Setembro Negro Festival – Carioca Club, São Paulo/SP (6 a 8/09/2019)

setembronegro2019
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Setembro Negro Festival 2019
Local: Carioca Club Pinheiros, São Paulo/SP
Datas: 06, 07 e 08 de setembro de 2019
Produção: Tumba Productions
Assessoria: 
LP Metal Press

Bandas:

Sexta-feira: ShaytanGrave DesecratorGorgasmLegion of the DamnedAT WAR e Exodus

Sábado: Full of HellUadaRotten SoundMonolordNecrophobicVomitory, e Demolition Hammer

Domingo: Pathologic NoiseImpuritySvarttjernNight DemonDead CongregationMidnightMonstrosityIncantation e Cirith Ungol

Introdução, texto (sexta-feira) e agradecimentos: Johnny Z.
Texto (sábado): Vinícius Starteri
Texto (domingo) Aldemar Ferreira
Fotos por Johnny Z., Luciano Piantonni, Aldemar Ferreira e Leonardo Linhares

Pela décima terceira vez, São Paulo teve a felicidade em sediar o festival Setembro Negro, festival esse que em três noites (pela primeira vez, pois antes eram duas noites) aborda estilos variados dentro do Metal que vão do mais puro Heavy Metal até o Grindcore, passando por Thrash, Death, Black, Doom e até Stoner Metal. Ou seja, uma variedade para ninguém botar defeito que agrada gregos e troianos. A produtora Tumba Productions não poupa esforços em trazer não só novas bandas brasileiras e internacionais para o festival, como também nos brinda com grandes medalhões do metal mundial e até bandas seminais que nunca pisaram em solo brasileiro. Esse ano, com a noite extra, isso não foi diferente mesmo começando numa sexta-feira chuvosa e sempre caótica em São Paulo.

Com abertura das portas do Carioca Club às 18hs e o primeiro show escalado para começar às 19hs era meio que certo a falta de público exatamente por conta do trânsito e de todo o caos até poder chegar ao local. Eu mesmo cheguei na segunda música da primeira atração, o Shaytan.

Agora, um comentário meu: Entendo que por conta desse trânsito infernal de São Paulo, numa sexta-feira normal de trabalho, possa ter atrapalhado o público a chegar no horário de início do festival, mas não posso tapar o sol com a peneira e achar que 100% disso é verdade! Está na hora do público brasileiro dar mais respeito as bandas nacionais da mesma forma que dão (de sobra) as estrangeiras. Vi muita gente que até chegou no horário mas ficava lá fora esperando as bandas internacionais, cagando para as brasileiras. Lamentável isso, pessoal. Onde está o respeito?? Vamos prestigiar o nosso metal nacional, porra! Bom, chega de devaneios, e vamos ao que interessa: os shows!

Sexta-Feira 06/09/2019:

SHAYTAN:

Vindos diretamente de Mogi das Cruzes, em São Paulo, o Shaytan abriu a primeira noite de festival com um Black Metal bruto, coeso, rápido e com letras que abordam temas como mitologia assírio-babilônica, satanismo e o lado obscuro do ser humano. Em certas passagens rápidas me lembrou muito o Immortal mais antigo e em outras mais cadenciadas, um pouco do Morbid Angel dos primeiros álbuns. O poderoso vocal de Daniel “Blasphemoon”, ex-Nervochaos, e a técnica do baixista Alan Nisiyamamoto me saltaram aos olhos. Com um som e luzes excelentes (aliás, durante todo o festival, sem exceção, ponto para a produção), e mesmo com pouco público presente, fizeram uma belíssima apresentação se baseando em seu primeiro lançamento oficial, o EP “Ancient Shadows” (2017), sempre mostrando gratidão (infelizmente) perante os poucos presentes. Os fãs mais ‘die hard’ do estilo, aqueles que gostam de crueza, simplicidade sem nenhum tipo de invencionismo, aquele Black Metal agonizante e puro, vão gostar.

