HellgardeN – “Making Noise, Living Fast” (2020)
Brutal Records
#GrooveMetal, #ThrashMetal, #HeavyMetal
Para fãs de: Pantera, Down, Lamb of God, Machine Head, Power Trip
Nota: 9,0
Cinco anos de fundação é um período longo para uma banda lançar o seu primeiro álbum completo de estúdio? Para alguns, sim, para outros, não. O quarteto Hellgarden, formado em 2015, na cidade de Botucatu (Interior de São Paulo), com tão pouco tempo de estrada e de vida, lança uma verdadeira bomba perante os ouvidos de qualquer headbanger graças ao verdadeiro poderio que as 8 faixas de “Making Noise, Living Fast” apresentam.
Os primeiros segundos da eletrizante faixa de abertura, “Spit on Hypocrisy”, te colocam em verdadeiros maus lençóis, no bom sentido, claro. Absorver o que está sendo “cuspido” na sua cara e sair destruindo tudo ao seu redor é questão de segundos! Aliás, tente fechar os olhos e escutar essa faixa. Eu duvido que imediatamente a sensação de ouvir Phil Anselmo e o imortal Dimebag “Darrell” não seja iminente. Para mim, estamos diante de um novo “Pantera”, inclusive, “Fuck the Consequences” tem basicamente a mesma métrica que “Fucking Hostile”, e garanto, você vai adorar sentir aquela típica ignorância cheia de guitarras “gordas”, urros hipnóticos e uma cozinha densa e brutal novamente como os garotos do Texas faziam no passado.
Por todos os momentos dessa estreia é como se tivéssemos uma releitura abrasileirada de clássicos como, “Cowboys From Hell”, “Vulgar Display of Power” e “Far Beyond Driven”, mas não pensem que Diego Pascuci (Vocal), Caick Gabriel Cavallari (Guitarra), Matheus Barreiros (Bateria) e Guilherme Biondo (Baixo) apenas criaram uma banda tributo aos norte americanos, pois isso não é verdade! As influências aqui são parte de um pacote completo/complexo que também traz muita maturidade e o que tanto nos faz falta nesses dias aprisionados: Metal sendo tocado com alma e energia onde facilmente repetimos a dose por horas a fio. Temos, além do já citado Pantera, algumas partes de Sludge Metal tipo Down e Crowbar, palhetadas estilo Power Trip e Lamb Of God que engordam ainda mais a massa sonora do grupo.
“Making Noise, Living Fast” é um trabalho sem chance para o erro, de composições firmes com guitarras forjadas em cordas de aço repletas de riffs afiados, sejam nas faixas mais violentas ou nas cadenciadas, que parecem te encostar no muro de uma rua sem saída para te socar impiedosamente. Essa massa sonora eloquente e impactante vem também de uma produção “na cara”, que soube muito bem lapidar e transparecer a raiva enjaulada do Hellgarden.
Vários destaques podem ser apontados, como por exemplo “Evolution Or Destruction”, que vem bastante carregada e transita muito bem entre velocidade e pisada no freio quando necessitada, o já conhecido single “Learned to Play Dirty”, onde temos uma nítida noção que os caras amam os anos 90, e principalmente “Brainwash”, aquela música arrasa quarteirão que não deixa pedra sobre pedra e possivelmente trará muitos prejuízos aos produtores de shows por conta de alguns ossos quebrados (risos). O negócio aqui é para fortes, mais frágeis fiquem longe do moshpit nessa hora!
Sem mais delongas, sendo bem na lata mesmo, onde quer que estejam Dimebag e Vinnie Paul, estão orgulhosos desses seus filhos “bastardos”, pois trouxeram aquela efervescência, amplitude e groove de antigamente a outros patamares!
O Hellgarden não só chutou nossos traseiros, como trouxe um pouco mais de alegria neste momento apocalíptico que vivemos atualmente. Ouça!
William Ribas