death Metal, onde você experimenta aspectos como Grindcore, Deathcore e Melodic Death, para citar alguns.
O trabalho é ambientado para acompanhar uma seita doentia, narrando os sacrifícios humanos exigidos para invocar demônios Lovecraftianos. O líder deste culto sinistro é Wayland Thurston, retirado diretamente das histórias de H.P. Lovecraft, dominado por um verme que se instalou em suas costas. Isso fica mais explícito na capa, feita pelo artista sueco Pär Olofsson,que já trabalhou com a banda nos álbuns ‘The Necrotic Manifesto’ (2014) e ‘Terrorvision’ (2018), tem no currículo ainda Immolation, Deeds of Flesh, Unleashed, Onslaught, entre outras, trazendo todo esse terror aos nossos olhos.
A faixa-título explode nos ouvidos com a bateria cheia de blast beats e um urro insano de Sven. Ela segue com um ritmo frenético por quase toda sua duração, desacelerando apenas um momento que leva a um solo de guitarra incrível. No lyric vídeo da faixa são apresentados temas do atual cenário da sociedade e da política como Fake News, as teorias de terra plana e etc.
A faixa seguinte, “Impetus Odi” é agressiva, destacando os vocais que trazem os guturais característicos de Sven, alternando com momentos mais rasgados. O vídeo clipe mostra de forma literal e sanguinária o controle que as instituições religiosas têm sobre as pessoas.
“Drag Me to Hell” tem um começo soturno, que vai crescendo conforme o tempo até despencar em uma bateria com blast beats e o nome da faixa sendo gritado para (desculpe pelo trocadilho) arrastar você para o inferno junto com a banda. A música tem como inspiração o filme “Arraste-me para o Inferno”, de 2009.
As faixas citadas acima são exemplos de como o trabalho da banda se mantem firme, disco após disco. É até difícil destacar as “melhores” já que o trabalho todo merece uma audição, para que o ouvinte possa absorver todo o poder e violência que a banda oferece. Com esse lançamento o Aborted mostra que pode sim ser reconhecido como umas das melhores bandas no metal da morte.
Lucas David