Mais informações:

www.facebook.com/shaytanmetal
instagram.com/shaytanmetal
shaytan.bandcamp.com
youtube.com/ShaytanBlackMetal

GRAVE DESECRATOR:

Os experientes cariocas do Grave Desecrator apresentaram seu Death/Black metal satânico, obscuro e ultra rápido com fortes influências de Sarcófago e Sepultura antigos, somados a solos dissonantes em meio uma britadeira descomunal. Dois caixões em pé fizeram parte do cenário fúnebre do palco, e todos os integrantes agitaram demais, principalmente o guitarrista Black Sin & Damnation. Alguns pequenos problemas com os pratos da bateria, rapidamente sanados, mas nada que ofuscasse a apresentação. Ao chegar o tempo previamente combinado de apresentação, ao final da penúltima faixa dos setlist, o som e as luzes começaram a se desligar, mas vi o vocalista/guitarrista Butcherazor “The Black Death” pedindo para a produção um pouco mais de tempo para executar a última faixa, o que foi prontamente atendido. No mais, um show correto, extremamente honesto e que fez a plateia (ainda pequena, mais bem maior) agitar muito. A pergunta que me vem a cabeça é: Como esses caras conseguem usar corpsepaint nesse calor infernal do Carioca Club, ou melhor, nessa estufa (oops)?

Mais informações:

www.facebook.com/gravedesecrator666

GORGASM:

Pela primeira vez no Brasil, os americanos de Lafayette, Indiana (EUA) foram simplesmente um arregaço! O massacre brutal de seu Death Metal técnico extremamente pesado e regado a temas tão “fofos” como sexo, assassinatos, perversões, tortura e muito gore foi tão grande e impactante em mim que por não conhecer a fundo a banda antes, acabei virando fã em poucos segundos de sua apresentação! Uma brutalidade e técnica de deixar Cannibal Corpse da fase Chris Barnes com muito orgulho, mesmo a banda tendo mais de 20 anos de formação. Seu primeiro álbum veio somente em 2001, precedido de um EP em 1998, trocentas mudanças de formação mas mantendo Damian “Tom” Leski (guitarra/vocal) como único membro original. O mais interessante, e você pode até achar isso negativo mas não é, é que os dois guitarristas e o baixista alternam os vocais principais e backing vocals em todas as músicas e as três vozes são praticamente idênticas (risos). O peso cavernoso dos riffs de guitarra de Damian e Sasha Chrosciewicz faziam nosso peito tremer! Fiquei impressionado na técnica e na sincronia de cada palhetada que essa dupla despejou nos presentes, sem contar na monstruosidade chamada Matt Kilner (bateria) que é uma mistura de Max Kolesne (Krisiun) com Paul Mazurkiewicz (Cannibal Corpse)! Consegue imaginar isso??? Ah, e o baixista Anthony Voight? Parece tocar tecnicamente como quem? Isso mesmo! Alex Weber do Cannibal Corpse! Com um som monstruoso de nítido foi um dos melhores shows da noite para mim. Sem sombra de dúvidas! Pena que tivemos um setlist curto de apenas 45 minutos de duração e o gostinho que quero mais ainda permanece. Espero que voltem e façam um show completo. Prestem atenção nessa banda!

Mais informações:

www.facebook.com/AnalSkewer
www.gorgasm.bigcartel.com
www.instagram.com/gorgasmofficial
www.tinyurl.com/y56lx3f7

LEGION OF THE DAMNED:

