Vader – “Necropolis” (2009) (Relançamento 2024)

VADER
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Vader – “Necropolis” (2009) (Relançamento 2024)

Nuclear Blast | Shinigami Records 
#DeathMetal

Para fãs de: Hate, Behemoth, Decapitated

Texto por Matheus “Mu” Silva

Nota: 7,5

Dando sequência ao trabalho de relançamentos, a Shinigami Records traz, desta vez, o décimo álbum de estúdio do Vader, Necropolis, lançado originalmente em 2009. Por se tratar de uma banda com uma discografia tão vasta, esse tipo de relançamento é uma oportunidade valiosa para os fãs mais ávidos completarem suas coleções, especialmente considerando que este disco teve poucas edições desde sua estreia. Além disso, sendo uma verdadeira pedrada, vale a pena adquiri-lo, ainda mais com os bônus que enriquecem a experiência.

Um dos maiores nomes não só do metal extremo polonês, mas de todo o Death Metal, o Vader construiu sua trajetória com uma discografia extensa e repleta de grandes momentos. Álbuns como De Profundis (1995), Black to the Blind (1997), Litany (2000) e Impressions in Blood (2006) trouxeram uma poderosa fusão de Death e Thrash Metal, em uma fórmula característica da banda. Sob a liderança de Peter, único membro original, que assume vocais, guitarra e baixo, o Vader enfrentou mudanças significativas na formação ao longo dos anos, especialmente após a morte de Doc, baterista que integrou a banda desde o final dos anos 80 até seu falecimento em 2005. Necropolis (2009), o décimo disco de estúdio, contou com Paul na bateria, enquanto Peter foi responsável por todo o restante das gravações.

Devilizer abre o álbum de forma pesadíssima e carregada de groove, sendo uma das faixas mais marcantes desde seu lançamento. A produção de excelente qualidade já se destaca, e seu final dá passagem para a explosiva Rise of the Undead, que traz o Vader clássico: blast beats na velocidade da luz, riffs furiosos e cadências voltadas para o Thrash no meio. Never Say My Name, o single do disco, mantém o nível, embora outras faixas talvez merecessem ocupar seu lugar como videoclipe. Blast, como o próprio nome sugere, é impiedosa: com menos de dois minutos, é uma descarga brutal que não dá tempo para respirar.

Após a instrumental The Seal, vem Dark Heart, outro grande destaque, que despeja riffs pesados em uma cadência simples, mas com andamentos marcados por pedais duplos, aumentando ainda mais o peso. Em seguida, Impure se apresenta como uma das faixas mais completas do álbum. Após outra passagem instrumental, Summoning the Futura, a faixa Anger chama a atenção pelas linhas de bateria e pelos riffs criativos de Peter, que fogem do óbvio. We Are the Horde retorna ao Vader dos anos 90, com uma sonoridade totalmente característica. O encerramento fica por conta de When the Sun Drowns the Dark, a faixa mais longa do álbum, que prioriza riffs simples, próximos ao heavy metal. No entanto, ela destoa um pouco do restante do disco. A faixa ainda possui um silêncio após os 4:20, seguido por uma breve distorção de guitarra e um grunhido, o que a torna dispensável para muitos ouvintes.

Os bônus incluem dois covers poderosos: Black Metal, do Venom, com a participação de Bart Krysiuk (sim, o controverso vocalista do Batushka), e Fight Fire with Fire, do Metallica, com Maciej Taff (Black River) dividindo os vocais. Ambas as versões são carregadas de peso e brutalidade, no estilo inconfundível do Vader.

Necropolis é um disco que fica em uma posição intermediária na discografia do Vader. Apesar de possuir momentos impactantes que remetem às suas raízes, ele não alcança o mesmo nível dos seus antecessores. Ainda assim, é superior à maior parte do que foi lançado pela banda posteriormente. Não chega a ser um clássico consolidado, mas definitivamente não é esquecível.

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