Nightwish – “Decades: Live in Buenos Aires” (2019)

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Nightwish – “Decades: Live in Buenos Aires” (2019)
Nuclear Blast
#SymphonicMetal#SymphonicPowerMetal

Para fãs de EpicaDelainAfter Forever

Nota: 9,5

Tuomas Holopainen nunca foi fã de sacudir a poeira de músicas antigas e a maioria dos fãs de Nightwish já havia se conformado que nunca iria testemunhar velharias do “Angels Fall First” ou “Oceanborn” ao vivo. Eis que “Decades: Live in Buenos Aires”, novo registro ao vivo dos finlandeses (e inglês e holandesa, claro) veio como um verdadeiro presente para esses que haviam perdido as esperanças. A turnê fez história ao trazer para o setlist músicas como “The Carpenter”, “Elvenpath”, “Gethsemane” e “Devil And The Deep Dark Ocean”, cujos acordes já ganhavam teia de aranha na velha prateleira da banda.

Falando em “The Carpenter”, Troy brilhou ao cantar as partes masculinas e ainda desembolsou sua famigerada ‘flautinha’. O inglês, quem diria, foi uma grata surpresa, tocando o lead de introdução de “Sacrament of Wilderness” também na flauta e cantando o refrão de “I Want My Tears Back”. Por outro lado, o “efeito moisés” de Floor dividiu muito os fãs de Nightwish: de um lado do Mar Vermelho, quem vê o copo heio: o verso final de “Slaying The Dreamer” virou dueto quando a holandesa se juntou ao baixista Marco nas frases raivosas. Ainda, “Deep Silent Complete” não perdeu a suavidade de Tarja e “I Want My Tears Back” não viu a alegria original de Anette se perder.

Porém, o copo meio vazio está lá: Floor parece forçar uma interação com o público que não caiu muito bem, sempre com uma voz rouca e empolgada que não combina muito com ela. Afora o fato dela empobrecer um pouco algumas músicas quando opta pelo timbre mais popular ao lírico, mas isso é preciso jogar na conta do Tuomas. Na parte instrumental, os timbres que Tuomas conseguiu tirar foram simplesmente fantásticos. Em “Gethsemane”, parece que a banda está acompanhada de uma orquestra tamanha a fidelidade que as teclas impuseram ao som de um grupo de violinistas “de verdade”.

“Decades” ainda tocou as batidas “Nemo”, “Wish I Had An Angel” e “Amaranthe”, mas eram necessárias devido ao clima de comemoração de mais ou menos duas décadas de carreira. Do último disco, que também teve um baita “efeito moisés” ente os fãs, foram executadas a ótima “Élan” e a longa, demasiada longa, “The Greatest Show On Earth”. Mas o que todo mundo queria ver estava lá, músicas pouquíssimas vezes executadas ao vivo, foco no trabalho antigo e roupagens inéditas de uma banda que mostrou como se deve honrar a própria história.

Gustavo Maiato

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