Semblant – “Vermilion Eclipse” (2022)
Frontiers Music | Shinigami Records
#SymphonicMetal, #GothicMetal, #ExtremeMetal
Para fãs de: Sirenia, Xandria, Lacuna Coil
Nota: 9,5
Havemos de convir que muitos olhos estavam atentos aos curitibanos do Semblant. O último álbum, “Obscura” (2020) teve seus pontos fortes, mas recebeu críticas importantes quando comparado ao “Lunar Manifesto” (2014). Ainda, a banda sofreu com uma turnê mutilada por conta da pandemia, o que os deixou com uma desvantagem importante para compensar. Não percebi ansiedade na cena por um próximo álbum, e sim apenas uma curiosidade cética, inclusive deste que vos fala.
Eis que ponho meus fones para dar uma chance ao novo álbum ouvindo a música de abertura e, pelas barbas de Odin, que coisa fantástica! Vermilion Eclipse foi uma das minhas maiores surpresas de 2022 até o momento. Produção e mixagem excelentes, músicas que trouxeram tudo o que faltou nos álbuns anteriores, e uma exploração de nuances e subgêneros tão fascinante que chega a ser hipnótica em algumas faixas. O álbum está recheado de trechos grudentos e melódicos, instrumental impecável de um power metal veloz e bem executado detalhado de complexidade progressiva. A voz cristalina de Mizuho Lin, acrescida dos guturais e melodias médio-graves de Sérgio Mazul sintonizam maravilhosamente. Devo dizer que fiquei satisfeito ao ouvir uma maior condução do Sérgio nos vocais neste álbum. Fugindo do padrão soprano/gutural, o co-vocalista entrega momentos melódicos maravilhosos, tanto nos trechos graves e profundos, quanto nos momentos de subida de tom. Resumindo, o álbum é uma obra de arte, devo dizer.
Torno a ressaltar a qualidade técnica como um dos pontos altos. Os riffs e solos do guitarrista Juliano Ribeiro estão muito bem compostos e executados. Técnica, agressividade e musicalidade. Perfeito. As atmosferas exploradas pelas teclas de J. Augusto são lindíssimas, e conduz uma beleza harmônica que sobrevoa maravilhosamente até mesmo os trechos de velocidade e violência da cozinha.
Quando o Semblant acerta, o resultado é maravilhoso. A banda amadureceu tanto musicalmente quanto liricamente, deixando de lado as antigas temáticas “vampirescas” e se aprofundando em questões existenciais e dilemas psicossociais mais profundos. Os pontos altos do álbum são difíceis de destacar, pois a obra está consistente e muito bem trabalhada como um todo, mas recomendo a faixa de abertura “Enrage”, o primeiro single “Purified”, e a pesada “The Human Eclipse”. Vermilion Eclipse é justamente o álbum que a banda precisava para tornar a atrair atenção para si, e merecidamente alcançar degraus mais altos na carreira.
Will Menezes