Savage Messiah – “Hands Of Fate” (2017)
Century Media Records
#ThrashMetal, #HeavyMetal
Para fãs de: Megadeth, Anthrax, Annihilator, Mordred, Testament, Iced Earth
Nota: 10
Lembro-me bem quando resenhei o álbum “Insurrection Rising” (2009) para a revista Roadie Crew com uma belíssima nota 10, pois nele era notório um sangue nos olhos que há tempos não escutava. Os riffs ultrajantes e insanos de Jeff Waters (Annihilator), mesclados com o peso caótico do Megadeth deram um soco no meu estômago que me sequelou até hoje.
E não foi só isso, pois na eleição dos melhores do ano, naquele mesmo ano, coloquei-o em primeiro lugar como melhor álbum lançado. O tempo passou, mais dois ótimos álbuns foram lançados, só que neles a influência de Heavy Metal tradicional deu uma pequena “amansada” no som, dando lugar a algo mais clássico e elegante, não tão Thrash ou pesado como antes.
Pois bem, “Hands Of Fate” veio para colocar a casa em ordem e trouxe o Savage Messiah novamente de volta ao Thrash Metal contemporâneo com tudo que tem direito, com exceção da velocidade, pois aqui o groove e o peso descomunal das guitarras andam de mãos dadas com a melodia das levadas seminais de bateria que te acertam em cheio.
As duas ótimas primeiras faixas, “Hands Of Fate” e “Wing And A Prayer”, que tiveram videoclipes divulgados antes do lançamento do álbum, podem até passar uma imagem de que a banda continuou de onde seus álbuns anteriores pararam. Só que da terceira faixa, “Blood Red Road”, em diante o pau come de uma forma monstruosa e colossal.
Impossível não citarmos TODAS as faixas, pois nelas encontramos tudo que as bandas citadas lá no corpo dessa resenha tem, só que em uma só! A rifferama impera em faixas como “Blood Red Road”, com seu clima totalmente Anthrax da fase John Bush somada a levadas de bateria lembrando os bons tempos de “Sound Of White Noise”.
“Lay Down Your Arms”, meu amigo, que peso é esse??!!! É como se Dave Mustaine cantasse num Machine Head e tivesse o Eric Peterson (Testament) na guitarra base devido ao peso. Não acredita? Escute e comente aqui depois que eu tenho razão (risos). “Solar Corona” é a “Electric Crown” (Testament) do Savage Messiah, ou seja, te fará fazer ‘air guitar’ na hora sonhando em estar nas escadas onde Chuck Billy e cia gravaram o videoclipe. É arrepiante!
“Eat Your Heart Out” é a mais rápida de todas e nos remete instantaneamente aos bons tempos do Mordred por conta dos vocais no refrão. Me arrisco a dizer que essa música é uma espécie de mescla entre Megadeth, Mordred e Accept.
Em “Fearless”, “The Last Confession” e “Crucible” os riffs lembraram e MUITO o que Jon Schaffer (Iced Earth) costumava fazer na fase “Dark Saga”. Simplesmente magistrais! Aliás, “Crucible” tem um dos refrões mais lindos que ouvi esse ano! Que harmonias lindas de voz!! Vai grudar na sua cabeça facilmente!
Resumindo, é o típico disco que para quem gosta de muito ritmo, pesado, com aquelas palhetadas abafadas tipicamente Thrash (mizão galopante no talo), vai amar e se você é daqueles que gostam de harmonia, melodia e construções geniais de ritmo e solo, idem!
Não fique pensando que o Savage Messiah é uma mistureba de tudo isso, sem criatividade ou qualquer bosta que queria pensar, pois os caras conseguem se impor de uma forma única e são BRILHANTES. Elegante e direto, são duas ótimas definições para o som da banda! Para mim, até agora, é o álbum do ano!
Johnny Z.