Os holandeses do Legion Of The Damned, em sua segunda vinda ao Brasil, trouxeram seu Thrash/Death Metal furioso com fortes influências de Sodom, Slayer, Kreator mais atuais, colocou o Carioca Club estupidamente cheio abaixo em um show correto, sem muito “bla bla blá” por conta do tempo curto de 50 minutos de duração. No início, a banda ficou somente com luzes parcas no palco e conforme o andamento do show as luzes cresciam exponencialmente. Creio que somente na 4 faixa todas as luzes foram devidamente aproveitadas. Não sei se isso foi proposital ou algum problema, mas como o som estava excelente (mas bem mais baixo que o Gorgasm) e dava para ver os músicos tranquilamente, nem chegou a causar impacto negativo. Destaque para o vocalista Maurice Swinkels, que com sua voz potente e rasgada me lembrando nas partes mais rasgadas/cantadas o timbre de Scott Holderby (Mordred), agitou e usou praticamente todo o palco freneticamente, diferente dos outros que ficaram praticamente imóveis durante todo o show. Promovendo o mais recente álbum “Slaves of the Shadow Realm”, fizeram um setlist coeso, matador e agradou todos os presentes, principalmente na faixa “Sons of the Jackal”, de seu segundo e homônimo álbum de 2007. Show digno de palmas!

Mais informações:

www.facebook.com/LOTDOfficial
www.legionofthedamned.net

AT WAR:

 

O trio seminal At War, formado em 1983 em Virginia (EUA), em sua segunda passagem pelo Brasil depois do retorno da banda em 2006, trouxe seu Speed/Thrash Metal ríspido e sujo numa espécie de Exorcist, Iron Angel com Motörhead. E as semelhanças com a banda do saudoso Lemmy não param por aí, pois além de serem um trio, o baixista/vocalista Paul Arnold usou um baixo Rickenbacker e tem um timbre até que parecido com o “mestre” nas partes mais rasgadas e rápidas. Paul, Shawn Helsel (guitarra) e o atual baterista Brian Williams, que entrou na banda ano passado, com o perdão do trocadilho com o nome da banda e a temática que abordam, despejaram uma fúria característica como se fosse um verdadeiro campo de batalha. Confesso que em sua primeira passagem pelo Brasil, em 2010, acabei não os vendo por conta de outros compromissos e achava que nunca mais teria essa oportunidade já que a banda não é tão conhecida por aqui nessa nova geração “leite com pera”. Paul, além de mostrar uma felicidade enorme em seu rosto, foi muito comunicativo e simpático com o público, até se “engraçou” como uma espectadora na plateia dedicando uma faixa a ela só por conta do decote. Paul! Paul! (risos) A rifferama cortante de Shawn me deixou de queixo caído! Uma aula de Speed/Thrash Metal! Obrigado Tumba Productions!

Mais informações:

www.facebook.com/ATWARtheband/
www.atwartheband.com

EXODUS:

 

