Baú Metal na Lata 5: Gorefest
O capítulo 5 do Baú Metal Na Lata, homenageando a banda holandesa Gorefest, foi redigido por: Matheus ‘Mu” Silva
A Holanda é berço de bandas realmente cativantes para o Metal extremo. Indo da veia mais clássica em nomes como Asphyx e Pestilence, a coisas mais brutais como Sinister e Severe Torture. Porém, outro nome fez muito barulho, mesmo com sua curta duração: Gorefest.
Formada em Goes, cidade da região sudoeste da Holanda, em 1989, a banda lançou, em sequência, dois clássicos absolutos do gênero: “Mindloss” (1991), seu debut e disco que mais fez sentido com o nome da banda, e o supremo “False” (1992). Com “False”, eles alcançaram notoriedade, principalmente por conta do clipe da música “Reality (When You Die)”. Gravado ao vivo na histórica apresentação no festival Dynamo Open Air, o video foi muito veiculado na época. Vale mencionar que esse show ainda gerou o disco ao vivo,”The Eindhoven Insanity” (1993), sendo uma verdadeira aula do estilo, de uma banda em seu ápice.
“Erase”, o disco mais bem sucedido do quarteto de Goes
No ano seguinte, a banda ainda lançou seu terceiro e mais bem sucedido disco de estúdio, “Erase” (1994). Nele houve uma mudança na musicalidade, se afastando do Death Metal mais tradicional, e ajudando a construir o que ficou conhecido como Death’n’Roll, algo que bandas como Carcass e Entombed também se aventuraram pelo estilo.

Gorefest: depois do sucesso de “Erase” (1994), veio a queda
Seus dois discos seguintes, “Soul Survivor” (1996) e “Chapter 13” (1998), infelizmente, acabaram por ser realmente esquecíveis, pois a banda, tentando se reinventar com o sucesso obtido no “Erase”, acabou por falhar miseravelmente, com duas obras sem sentido algum, tanto pro que haviam construído quanto pelo senso de continuidade. Como resultado, a banda acabou encerrando no mesmo ano de 1998, retornando em 2004, e lançando seu sexto de estúdio, “La Muerte” (2005), meio que tentando se reaproximar ao que faziam na primeira parte dos anos 90. Isso foi reforçado no disco seguinte, “Rise To Ruin” (2007), talvez o disco mais brutal da discografia da banda, com uso de blast beats e riffs mais extremos e intensos, sendo muito elogiado na época. A banda encerrou as atividades dois anos depois, permanentemente, justamente quando estavam mostrando que ainda tinham muita força em sua própria música.

Tanto pelo inconfundível vocal de Jan-Chris de Koeijer, quanto por uma música absurdamente pesada e criativa, além de apresentações explosivas, o Gorefest marcou época, mas tanto seu hiato quanto seu final abrupto, colaboraram para que a banda não renovasse seu público. Mesmo assim, quem sabe, sabe: a banda mereceu o destaque que teve na primeira metade dos anos 90. E seu retorno, mesmo que curto, também foi bem visto.
Esse texto está sendo escrito no dia 10 de junho, e a banda se separou no dia 15 de junho. Assim sendo, curiosamente, daqui cinco dias, fará 16 longos dessa separação. Ainda estão todos vivos, ou seja, a esperança é a última que morre em um retorno.
O line-up final?
A formação da banda no “False” (1992) se manteve intacta em todos os discos subsequentes, permanecendo assim até o seu derradeiro final, contando com o já citado Jan-Chris de Koeijer (vocal/baixo), Frank Harthoorn e Boudewijn Bonebakker (guitarras), assim como Ed Warby (bateria).
“Mindloss” (1991):
“False/Erase” (1992 / 1994)