Venom – “Black Metal” (1982) (Relançamento 2024)

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Venom – “Black Metal” (1982) (Relançamento 2024)

NEAT | Dynamo Records
#HeavyMetal #BlackMetal #SpeedMetal #Rock

Para fãs de: Tudo o que existe de metal pesado e extremo

Texto por Matheus “Mu” Silva

Nota: 10

Relançando praticamente toda a discografia do lendário Venom, a Dynamo Records não só trouxe quase tudo o que a banda fez, incluindo materiais que nunca chegaram ao Brasil ou possuem raríssimas versões em CD, como alguns desses lançamentos ainda vêm recheados de bônus com itens ainda mais raros. Isso é uma grande ajuda para colecionadores que, muitas vezes, se veem reféns de materiais com preços altíssimos. Esses relançamentos chegam com preços atrativos, são super completos e permitem que o verdadeiro fã complete sua coleção.

Ah, “Black Metal“… O magnum opus do Venom. Não bastou o álbum de estreia da banda ter incendiado a comunidade metal, seu segundo disco simplesmente a tomou de assalto. O ano de 1982 marcou a vida de muitos; o Iron Maiden, por exemplo, lançou seu primeiro álbum com Bruce Dickinson, o clássico “The Number of the Beast“, cuja capa já mostrava sinais de que a relação entre o Heavy Metal e o lado negro da força iria se estreitar cada vez mais. Nesse mesmo ano, o trio de Newcastle lançou a obra que não só expandiu sua influência, mas também lançou a semente de um dos gêneros mais polêmicos e infames dentro da música metal, baseado em seu título. Muitos dos elementos presentes em “Black Metal” moldaram a estrutura das bandas que abraçam esse gênero: temas anticristãos, visual carregado, som sujo e veloz, e, claro, o uso marcante de pseudônimos. Cronos, Mantas e Abaddon, mais uma vez, mostraram que estavam destinados a cravar seus nomes na história do metal.

O disco abre com sua faixa-título, o eterno hino “Black Metal“, tocado e regravado por uma infinidade de bandas de diversas vertentes mais pesadas: Death, Black, Thrash… Até mesmo Paul Di’Anno, o primeiro vocalista do Iron Maiden, regravou essa música recentemente, mostrando o quão longe chegou o poder dessa faixa. Se você nunca levantou o punho ou gritou “lay down your soul to the gods rock n roll”, acredite, após ouvir essa música mais de uma vez, isso inevitavelmente acontecerá. “To Hell and Back“, com seu andamento mais Heavy Metal, também trouxe outra característica usada à exaustão por bandas do gênero: uma faixa que tira o pé do acelerador, mas ainda faz o ouvinte bater cabeça com uma cadência mais simples, porém igualmente pesada. “Buried Alive” é outro clássico atemporal, criando todo um clima sombrio, com Cronos sussurrando algumas frases até subir o tom da música. Ao vivo, essa faixa sempre agita o público, e conta com um dos melhores solos de Mantas em sua passagem pela banda.

Raise The Dead” evidencia de onde Bathory e Bulldozer buscaram inspiração. “Já Teacher’s Pet“, “Leave Me in Hell” e “Sacrifice” formam uma trinca com aquele andamento clássico construído em “Welcome to Hell“, soando como continuações naturais umas das outras, até voltarmos com a banda no 220 com Heaven’s on Fire. Depois, temos “Countless Bathory“, outro hino pesadíssimo e uma das faixas mais completas do disco, com seu refrão viciante que certamente será entoado a plenos pulmões. Para finalizar, “Don’t Burn The Witch” encerra o disco com chave de ouro, uma faixa pesada que deixa a sensação de que o ouvinte pode enfrentar qualquer coisa ao ouvi-la.

Vale também mencionar que a turnê desse álbum foi registrada no histórico “The 7th Date of Hell: Live at Hammersmith Odeon” (1984), mostrando, ao vivo e a cores, todo o poder explosivo da banda em suas apresentações, mexendo com o imaginário dos headbangers que ansiavam por criar algo tão pesado e veloz quanto.

Nesta versão, a Dynamo Records incluiu bônus como a introdução de “At War With Satan” (que viria a dar nome ao próximo álbum), os singles “Die Hard“, “Acid Queen“, “Bursting Out” (em suas duas versões), uma versão remixada de “Black Metal“, uma tomada de estúdio de “Hounds of Hell” e uma gravação de ensaio de “Raise The Dead“, de 1979, ou seja, preciosidades!

Black Metal” é atemporal. Pegou tudo o que seu antecessor fez e elevou ao décimo grau. Influente nas camadas mais extremas da música, Venom cravou seu nome de vez com este álbum, precursor de um estilo e pavimentando o caminho para outro. Um item obrigatório para ter em casa!

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