A banda principal da noite não poderia ser outra: os gigantes, os arquitetos, os reis do Thrash Metal mundial, Exodus, trazendo junto seu líder e mentor, Gary Holt do lugar que nunca deveria ter se ausentado. Da última vez que vieram, em 2016, não contaram com Gary mas sim com Kragen Lum (Heathen) o substituindo. Muitos ficaram com pé atras, mas também foi um baita de um show pois Kragen é um exímio guitarrista. Voltando ao show do Setembro Negro, com uns 20 minutos de atraso completamente compreensíveis por conta de todas as atrações do dia que foram “acavalando” poucos minutos de atraso aqui e ali, eis que os gigantes da Bay Area trouxeram mais uma vez sua “lição de violência”. Luzes, som, público, setlist, banda, tudo conspirou para fecharmos a noite fantástica com muita porradaria. Era visível a alegria de Gary estar de volta aos palcos com o Exodus e tocando seu próprio material, com sua própria banda. O cara parecia um louco no palco de tanta emoção por voltar “pra casa”. O carismático Steve “Zetro” Souza comandou aproximadamente 1h30 de muita, mas muita energia. Clássicos indiscutíveis e emblemáticos de bandas seminais sempre fazem parte dos seus shows, isso não tem como mudar, mas poucas bandas conseguem mesmo tocando-os milhões de vezes e sempre arrancar sorrisos dos rostos dos presentes. O Exodus é uma banda que consegue! “Bonded By Blood”, “And The Therer Were None”, “Fabulous Disaster”, “A Lesson In Violence”, “Toxic Waltz” (para mim a música mais emblemática do Thrash que existe), “Strike Of The Beast” (com seu Wall Of Death mais uma vez insano no Carioca Club), “War Is My Shepherd”, a fabulosa “Blacklist” fizeram dos presentes que estavam cansados por conta de todas as atrações da noite acharem forças para literalmente se “matarem”. Som e luzes mais uma vez impecáveis, músicos visivelmente transbordando sangue pelos olhos e aquele peso todo característico que a cada palhetada de Lee Altus e Gary Holt causam um verdadeiro tsunami em nossa corrente sanguínea. Faixas mais recentes fizeram parte dessa aula, como por exemplo “Blood In, Blood Out”, “Iconoclasm” e “Deathamphetamine”, essas duas últimas da excelente fase Rob Dukes que caíram muitíssimo bem na voz mais esganiçada de Zetro. Algumas peculiaridades no show não podem ser esquecidas, como a celebração do aniversário de 50 anos de Jack Gibson (baixo), com bolo, vela e tudo, Tom Hunting esmurrando com tanta força e violência sua bateria até quebrá-la, se tornando num momento engraçadíssimo, Zetro falando que adora voltar ao Brasil, rever os amigos (um deles sou eu, modéstia a parte), se entupir de carne em churrascarias, que em breve voltarão para novos shows promovendo o novo álbum e o mais bacana de todos, após o final do show com “Strike Of The Beast” com cortinas quase fechando, som quase desligando, Gary e todos estavam tão animados que quiseram tocar mais. “Metal Command” e “Piranha” fecharam com chave de ouro causando um frenesi absurdo nunca antes visto num show da banda, pois ninguém realmente esperava. Pode parecer conversinha de “fanboy” ou “paga pau” minha, é minha banda favorita e falem o que quiserem pois não me importo nem um pouco: Esses putos nunca (me) decepcionam MESMO!

Mais informações:

www.facebook.com/exodusattack
www.facebook.com/exodusattackbr
www.exodusattack.com
www.instagram.com/exodusbandofficial

Sábado 07/09/2019:

As bandas Baixo Calão e Expose Your Hate, infelizmente não conseguimos chegar no local à tempo para cobertura devido a um problema surgido de última hora com nosso repórter, que teve que se ausentar por motivos familiares, e outro profissional foi encontrado às pressas. Pedimos encarecidamente desculpas pelo o ocorrido.

FULL OF HELL:

Com uma atmosfera rústica e pesada, a banda de Maryland (EUA) mostrou o porque veio ao Setembro Negro despejando uma dose bem equilibrada do seu poderoso Noise Grind. Iniciando seu set com “Burning Myrrh” e “Crawling Back To God” deixou todos presentes aficionados com sua presença e som ao vivo, apesar de equalização da guitarra que estava um pouco abaixo dos demais instrumentos. Misturaram bem a sua sonoridade Death Metal juntamente a sons como, por exemplo, “Digital Prison” e “Fox Womb”, trazendo uma atmosfera densa e de muito peso para um show ótimo, porém curto de apenas 23 minutos, que deixou muitos fãs muitos satisfeitos e angariou outros que ainda não os conheciam. Infelizmente não conseguimos foto por conta do problema citado mais acima.

Mais informações:

www.facebook.com/fullofhell
www.fullofhell.com

UADA:

Uma das maiores referências do Black Metal moderno iniciou seu show de forma extremamente esmagadora. Casa completamente cheia e com alta expectativa do público para esse novo ícone da cena. Com um enxurrada de músicas do álbum “Cult of Dying Sun”, fizeram um show extremamente técnico e sem pausas. Foram 40 minutos que deixaram todos com um gosto de quero mais, esperaremos um retorno destes americanos para breve.

Mais informações:

www.facebook.com/OfficialUADA
www.instagram.com/uada_official

ROTTEN SOUND:

Os finlandeses chegaram diretos e sem enrolação despejando uma manada de riffs para os amantes do Death Metal/Grindcore. Logo no início, ao som de “Self Power”, já se abriu uma roda expressiva e violenta, na qual se juntava de forma harmoniosa com os riffs e bumbos. “G” (vocal) interagiu de forma curta e breve com o público presente, mas sendo bem cordial em sua fala, e praticamente sem pausas despejou seu vocal agressivo em uma apresentação impecável e esmagadora de pouco mais de 30 minutos de duração.

