Where’s My Bible – “Kave” (2024)
Blood Blast Distribution
#BlackMetal #DeathMetal #DeathCore #FolkMetal
Para fãs de: Thermality, This Ending, Anima Hereticae
Texto por Lucas David
Nota: 9,0
O Where’s My Bible vem agitando a cena metal finlandesa há anos, desde o lançamento de seu primeiro álbum, M’n’R (2018). A banda passou por algumas mudanças tanto no som quanto na formação, mas sem deixar de lado a busca constante por evolução. Após vencerem o concurso Come To Latin America, realizado na Finlândia (clique aqui e leia a entrevista com o vocalista Jussi Matilainen para saber mais), eles garantiram um contrato com a Blood Blast Distribution e lançaram, em setembro deste ano, seu segundo álbum de estúdio, Kave.
Com uma mistura de Black Metal, Death Metal, Deathcore e Folk, a banda mostrou que mereceu vencer o concurso em meio a tantas outras bandas incríveis. O álbum começa com uma introdução que transporta o ouvinte para um transe inspirado pela natureza – completada com sons de pássaros, tambores xamânicos e piano. Logo, a faixa Máni explode nos falantes como uma rajada fria de vento de Helsinque no rosto: furiosa, crua e muito viva. É o início de álbum perfeito, especialmente pelos vocais de Jussi Matilainen, que, apesar de agressivos, trazem uma sutileza melódica que os torna memoráveis.
Na sequência, Fenrir se destaca como single, com uma pegada Death Metal mais evidente e elementos Folk inseridos com maestria. Essa combinação alterna brutalidade e calmaria de maneira única. Já Suden Hetki chega com riffs rápidos e uma bateria avassaladora que cria uma explosão potente. Mais uma vez, a alternância com momentos mais calmos intensifica o impacto das partes pesadas.
Creator of the Abyss é um dos pontos altos do álbum. Com peso extremo, riffs marcantes e uma performance vocal excepcional de Jussi Matilainen, a faixa tem uma atmosfera sombria e perturbadora. Aliada a um ótimo videoclipe, ela se torna inesquecível, assombrando os pensamentos por um bom tempo.
A faixa-título, Kave, traz inspiração clara no que Nergal e companhia fazem no Behemoth, com ótimos blast beats, riffs cortantes e vocais que alternam entre rasgados e guturais. Os vocais adicionais do guitarrista Pasi Löfgrén oferecem um contraste interessante, aumentando ainda mais a grandiosidade da composição.
No geral, Kave é um álbum que soa profundamente finlandês da melhor maneira possível, sem cair nos clichês habituais do Melodic Death Metal. O Where’s My Bible mostra uma grande evolução desde sua estreia. Essa nova abordagem se encaixou perfeitamente na proposta da banda e certamente fortalecerá sua conexão com o público. Com um contraste de estilos muito bem trabalhado, uma atmosfera única e agressividade de sobra, eles estão prontos para conquistar novos territórios. Kave é, sem dúvida, o passaporte deles para o sucesso.