Nine Inch Nails – “Bad Witch” (2018)
The Null Corporation | Capitol Records
#Industrial, #PostIndustrial, #AdultContemporaryRock
Para fãs de: David Bowie (fase final), A Perfect Circle, Radiohead
Nota: 9,0
Depois de um hiato de cinco anos desde o lançamento do álbum “The Slip” (2008), quando muito se especulou sobre o encerramento das atividades do Nine Inch Nails, em 2013 a banda voltou com o ótimo “Hesitation Marks”, para, após lançar dois EPs bem interessantes – “Not The Actual Events” (2016) e “Add Violence” (2017) – seguir adiante com mais um álbum de inéditas, mesclando momentos de mais peso e barulheira com composições que apostam na ambiência eletrônica bem suave.
Por vezes, este novo álbum é muito semelhante ao que Bowie vinha fazendo, especialmente em seus dois últimos trabalhos (“The Last Day”, de 2013 e “Black Star”, de 2016): uma fusão de música eletrônica, jazz instrumental, meio no esquema das músicas doideiras que os próprios Bowie, Trent e Angelo Badalamenti aprontaram na trilha sonora de “Lost Highway”, de David Lynch (confira a dupla “Play The God Damn Part” e “God Break Down The Door” – a semelhança com o timbre vocal de Bowie nesta última música não deve ser despropositada).
Por falar em trilha sonora, “I’m Not From This World” vai justamente nessa linha, Industrial pautado em ambiência tétrica, muito adequada para filmes de suspense e terror, ideal para rolar quando algo bizarro está prestes a acontecer; depois desemboca em mais ambientação industrial e experimentações eletrônicas. Certamente poderia fazer parte do indigesto álbum experimental da banda, “Ghost I-IV” (2008).
Mas tem também reminiscências daquele eletropunk noisy meio post-punk, uma das marcas registradas da banda, especialmente no final da já citada “God Break The Door”, e principalmente em “Shit Mirror” e “Ahead Of Ouserselves”, com um som barulhento e abafado, providenciados pela produção de alta patente.
Para encerrar, “Over And Out” parece resgatar habituais levadas eletrônicas suaves, com melodias de piano, que é outra das marcas registradas da banda, encontrada também em baladas de diversos álbuns da longa discografia do Nine Inch Nails; mas desta vez com uma pegada mais Adult Contemporary Rock.
A parceria com Atticus Ross permanece neste álbum e, ao que tudo indica, Trent Reznor escolheu este renomado e premiado produtor musical para ser seu parceiro de jornada nos últimos tempos, sendo que nesta parada, além de entregarem o que os fãs esperam, também decidiram retomar o passo a partir de onde David Bowie havia encerrado suas experimentações musicais, abrindo, assim, novas possibilidades para a sonoridade do NIN em sua caminhada rumo a mais uma década de existência.
Wallace Magri