Mais informações:

www.facebook.com/RottenSoundOfficial
www.rottensound.com

MONOLORD:

A banda sueca entrou pontualmente às 17h35 no palco com uma dose pura de Stoner Metal/Doom Metal para os amantes das distorções cruas e de peso. Ao som de “Lord Of Suffering”, sentimos as ondas sonoras ecoando dentro do peito com um grave expressivo, um ponto extremamente positivo que fez até os fãs mais céticos sobre o estilo curtirem a cada batida e acorde executado. Quando a faixa “The Bastard Son” começou a ser tocada muitos deliraram e ovacionaram a banda pela clareza e pegada setentista que deixaram a atmosfera do Carioca Club ainda mais espessa. Com pequenas pausas, e algumas interações com o público, foi uma ótima apresentação que mesclou sons dos álbuns “Rust” e “Empress Rising” em sua maioria.

Mais informações:

www.facebook.com/monolordsweden
www.monolord.com
www.instagram.com/monolordofficial

NECROPHOBIC:

Os suecos que não decepcionam com seu Black Metal referência na cena atual iniciaram seu show de forma excepcional com “Awakening”, levando o Carioca Club cheio a loucura. Um dos shows mais cheios do dia. Na segunda música, ouve um pequeno deslize técnico e surgiu o backdrop do Vomitory no telão, mas isso não tirou o brilho, ou melhor dizendo, a tenebrosidade, do Necrophobic do palco. Em todos os cantos do Carioca via-se e ouvia-se pessoas de diferentes nacionalidades cantando cada letra de suas músicas com muito entusiamo, coisa que particularmente nunca vi em um show de Black Metal. Com uma chuva de melodias sombrias e vocais rasgados, o Necrophobic causou um grande impacto como uma das grandes atrações do dia. Menção honrosa a “Revelation 666” que foi um dos ápices de todo show.

Mais informações:

www.facebook.com/necrophobic.official
www.necrophobic.net

VOMITORY:

Mesmo com um pequeno atraso de 20 minutos, os suecos não se deixaram ofuscar e já começaram um show como um trator destruindo tudo à sua volta. Abrindo o show com “The Voyager”, um buraco de extrema violência e agressividade abriu-se em meio ao Carioca Club até uma pequena pausa para se anunciarem. Aos sons do álbum “Carnage Euphoria” até a execução de “Perdition”, do primeiro álbum, a destruição foi continua e sem pausas, e a cada faixa executada a roda se tornava cada vez mais agressiva e andava exatamente em sintonia com a ferocidade desses suecos. O Vomitory mostrou porque são um dos grandes ícones da cena sueca ao misturaram grandes clássicos juntamente de seus últimos trabalhos de uma forma extremamente equilibrada e satisfez qualquer saciedade dos mais atônitos fãs de Death Metal presentes. Um verdadeiro espetáculo de velocidade e peso.

Mais informações:

www.facebook.com/vomitoryband
www.vomitory.net

DEMOLITION HAMMER:

 

A hora mais aguardada da noite chegou, direto do Bronx, Nova Iorque, os mestres do Thrash Metal e pioneiros no quesito Thrash/Death Metal, o Demolition Hammer subiu ao palco às 21hs trazendo uma verdadeira destruição. Ao som de “Skull Fracturing Night” já se via a devastação que seria este fim de noite, pois uma enorme roda se abriu em meio a casa, a maior de todo o dia. Este foi o estopim para uma violência interminável. O ápice de toda carnificina foi ao som de “Aborticide”, onde a banda demonstrou uma completa maestria entre as cordas e trouxe uma atmosfera extremamente pesada para a noite. Para todos amantes do Thrash Old School, foi uma aula e sentimento de satisfação em ver um show tão formidável encerrando a noite. Com boa interação com o público, os americanos deixaram um gosto de quero mais e creiamos que voltarão em breve para mais uma aula em terras tupiniquins.

