Bang – “The Best of Bang” (2019)

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Bang  “The Best of Bang” (2019)
Hellion Records Brazil
#HeavyMetal#ProtoMetal#PsychedelicRock

Para fãs de: Black SabbathBlue Cheer#Dust

Nota: 8,0

No dia 4 de setembro de 1969, duas semanas depois de Woodstock, Tony Diorio (bateria), Frank Ferrara (baixo e vocais) e Frank Glicken (guitarra) formaram o Bang. Quarenta anos mais tarde/antes tarde do que nunca, a obra dos precursores do doom metal recebe a devida atenção do mercado brasileiro, na figura da Hellion Records, que enxergou na recente retomada das atividades do trio uma oportunidade para disponibilizar não só “RTZ – Return to Zero” (2000) e “The Maze” (2004) em caprichadas edições made in Brazil, mas também esse “The Best of Bang”. Lançada originalmente em 2018 pela californiana Ripple Music, a coletânea tem curadoria dos próprios integrantes da banda e inclui faixas de todos os seus álbuns da década de 1970 — “Bang”, “Mother / Bow to the King” (ambos de 1972) e “Music” (1973) —, além de uma trinca oriunda do recente “Death of a Country” (2011) e dos singles perdidos “Slow Down” e “Feels Nice”, raridades até então indisponíveis em formatos físicos. Quem assina o texto do encarte é ninguém menos que Ken McIntyre, o Sleazegrinder, jornalista da revista inglesa Classic Rock.

Segundo McIntyre, “[h]ouve muitos Black Sabbaths americanos desde o Bang, mas eles foram os primeiros. E ainda são os melhores.” Não digo nem que sim nem que não, muito pelo contrário. O fato é que, musicalmente, o Bang transita entre o que podemos classificar como “proto-metal” — um lance meio Blue Cheer, Dust etc. —, mas não nega suas origens ao incluir elementos psicodélicos, sobretudo nas entrelinhas, de modo a se estabelecer tanto como visionário, antecipando o tipo de som que agitaria os Estados Unidos nos anos seguintes, quanto como um sobrevivente do sonho hippie; ou seja, paz e amor e volume no máximo. E talvez o problema esteja justamente aí: não é qualquer um que compra o barulho; não é qualquer ouvido que está preparado para a mistura. Ainda assim, é coisa interessante de se ouvir, de destrinchar, de posicionar na linha do tempo, caso você seja um estudioso da história do rock e do metal. Do contrário, vale somente se você já estiver cansado de ouvir tanto o Sabbath fase Ozzy Osbourne quanto as legiões de imitadores e emuladores que atendem pelo rótulo de stoner rock que parecem dar em árvore e proliferar como insetos.

Marcelo Vieira

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