Mais informações:

www.facebook.com/demolitionhammerofficial

Domingo 08/09/2019:

PATHOLOGIC NOISE:

 

E o terceiro dia do festival continuou rendendo bons frutos e, felizmente, lotando mais uma vez o Carioca Club. Mas também não era pra menos, já que teríamos grandes expoentes do Underground nacional e internacional para fechar o Setembro Negro 2019 com chave de ouro. A abertura da casa foi exatamente às 13hs, onde trouxe um grande petardo da cena mineira; o Pathologic Noise. Esse trio mineiro de Brutal Death Metal formado por Tchescko Suppurator (vocais/baixo), Claydson Melo (guitarras) e L. Muratchas (bateria) tiveram a responsabilidade de executar o massacre inicial do domingo, com muito carisma e grande presença de palco, tocando os clássicos da carreira e agitando geral aos poucos (por enquanto) presentes no local. Excelente abertura e alta representação do Metal Extremo nacional.

Mais informações:

www.facebook.com/pathologicnoise
pathologicnoise.bandcamp.com
www.instagram.com/pathologicnoise

IMPURITY:

 

Na sequência, os também mineiros do Impurity, chegaram executando o seu excelente Black Metal “à la Samael” da melhor maneira possível e impressionando todos os presentes com a sua presença de palco e suas características “ritualísticas”. O quarteto é formado por Ram Priest (vocais); Roberto Terminator (guitarras); Azazel (baixo) e Guilherme Cosse (bateria) e, seguindo a tradição do festival, deixaram o ambiente mais pesado e intenso, trazendo cada vez mais pessoas para dentro da casa. Um espetáculo digno de muitos elogios e novos fãs para a excelente horda mineira.

Mais informações:

www.facebook.com/impurityband
www.impurityband.com

SVARTTJERN:

 

Os próximos seriam não menos do que os representantes do país do Metal Satânico. Os noruegueses do Svarttjern trouxeram para o festival a melhor apresentação de Black Metal do dia, ainda que mais cedo do que o esperado. O quinteto de Oslo é formado por HansFyrste (vocais); HaaN (ex-Carpathian Forest) e Fjellnord (guitarras); Malphas (baixo) e Grimdun (bateria). Definitivamente foi uma aula de Black Metal que presenciei, visto que os caras possuem grandes influências de grandes hordas da cena norueguesa e demonstram isso no palco com muita destreza e maestria. Show inesquecível e de altíssimo calibre! Como curiosidade e nota de um amigo da produção, o vocalista HansFyrste levou litros e mais litros de sangue de porco (ou seja lá qual animal seja) e se banhou antes de entrar no palco, deixando o banheiro dos camarins simplesmente com um cheiro pútrido (risos).

Mais informações:

www.facebook.com/svarttjern

NIGHT DEMON:

 

Seguindo o cast do dia, tivemos os americanos do Night Demon que trouxeram uma grande variante para o festival, mesclando o seu Speed Metal com o Heavy Metal tradicional e deixando a tarde no Carioca Club muito mais dinâmica e, em decorrência, muito mais lotada também. O trio californiano é formado por Jarvis (baixo/vocais), Armand (guitarra) e Dusty (bateria) e trouxeram um show a parte para o Setembro Negro, com direito até ao fechamento com “Wasted Years” do Iron Maiden, muito bem executada, diga-se de passagem

Mais informações:

www.facebook.com/nightdemonband
www.nightdemon.net

DEAD CONGREGATION:

 

Mas as coisas estavam prestes a melhorar (e surpreender), sendo que a próxima atração seria os gregos do Dead Congregation que, definitivamente, mostraram que a Grécia não vive somente de Rotting Christ e Nuclear Winter. O excelente quarteto de Death/Black Metal formado por A.V (guitarra/vocais), T.K (guitarra), G.S (baixo) e V.V (bateria) foram os responsáveis por uma das execuções mais brutais de todas as edições do festival. Não tenho palavras suficientes para descrever o quanto foram excelentes. Uma das melhores aquisições do Setembro Negro disparado!!!

Mais informações:

www.facebook.com/deadcongregation

MIDNIGHT:

 

Os americanos do Midnight vieram em seguida trazendo mais entusiasmo aos que estavam ali presentes. O Speed/Black Metal dos caras definitivamente é muito cativante e, pelo que pude perceber, eles têm uma imensa legião de fãs aqui no Brasil. Trata-se de uma banda de um só integrante, mas em apresentações eles se tornam um trio. São formados pelo seu fundador Althenar (baixo/vocal), SS (bateria) e Commando Vanik (guitarra). Show marcante e sem igual !

Mais informações:

www.facebook.com/midnightviolators
www.totalmidnight.webs.com

MONSTROSITY:

 

Dando continuidade, os americanos do Monstrosity, grandes representantes do Death Metal americano (mais precisamente da Flórida), chegaram com a destruição sonora desenfreada, promovendo o seu mais recente disco “The Passage Of Existence” (2018). A formação atual conta com Mike Hrubovcak (vocais), Matt Barnes e Mike English (guitarras), Michael Poggione (baixo) e Lee Harrison (bateria). Apresentação espetacular mas que, não sei explicar o porquê, aparentemente estourou o horário ou teve problemas técnicos, de forma que a banda nem pôde se despedir propriamente dos palcos, dando uma sensação de apresentação “interrompida”. Mas em termos gerais, foram excelentes e mostraram que o Death Metal da Flórida ainda é soberano.

Mais informações:

www.facebook.com/MonstrosityOfficial
www.monstrosity.us

INCANTATION:

 

Eis que entram os grandes expoentes do Death Metal Satânico americano; o Incantation. Sou suspeito para falar dos caras, já que é uma das bandas que mais gosto e que mais acompanho do mundo e que, com o decorrer dos anos, só melhoram e aprimoram a sua brutalidade. Celebrando em 2019 os seus 30 anos de carreira, o quarteto formado por John McEntee (guitarra/vocal), Sonny Lombardozzi (guitarra solo), Chuck Sherwood (baixo) e Frank Schilperoort (bateria), este último substituindo Kyle Severn, que não participa mais de turnês. Foi um espetáculo único e digno da banda, que passou por grandes clássicos de toda a sua discografia e que se mantém fiel e desgarrada de qualquer clichê do gênero, mostrando muito entusiasmo ainda em tocar ao vivo. Inesquecível !

Mais informações:

www.facebook.com/IncantationOfficial
www.incantation.com

CIRITH UNGOL:

 

Fechando a edição, temos os americanos “renascidos das cinzas” do Cirith Ungol. Seu som traz a mistura de um Death/Doom Metal bastante exótico e denso, que lhe trouxeram fãs (das antigas) de diversos lugares do Brasil para o Carioca Club. Com a sua formação composta por Tim Baker (vocais); Greg Lindstrom e Jim Barraza (guitarras); Jarvis Leatherby (baixo, também Night Demon) e Robert Garven (bateria), os caras realmente trouxeram a satisfação que os fãs tanto almejaram ao longo dos anos. Passando por clássicos de seus quatro álbuns de estúdio, foi um grandioso “gran finale” da edição de 2019 desse brutalíssimo festival.

Mais informações:

www.facebook.com/cirithungolofficial
www.metalblade.com/cirithungol

E com isso o final de semana “negro” se findou em grande estilo. Parabéns pela produção e organização impecáveis, pontualidade (os poucos minutos de atraso são completamente normais e compreensíveis, se alguém reclamar disso é total sem fundamento) de mais uma edição desse grande festival brasileiro, e um muitíssimo obrigado a Edu Lane, Tumba Productions, Luciano Piantonni LP Metal Press pela amizade, parceria e profissionalismo de sempre! E ano que vem tem mais!!!

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